quinta-feira, 11 de junho de 2009
Eu quero ir dançar e usar um vestido que rode e flutue em torno de mim, e rir.
Eu quero sentir o brilho da seda enquanto ela desliza por meus braços e meu corpo, e aproveitar sua suavidade.
Eu quero dormir em minha própria cama com lençóis limpos, e descansar minha cabeça em meu próprio travesseiro.
E ir dormir quando eu quiser, com todas as luzes apagadas, e acordar quando me der vontade.
Eu quero me esticar em minha poltrona e escutar minha música favorita ecoando dos alto-falantes em todo o meu ser, lavando minha alma.
Eu quero me sentar em minha varanda e tomar café quente em minha caneca de pedra, e ler o jornal, e ouvir o latido do cão para os esquilos na árvore.
Eu quero atender o telefone e chamar meus amigos e família para conversarmos até esgotar todas as palavras que nós economizamos, e rirmos.
Eu quero ouvir o apito do trem, o ruído do cascalho na entrada de automóveis, e portas de carro batendo quando os amigos vierem me visitar.
Eu quero sentir meus pés descalços no frio de meu piso da cozinha, e na maciez de meu tapete azul do quarto.
Eu quero ver as cores, todas.
E o branco, verdadeiro branco, puro e imaculado.
E acres de árvores verdes, e milhas de estradas, e de jardas de luzes de natal.
E a lua.
Eu quero cheirar o bacon fritando, assar um bife, jantar com tomates da horta de meu pai.
Mas mais do que tudo isto, eu quero estar na entrada do quarto do meu filho e observa-lo dormir.
E ouvi-lo levantar-se pela manhã e vê-lo andar pela casa na noite.
E tocar em seu rosto e entrelaçar meus dedos através de seu cabelo, e vê-lo brincar com seu caminhão e comer seus sanduíches de queijo.
E vê-lo crescer e rir e brincar e comer e correr e viver.
Principalmente, viver!
E enrolar meus braços em torno dele e prende-lo até que ria e diga, "Mãe, já chega!"
E então deixa-lo livre e fazer tudo outra vez.
Deborah E. Hill (escrito por uma presidiária)
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