terça-feira, 30 de junho de 2009

Quando você deixa de atribuir a algo ou alguém a responsabilidade pelo modo como se sente, está tomando posse do seu poder pessoal.
De modo geral, associa-se a idéia de poder à habilidade que alguém tem de influir sobre as ações de outras pessoas.
Ou ainda, à capacidade de determinar a forma como algo deve ser ou acontecer.
O poder que é exercido externamente, seja levando exércitos para a guerra, seja manipulando(a) parceiro(a) no relacionamento amoroso, é frágil e revela a vulnerabilidade de seu titular.
Está sujeito às circunstâncias externas e pode ser perdido a qualquer momento.
O poder pessoal, entretanto, supera obstáculos e não conhece limites, pois se fundamenta no potencial ilimitado que existe dentro de cada um de nós.
É o único que não se pode perder e é adquirido através do esforço próprio e é vivenciado internamente.
Enquanto o poder que atua sobre os outros tem medo de ser destituído, o poder pessoal cresce na proporção direta do desenvolvimento do nível de consciência individual.
O que determina se uma pessoa tem ou não poder pessoal não é algo que lhe é conferido por alguém ou alguma situação externa.
A chave deste poder sobre si mesmo(a), infinitamente maior do que a ilusão de qualquer outro, está no autoconhecimento.
É o resultado de um processo de reconhecimento de que se é responsável pelas próprias escolhas.
O poder pessoal permite o acesso aos recursos internos e às ferramentas necessárias para superar dificuldades.
Ele implica no alinhamento de valores e crenças, na capacidade de formular objetivos definidos e de seguir um plano de ação, passo a passo, na direção de sua realização.
Alguém com poder pessoal não espera que outra pessoa corresponda às suas expectativas, nem coloca a responsabilidade sobre seu bem estar nas mãos de quem quer que seja.
É capaz de exercer a sua capacidade de escolha diante dos acontecimentos e decide que atitude tomar diante de cada circunstância.
Ter poder pessoal significa não entregar a ninguém mais, ou a nenhum acontecimento a capacidade de influenciar seu comportamento.
Quando você deixa de atribuir a algo ou alguém a responsabilidade pelo modo como se sente, está tomando posse do seu poder pessoal.
Reconhece o fato de que não é possível controlar nada fora de você, mas que ao escolher a sua atitude diante do que lhe acontece, exerce controle sobre seu estado físico, mental, emocional e espiritual.
Se alguém o (a) trata mal, faz algo indevido ou decide romper um relacionamento com você, o poder pessoal não permitirá que isso arruíne o seu bem estar ou torne a sua vida uma calamidade.
Ter poder pessoal é viver a vida sem buscar a aceitação ou aprovação das outras pessoas.
É escolher a verdade, o equilíbrio e a coerência como uma expressão natural do ser.
Significa ter as rédeas da sua vida nas próprias mãos como resultado da atenção, do esforço e da responsabilidade pelo seu destino.
Em vez de se deixar intimidar ou influenciar pelas crenças de outras pessoas, aprende-se a confiar na própria experiência, checando as informações que lhe chegam sem preconceitos, mas sem idealização, expectativa ou ilusões.
Assim, ao perceber o que funciona na sua vida, a expectativa das outras pessoas em relação a você deixa de ter importância.
Mais do que se preocupar com o que os outros pensam ou falam, sua atenção se volta para a sua verdade interior e para os desejos do seu coração.
Manter a coerência interna e a fidelidade aos próprios ideais é uma forma de alimentar o poder pessoal.
Significa ter a capacidade de separar o que é seu do que é do outro.
De manter a clareza sobre seus valores e agir alinhado (a) com eles.
E ao deixar de procurar no mundo externo o que se encontra dentro de si mesmo(a), você adquire a capacidade de transformar o que não está funcionando na sua vida.
Passa a atrair, naturalmente, a admiração, o respeito e a confiança dos que estão à sua volta.
Pessoas que recebem a energia positiva e saudável que é irradiada de quem vive de acordo com as próprias escolhas, exercendo com confiança seu poder pessoal.

(Jael Coaracy)

Desde que nascemos, somos acostumados com atitudes, primeiramente maternas, que demonstram agrado ou desagrado das pessoas ao nosso lado.
Ao ouvirmos um não, já sabemos que estamos desagradando alguém.
Essa impressão do mundo segue durante toda a nossa infância.
No período escolar é onde encontramos as maiores dificuldades e também a maior necessidade de agradar outras pessoas.
O fazer parte da turma, arranjar muitos amigos, tudo isso nos leva a tomar atitudes, muitas vezes, diversas do que realmente somos.
Somente no intuito de agradar.
Isso fica marcado não só no consciente mas, principalmente, no subconsciente, acarretando carências e desencontros com nossa verdadeira identidade.
O ser aceito, isto é, agradar as pessoas, faz muito bem não só para o nosso ego, como também pode demonstrar que estamos coerentes com o mundo que nos rodeia.
Cada vez que há um ato em que somos afastados de determinada “turma”, ou que alguém não gosta de alguma coisa que fizemos, isso nos deixa tristes e pensativos.
Onde foi que errei?
Ou não devia ter feito isso, sempre dizemos.
Por vezes realmente cometemos erros, mas se estamos centrados e pensando o melhor, não só para nós, como também para outras pessoas, esse erro já não é nosso.
O fato de sermos afastados pode ser simplesmente por não compactuarmos com a maneira de pensar do próximo, o que acarreta numa impressão de não gostar.
Necessitamos viver em sociedade.
Necessitamos conviver com várias pessoas durante o dia.
Necessitamos, muitas vezes, calarmos diante de uma ofensa.
Mas isso seria somente por um convívio harmonioso.
Querer agradar sempre e a todos, é impossível.
O fato de não conseguir ter um amigo íntimo, o fato de não conseguir ter um amor fiel e duradouro, o fato de não ser o “queridinho” da família ou do chefe (no trabalho), não quer dizer que sejamos uma pessoa sem qualidades.
Quem nos criou, deu várias qualidades e vários defeitos para o nosso ser.
Temos que conhecê-los a todos.
Tentar corrigir nossos defeitos, pode ser uma boa alternativa, desde que estejamos insatisfeitos com nós mesmos.
Isso não deve ser feito somente para que o mundo nos aceite.
Lembre-se que os maiores gênios da humanidade foram chamados de loucos.
Precisamos, primeiramente, nos agradar.
Não pensar simplesmente que uma crítica ou um desprezo possa dizer que somos pessoas ruins.
Apegar-se somente na opinião alheia, gera insegurança no nosso próprio eu.
E nem sempre o que somos agora ou o que falamos agora, pode ter valor, mas o tempo faz com que determinadas palavras ou determinados atos fiquem gravados na mente das pessoas, fazendo com que elas, em determinada situação, lembrem-se que tínhamos razão.
O melhor que temos a fazer é aceitar críticas construtivas, isso faz com que nos eleve, mas não viver somente da opinião alheia.
Agradar a nós mesmos talvez seja o melhor caminho.
Você faz parte da criação.
A criação é linda.
E você pode se sentir incluído nesta beleza.
Seja você!

(Nelmara Cosmo )

Sempre, no nosso humilde orgulho, achamos que nossas decisões são as mais acertadas, mas nem sempre são.
Entristecemos as pessoas que gostamos e amamos, tudo porque achamos que estamos certos.
Hoje, depois de mais de 39 anos de vida, a única certeza que tenho, é que nada sei.
Não estou comentando só para citar outrem e sim, porque é isso mesmo.
Cheguei a pensar que existia o valor da amizade, da palavra, do contrato, da recíproca, do trabalho duro, do investimento e acreditava, inclusive, na invencibilidade do Amor.
O tempo foi passando, e cada uma das certezas que eu tinha, foram ao chão e quebrarem-se como que estivessem escritas em placas de argila, as mesmas placas, que acreditava que tinham sido forjadas no mais duro e nome aço, entalhadas a Laser, mas não... todas, quebraram-se, espatifaram-se e mostraram o quanto errado que eu estava...
Não havia certeza, talvez uma única, somente que nada é certo.
Passei vários anos procurando encontrar as certezas, mas a minha procura, foi externa.
Procurei em outras cidades, estados, com amigos, outros amores e inclusive no meu trabalho e mais certezas colecionei... que nada sabia, que nada encontrava.
Então, onde que posso encontrar a certeza de alguma coisa?
Eu acho, que todas as certezas estão dentro de nós... quando, procuramos, de fato, humildemente, ouvir nosso interior, ouvir a voz do nosso verdadeiro eu, aquele ponto de luz que somos...
Não essa máscara que nos tranvestimos para conseguir sobreviver.
Não a máscara da profissão, do dinheiro, do estado social entre tantas outras... é aquele cara, que não conseguimos encontrar quando deitamos na nossa cama.
Aquele que fica nos assombrando a cada dia... a cada momento que estamos sós.
Precisamos nos ouvir, nos sentir e, acho que somente assim, poderemos, estimar alguma certeza, pois a única que existe está em Deus, que na sua magnitude, nos colocou aqui para algum propósito e é Ele que não queremos entender.
O nosso verdadeiro euHá muito tempo, eu cheguei a vislumbrar o meu verdadeiro eu... ele estava escondido no meio de tanta sujeira e coisas que fui criando e inventando na minha vida.
Mentiras e mais mentiras, contadas e acreditadas por mim mesmo.
Dúvidas, medos entre tantas coisas.
Também, tinha a arrogância, roupas bonitas e caras etc.
Esse meu eu, que depois da limpeza, eu pude ver... mas... ele estava escondido atrás das minhas máscaras... as que nunca conseguiremos tirar, pois precisamos delas para sobreviver no mundo que vivemos.
O eu, é um ponto minúsculo, acho que nem tem tamanho, onde só emana uma luz intensa, mas que não machuca os olhos... uma luz linda e que nos dá a sensação que fala conosco...
Mas como que podemos conseguir falar conosco?
Simples... estamos sempre usando alguma máscara... então, usamos ela para falar com o nosso eu...
Quando você tiver a oportunidade de ver, sentir e até falar, você compreenderá o quanto simples as coisas podem e devem ser e, talvez com sorte, você entenderá que de fato a única certeza que você tem, é que você precisa ouvir e acreditar no seu verdadeiro eu...
Mas, ele fala baixinho e muitas vezes usando de charadas... e ai que está o perigo, pois, continuamos arrogantes e não vamos querer ouvir.
Procure, antes de dormir, logo após deitar, se projetar para dentro de sí... procure passar pelos véus que criamos, pelas barreiras assustadoras que colocamos por lá, até que você veja, lá longe uma luz... corra até ela, pois você poderá se ver...
Nem sempre é uma tarefa fácil, porque nós mesmo temos medo de nos encarar, porque, para chegarmos lá, precisamos nos despir de todas as coisas que usamos para nos esconder... precisamos encarar todas nossas mentiras, medos e coisas que criamos para que possamos nos auto enganar.
Espero que você consiga.
Eu consegui, mas nem todas as vezes eu consigo... é complicado, pois devido ao nosso dia-a-dia, acabamos fazendo, dizendo e até inventando coisas que sabemos não ser lá essas coisas e para chegar próximo de nós, precisamos encarar e resolver essas coisas... o que não é facil.
Boa sorte no seu encontro pessoal... e curta bastante.

(Ruben Zevallos Jr.)
segunda-feira, 29 de junho de 2009

Você já deve ter ouvido - e porque não falado - que fulano perdeu o encanto.
E quando é que alguém perde o encanto para você?
Quais são os seus limites?
Até onde alguém pode ir sem frustrar suas expectativas?
Falei a palavrinha mágica: expectativa.
Embora nós morramos sabendo que não devemos criá-la, quem é que suporta não cair nessa tentação?
Quem é que não toma o seu objeto de interesse - amigo, amante, amor, ser admirado - seu ser encantado?
E a criamos e o que acontece?
Balde d'água fria na cabeça!
Às vezes, a culpa não é só nossa, eu admito!
Tem muita gente dissimulada por aí, que se vende por um milhão e acaba entregando alguns poucos centavos e é fato, contra esses, realmente não há remédio, mas já os demais não. Apostamos fichas em excesso e acabamos é endividados.
Assumo que me tornei um bicho bem do desconfiado e procuro manter meus dois pezinhos atrás, pra tentar ao menos evitar quebrar a cara e não é que ainda assim conseguem me surpreender?
Pior que meu problema de, por vezes cair na tentação da expectativa, é o de não conseguir ser a mesma pessoa depois da frustração, decepção, ou seja, lá o raio de sensação que eu venha a sentir.
É meus caros, perdoar talvez realmente seja um ato divino.
Pena que há muito perdi minhas asas!

(Carine Tebar)

Ser bom é desejo ou pretensão de cada um de nós.
Entretanto, a linha demarcatória do conceito de bom é tênue e variável no espaço.
Por outro lado, só se pode dar o que se tem dentro de si mesmo.
Assim, ser bom exige, antes de mais nada, que se seja bom para si mesmo.
Quando se tem bondade suficiente para si, ela começa a fluir de maneira natural e espontânea para fora.
Infelizmente, são poucas as pessoas que atingem esse estágio de evolução.
Ser bom - como uma atitude consciente, procurada e movida pelo desejo de mostrar-se bom - tem outras conotações, exceto a de uma bondade real.
Muitos dedicam toda a sua vida a representar o papel de bons, não por hipocrisia ou com o propósito de falsidade, mas atendendo a necessidades interiores de compensação.
São os bonzinhos, os santos, as "Amélias".
Embora sejam úteis e por isso mesmo aplaudidos, as suas motivações não têm a nobreza da verdadeira bondade.
Na verdade, por trás de seu comportamento dócil e louvável, esconde-se uma pessoa profundamente infeliz, cheia de mágoas e raiva ocultas.
A trajetória do bonzinho teve início na infância, quando as suas experiências vividas e sofridas determinaram o desenvolvimento de conceitos negativos sobre si mesmo.
Inconscientemente acredita que é inferior aos outros, que não merece, que não tem direitos e não é amado.
Cresce com baixa auto-estima e com uma auto-imagem de inferioridade.
Quando adulto, busca desesperadamente uma forma de ser aceito e amado.
É aquele que está sempre pronto e, mais do que isso, procura de maneira compulsiva por pessoas e situações para que possa ser útil e servir, geralmente em detrimento de si mesmo.
É aquele que todos usam, de quem tiram proveito e abusam.
É aquele que nunca reclama e tudo faz.
Dentro de um relacionamento acredita que seja responsável pelo outro.
Não vive a sua própria vida, mas a do outro.
Se este está alegre ele também estará.
Se ele ou ela está de mau humor, sente-se para baixo, deprimido e culpado.
Sofre de ansiedade permanente por querer antecipar os desejos do outro.
Jamais fala o que pensa ou sente por medo de desagradar.
Quase nunca diz "não", pelo contrário, sempre diz "sim" quando desejaria dizer "não".
Com isso, se assoberba de obrigações, trabalhos e compromissos muito acima de sua capacidade.
Termina sempre se odiando por isso, sentindo raiva de quem o explora, mas mantém um sorriso permanente nos lábios e continua gentil.
Ele sempre ignora as suas próprias necessidades e nas poucas vezes que as reconhece convence-se de que elas não são importantes e nem prioritárias.
Se você se viu em algumas dessas características, é tempo de reavaliar a sua vida, os conceitos sobre si mesmo e os outros e começar um trabalho interior que o levará à recuperação da sua auto-estima e valorização.
Assim descobrirá que sacrificar a sua vida não é nenhuma virtude - ao contrário do que possam ter lhe ensinado - e, também, que ser bom não é ser bobo.
Perceberá ainda que ser útil não é ser amado, porque as pessoas que se utilizam de seus favores não lhe dão o que mais deseja - que é o amor, porque ninguém ama aquele que não se ama ou não se respeita!

(Willian Resende de Araújo é médico Neurologista)

No início da década de 60, alguns cientistas realizaram experiências com animais para tentar determinar algo a respeito do instinto de defesa e fuga nos seres humanos. .
Em uma das experiências, eles eletrificaram a metade direita de uma grande jaula, de modo que um cão preso nela recebesse um choque cada vez que ali pisasse.
O cão aprendeu rapidamente a permanecer no lado esquerdo da jaula.
Em seguida, a mesma instalação foi passada para o lado esquerdo da jaula e o cão logo reorientou, aprendendo a ficar do lado sem choques.
A partir disso, os cientistas prepararam todo o chão, de modo que, onde quer que o cão estivesse, ele acabaria levando um choque.
Inicialmente o animal demonstrou estar confuso e depois entrou em pânico.
Finalmente, desistiu e se deitou, aceitando os choques.
Depois, a jaula foi aberta.
Esperava-se que o cão saísse correndo, mas ele não saiu.
Embora pudesse abandonar a jaula quando bem entendesse, ele ficou ali recebendo os choques.
O que quero mostrar através desta experiência é que nós, seres humanos, agimos assim com muita freqüência.
Nos permitimos levar choques, entramos ou permanecemos em situações destrutivas, castradoras, acumulando mágoas e traumas até um ponto que não sabemos mais diferenciar o que faz bem do que não faz.
Nos adaptamos as mais diferentes formas de violência, seja física ou emocional.
Porém, não podemos permanecer neste estado, perdendo nosso poder de defesa e de luta, deixando de buscar o que acreditamos e valorizamos.
Entramos em relações destrutivas na ânsia de compensar perdas e rejeições anteriores.
Sem discernimento, nos deixamos envolver nestas situações porque a princípio parecem nos fazer felizes ou assim queremos acreditar, e não resistimos.
Nos deixamos seduzir, mesmo quando algo nos diz para dizer não, talvez muito mais por uma ilusão, idealização ou carência, do que pela própria realidade.
Quando realmente conseguimos perceber, já estamos envolvidos com pessoas e situações que nos machucam e nos impedem de crescermos.
Em função da própria carência ou em decorrência da busca de uma vida feliz, há pessoas que se tornam vulneráveis e se deixam envolver com certa facilidade.
Se algo ou alguém nos dá a impressão que irá preencher um vazio, nos agarramos sem questionar.
Em virtude do cansaço de tanto nos defendermos ou da perda das defesas psicológicas, acabamos por ceder.
Seja em relacionamentos infelizes, tanto na vida afetiva, quanto em situações de exploração ou no trabalho não-reconhecido, é muito difícil libertar-se da dependência depois que a deixamos instalar.
Não é fácil perceber e aceitar que muitas vezes nos tornamos acomodados e dependentes do que nos faz mal. Importante: não falo aqui da dependência financeira, mas principalmente da emocional.
Quando permitimos ser privados de nossa saúde mental e de nossos próprios instintos, não é fácil o caminho de retorno, como o cão que não mais percebe que a porta da jaula eletrificada está aberta.
Isto por que a tomada de consciência da dependência é um processo psicológico dolorido, como se o conhecimento das causas doesse mais que o sofrimento.
Quando desvalorizam tudo o que fazemos ou criamos, seja o que for, é como se jogassem no lixo nosso 'eu' mais verdadeiro.
Neste caso, a pessoa cai num tipo de indiferença consigo mesma, porque perdeu o auto-respeito, a confiança e a capacidade de se amar, como se passasse a se punir por ter permitido que o outro rompesse suas barreiras mais caras e ultrapasse os limites da sua individualidade.
Nos perdemos não só porque os outros não respeitam nossos limites, vontades e desejos, mas principalmente porque nós próprios não os respeitamos.
Mesmo machucados, dilacerados em nossos sentimentos mais íntimos, insistimos em manter a situação.
Abaixamos nossa cabeça, calamos nossas vozes, fechamos nossos olhos e acreditamos estar vivendo.
Viver?...
Como viver sem alegria, sem crescimento, sem transformação, afastados de tudo o que nos é importante?
Quando alguém é conduzido pelos valores dos outros por muito tempo, fecha-se num mundo sem cor, deixa-se aniquilar, anular, morrer internamente.
As escolhas destrutivas machucam, nos fazem sentir no fundo do poço, mas também podem nos fazer aprender e crescer, desde que estejamos prontos a reconhecer os erros e a reagir.
Isto ocorre quando não mais conseguimos suportar e ao olharmos à nossa volta, questionamos o que fizemos com nossa vida.
Que direito temos de nos destruir ou permitir que o outro o faça?
Se a pessoa percebe isso, reúne forças para recolher os pedaços que sobraram, cuidar dos ferimentos e recomeçar a vida.
Ela entende que ainda que um episódio represente um desastre, há outros episódios à sua espera, outras oportunidades de acertar, outros caminhos a tomar, apesar do medo que fica como seqüela.
Quantas vezes você não pediu para abrirem a porta para que você entrasse, mesmo sabendo que seria maltratado?
Mas mesmo assim você entrou, talvez por ser a única porta que se abria...
Ou quantas vezes você não permaneceu no mesmo lugar que era maltratado, mesmo com as portas abertas?...
E lá ficou, mesmo sabendo que este não seria o seu lugar.
Afinal, qual é mesmo o seu lugar?...
(Rosemeire Zago)
domingo, 28 de junho de 2009
Quando o assunto é amor, em geral, passam muitas dúvidas por nossa cabeça.
" O que estou sentido é desejo ou amor? "
" Entro de cabeça ou caio fora, antes de me magoar com mais uma separação? "
" Devo 'ficar' apenas ou ter uma relação com maior compromisso?"
Claro que existem motivos para as indecisões, pois é muito difícil chegar à vida adulta sem sofrimentos causados por pessoas que amamos ou tentamos amar.
Vivemos inúmeros desentendimentos e situações dolorosas com nossos parceiros; esses conflitos são, com freqüência, responsáveis por grande número de nossas separações.
O importante é que, enquanto vagamos pelos relacionamentos amorosos, vamos entendendo a diferença entre "ficar" e namorar.
Percebemos que existe grande distância entre um e outro.
As mudanças em nosso estilo de vida, em especial nos últimos anos, vêm sendo rápidas e contribuem para o estabelecimento de uniões passageiras.
Uma onda de liberdade sexual se estabeleceu e vimos muitos breves encontros amorosos, ou talvez, uma série de relacionamentos menos prolongados, tornarem-se habituais.
A cultura dos descartáveis desabou sobre nós: tudo é comprado, consumido e logo jogado fora. Até no campo do amor isso aconteceu: surgiu o "ficar".
Ele consiste, geralmente, de uma série de despreocupados encontros que podem durar alguns minutos ou horas, marcados por momentos de intenso desejo e imensa excitação.
Trata-se de uma empolgação romântica que parece irresistível.
Na verdade, adoramos nos apaixonar.
E sabemos, por experiência própria, que o "ficar" pode gerar sensações estranhas: pouco a poucos nos cansamos da conversa monótona.
Pensamos em até que ponto nos desiludimos da última vez que tivemos um encontro desses e quanto tempo demorou para nos recuperarmos.
De outro lado, algumas pessoas sentem-se como que presas numa porta giratória e a cada virada ficam mais confusas.
São tantas idas e vindas, tantas apresentações sem continuidade, que acabam com a impressão de estarem saindo do cinema antes do final do filme.
Outros, ainda, desencantam-se com os encontros de curta ou curtíssima duração, porque não se conformam com os breves lampejos de excitação que logo se apagam da memória ou se desmancham no ar.
Parecemos ter a capacidade ilimitada de tapar os olhos, mas as minidesilusões constantes causam um tipo de dor que maltrata o coração.
Começamos aí a procurar algo mais, ou seja, queremos ser capazes de relaxar nossa guarda com alguém.
Em vez de nos produzirmos, disfarçando a realidade e o fugaz e eletrizante encontro do "ficar", queremos ser aceitos do jeito que somos e afrouxar nossas defesas.
Mais do que tudo, ansiamos por segurança, por viver sem o medo constante de rejeição e abandono.
Se dizemos que vamos telefonar, temos de cumprir a promessa.
Aí pode surgir o namoro.
Enquanto o "ficar" nos dá a sensação de tufos de algodão-doce que se derretem em segundos na boca, o namoro envolve o sentimento de haver compreensão, cuidados mútuos.
É uma fase de intenso companheirismo.
O namoro é uma época definitivamente importante, porque possibilita desvendar algumas facetas ocultas de nosso parceiro.
Esse processo de averiguação nos ajuda a determinar se queremos ou não aprofundar o relacionamento.
Se acreditarmos que é possível encontrar e manter vivo o amor, as ligações amorosas, mesmo fugazes e despretensiosas, podem nos ensinar muitas coisas, nos modificar.
E com certeza poderão transformar-se na semente de relações duradouras e felizes.

(Maria Helena Matarazzo)
 
Todo o comportamento humano decorre da concepção que nós temos da realidade e nessa realidade existem dois pólos bastante distintos: nós e aquilo que nós somos, nós e aquilo que nos cerca, nós e as outras pessoas.
Nossa postura na vida depende do modo como estabelecemos essa relação; a relação entre nós e os outros, entre nós e os membros da nossa família, entre nós e outros membros da sociedade, entre nós e as coisas; a relação entre nós e o trabalho, entre nós e a realidade externa.
A nossa maneira de sentir e de viver depende de como cada um de nós interioriza a relação entre essas duas partes da realidade, entre esses dois blocos da realidade.
Uma das formas que aprendemos de nos relacionarmos com os outros é a postura que designamos por Vítima.
O que é a vítima?
A vítima é a pessoa que se sente inferior à realidade, é a pessoa que se sente esmagada pelo mundo externo, é a pessoa que se sente desgraçada face aos acontecimentos, é aquela que se acostuma a ver a realidade apenas em seus aspectos negativos.
Ela sempre sabe o que não deve, o que não pode, o que não da certo.
Ela consegue ver apenas a sombra da realidade, em paralelo com uma incrível capacidade para diagnosticar os problemas existentes.
Há nela uma incapacidade estrutural de procurar o caminho das soluções e, neste sentido, ela transfere os seus problemas para os outros; transfere para as circunstâncias, para o mundo exterior, a responsabilidade do que lhe está acontecendo.
Ela não assume a sua posição na vida, culpa os outros pelo que está acontecendo no seu modo de encarar e perceber a vida.
Esta é a postura da justificativa.
Justificar-se é o sinal de que não queremos mudar.
Para não assumirmos o erro, justificamo-nos, ou seja, transformamos o que está errado em injusto e, de justificativa em justificativa, paralisamos-nos, impedimo-nos de crescer.
A Vítima é incompetente na sua relação com o mundo externo.
Enquanto colocarmos a responsabilidade total dos nossos problemas em outras pessoas e circunstâncias, tiraremos de nós mesmos a possibilidade de crescimento.
Em vez disso, vamos procurar mudar as outras pessoas.
Este tipo de postura provém do sentimento de solidão.
É quando não percebemos que somos responsáveis pela nossa própria vida, por seus altos e baixos, seu bem e seu mal, suas alegrias e tristezas; é quando a nossa felicidade se torna dependente da maneira como os outros agem; é quando condicionamos nossa felicidade e paz interior ao comportamento dos outros, à ação dos outros, quer eles sejam nossos amigos, nossos filhos, nossos pais, nossos cônjuges, nossos colegas de trabalho ou quaisquer outras pessoas que conosco se relacionam.
E como as pessoas não agem segundo nosso padrão, sentimo-nos infelizes e sofredores. Realmente, a melhor maneira de sermos infelizes é acreditarmos que é a outra pessoa que compete nos dar felicidade e, assim, mascaramos a nossa própria vida frente aos nossos problemas.
A postura de vítima é a máscara que usamos para não assumir a realidade difícil, quando ela se apresenta.
A falta de vontade de crescer, de mudar da vítima é escondida sob a capa da aparição externa.
Essa é uma das maiores ilusões da nossa vida: desejarmos transferir para a realidade que não nos pertence, sobre a qual não possuímos nenhum controle, as deficiências da parte que nos cabe.
Toda relação humana é bilateral: nós e a sociedade, nós e a família, nós e o que nos cerca.
O fato do mundo externo nos apresentar aspectos negativos não quer dizer que não sejamos perfeitos e o fato de nós possuirmos uma deficiência não significa que o outro também a possua. Essas duas partes da mesma realidade não são antagônicas, não são uma simples relação causal e, sim, complementares e integradas.
O maior mal que fazemos a nós próprios é usarmos as limitações de outras pessoas do nosso relacionamento para não aceitar a nossa própria parte negativa.
Assim, usamos o sistema como bode expiatório para a nossa acomodação no sofrimento.
A Vítima é a pessoa que transformou sua vida numa grande reclamação.
Seu modo de agir e de estar no mundo é sempre uma forma queixosa, opção que é mais cômoda do que fazer algo para resolver os problemas.
A vítima usa o próprio sofrimento para controlar o sentimento alheio; ela se coloca como dominada, como fraca, para dominar o sentimento das outras pessoas.
O que mais caracteriza a vítima é a sua falta de vontade de crescer.
Sofrendo de uma doença chamada Perfeccionismo, que é a não aceitação dos erros humanos, a intolerância com a imperfeição humana, a vítima desiste do próprio crescimento.
Ela se tortura com a idéia perfeccionista, com a imagem de como deveria ser e tortura também os outros relativamente àquilo que as outras pessoas deveriam ser.
Há na vítima uma tentativa de enquadrar o mundo no modelo ideal que ela própria criou, e sempre que temos um modelo ideal na cabeça é para evitarmos entrar em contato com a realidade.
A vítima não se relaciona com as pessoas aceitando-as como são, mas da maneira que ela gostaria que fossem.
É comum querermos que os outros sejam aquilo que não estamos conseguindo ser, desejar que o filho, a mulher e o amigo sejam o que nós não somos.
Colocar-se como vítima é uma forma de se negar na relação humana.
Por esta postura, não estamos presentes, não valemos nada, somos meros objetos da situação. Querendo ser o todo, colocamo-nos na situação de sermos nada.
Todavia, as dificuldades e limitações do mundo externo são apenas um desafio ao nosso desenvolvimento, se assumirmos o nosso espaço e estivermos presentes.
Assim, quanto pior for um doente, tanto mais competente deve ser o médico; quanto pior for um aluno, mais competente deve ser o professor.
Assim também, quanto pior for o sistema ou a sociedade que nos cerca, mais competentes devemos ser com pessoas que fazem parte desta sociedade; quanto pior for nosso filho, mais competentes devemos ser como pai ou mãe; quanto pior for a nossa mulher, mais competentes devemos ser como marido; quanto pior for nosso marido, mais competentes devemos ser como esposa, e assim por diante.
Desta forma, colocamo-nos em posição de buscar o crescimento e tomamos a deficiência alheia como incentivo para nossas mudanças existenciais.
Só podemos crescer naquilo que nós somos, naquilo que nos pertence.
A nossa fantasia está em querermos mudar o mundo inteiro para sermos felizes.
Todos nós temos parte da responsabilidade naquilo que está ocorrendo.
Não raras vezes, atribuímos à sociedade atual, ao mundo, a causa de nossas atribulações e problemas.
Talvez seja esta a mais comum das posturas da Vítima: generalizar para não resolver.
Os problemas da nossa vida só podem ser resolvidos em concreto, em particular.
Dizer, por exemplo, que somos pressionados pela sociedade a levar uma vida que não nos satisfaz, é colocar o problema de maneira insolúvel.
Todavia, perguntar a nós mesmos quais são as pessoas que concretamente estão nos pressionando para fazer o que nos desagrada, pode trazer uma solução.
Só podemos lidar com a sociedade em termos concretos, palpáveis.
Conforme nos relacionamos com cada pessoa, em cada lugar, em cada momento, estamos nos relacionando com a sociedade, porque cada pessoa específica, num determinado lugar e momento, é a sociedade para nós naquela hora.
Generalizamos de maneira comum para não solucionarmos e como tudo aquilo que nos acontece está vinculado com a realidade, todas as vezes que quisermos encontrar desculpas para nós, basta olhar a imperfeição externa.
Colocar-se como vítima é economizar coragem para assumir a limitação humana, é não querer entender que a morte antecede a vida, que a semente morre antes de nascer, que a noite antecede o dia.
A vítima transforma as dificuldades em conflito, a sua vida em um beco sem saída.
Ser vítima é querer fugir da realidade, do erro, da imperfeição, dos limites humanos.
Todas as evidências da nossa vida demonstram que o erro existe, existe em nós, nos outros e no mundo.
Neurótica é a pessoa que não quer ver o óbvio.
Fazemos o jogo dos que nos querem controlar quando nos colocamos na posição de vítimas, não aceitando a fragilidade e as dificuldades humanas.
A vítima é uma pessoa orgulhosa que veste a capa da humildade.
O orgulho dela vem de acreditar que ela é perfeita e que os outros é que não prestam.
Crê que se o mundo não fosse do jeito que ele é, se sua esposa não fosse do jeito que ela é, se seus filhos não fossem do jeito que eles são, se o seu marido fosse diferente, ela estaria bem, porque ela, vítima, é boa, os outros é que têm deficiências, apenas os outros têm que mudar.
A esse jogo chama-se o jogo da Infelicidade.
A vítima é uma pessoa que sofre e gosta de fazer os outros sofrerem com o sofrimento dela, é a pessoa que usa suas dificuldades físicas, afetivas, financeiras, conjugais, profissionais, para não crescer, mas para permanecer nelas e, a partir disso, fazer chantagem emocional com as outras pessoas.
A maioria de nossas mágoas e ressentimentos resultam de que nós achamos que se sangrarmos, outras pessoas sofrerão e se cairmos, outras ficarão tristes.
É uma atitude de vingança com relação às outras pessoas.
A vítima é a pessoa que ainda não se perdoou por não ser perfeita e transformou o sofrimento num modo de ser, num modo de se relacionar com o mundo.
É como se olhasse para a luz e dissesse: "Que pena que tenha a sombra...", é como se olhasse para a vida e dissesse: "Que pena que haja a morte...", é como se olhasse para o sim e dissesse: "Que pena que haja o não...".
E todas as vezes que quiser ser feliz é fácil, basta ver o que há de negativo.
A luz e a sombra são faces de uma mesma moeda, a vida é feita de vales e de montanhas.
Não são as circunstâncias que nos oprimem, é a maneira como nos posicionamos diante destas circunstâncias, porque nas mesmas circunstâncias em que uns procuram o caminho do crescimento, outros procuram o caminho da loucura, o caminho da alienação.
As circunstâncias são as mesmas, o que muda é a disposição para o alvorecer, para o desabrochar, ou a disposição para murchar e fenecer.
Viver é resolver problemas e para cada problema existe uma solução, porque um problema só pode ser verdadeiro se houver solução. Um problema sem solução é um problema falso.
As vezes preferimos ficar com os problemas falsos para evitar a solução dos problemas verdadeiros.
Um dos jogos preferidos pela vítima para sofrer e fazer outros sofrerem é o jogo do Passado.
O jogo do passado consiste em atribuirmos ao passado a responsabilidade pelo que nos esta ocorrendo no presente.
É quando transpomos o passado para a realidade: se tivéssemos estudado, se tivéssemos casado com outra pessoa, se nossos pais não fossem como são, se nossa infância não fosse como foi, se não tivéssemos perdido aquela oportunidade, se não tivéssemos tido filhos, estaríamos bem, porque nos julgamos bons e perfeitos.
Não possuímos limitações; quem possui limitações é a nossa mãe, nosso pai, nossa infância, nosso passado.
Este jogo é paralisante porque transforma numa visão causal, linear, a nossa própria vida, quando de fato é estrutural e dinâmica.
Através desse jogo, selamos nossa vida com a crença num destino pré-determinado, e com isso escondemos a nossa falta de coragem para mudar hoje o que tem de ser mudado.
As pessoas podem viver olhando para frente, entendendo que hoje é o primeiro dia do resto de suas vidas, ou então ficar olhando para trás, de costas para a vida. São aquelas pessoas que não conseguem viver o que está acontecendo hoje, pois estão muito presas a tudo que já passou, a tudo aquilo que já morreu.
Mais cedo ou mais tarde, temos que nos perguntar:
"É o passado que cria o nosso presente ou é o presente que cria o nosso passado?"
Evidentemente aprendemos que é o passado que faz o presente, que o momento presente é apenas o fruto de tudo que já passou.
Mas temos, em nome da nossa felicidade, que reaprender que é o presente que cria o passado; em outras palavras, tudo antes de ser o passado teve de ser primeiro presente, tudo que estamos fazendo agora daqui a pouco será passado.
Vivamos intensamente o nosso presente, o nosso agora, porque daqui a pouco ele será passado e não volta nunca mais.
A vida é um momento sem retorno, é o aqui e o agora.
Não podemos substituir o nosso presente pelas preocupações com o futuro e nem tampouco substituir a gratuidade e o calor do momento presente pela frieza das lembranças do passado, pois recordar é morrer.
O passado tem profundo significado na nossa vida, mas somente como aprendizado, apenas como referência para o nosso presente, e não como determinante da vida que nós vivemos hoje.
Nós somos o mundo e a vida em transformação.
O presente é o único momento que de fato existe em nossa vida.
A maneira mais desvitalizada de ser é transformar-se numa estátua de sal voltada para trás. Mas há pessoas que preferem viver o frio, o morno, o fantasma de ontem, ao invés da inebriante alegria - a vida e o calor do momento presente.
Viver o presente é aceitar que, humanamente, só podemos ser felizes apesar de alguma coisa, que nós somos o que somos e não o que os outros querem que sejamos, e que viver é aceitar a co-autoria vivencial entre nós e o mundo, fazendo uma síntese com a vida que nos rodeia.

(Antonio Roberto Soares)

É muito comum criarmos expectativas sempre que estamos em um projeto ou querendo obter algum resultado de algo que esperamos ou ainda, participando de um programa de reeducação alimentar.
A espera do resultado sempre gera ansiedade e expectativa.
A maioria de nós sempre espera que certas coisas aconteçam de uma certa maneira.
O que dizer quando estamos dentro de um relacionamento instável e ficamos sempre esperando um telefonema, a presença constante, uma atitude?
As expectativas são o que pensamos que deve acontecer como resultado do que fazemos, dizemos ou planejamos.
E a decepção é inevitável quando as coisas não saem como planejamos.
Você espera pelo aumento que acredita merecer.
Você espera ser amada para sempre.
Deseja nunca mais ser abandonada.
Espera que seus amigos a compreendam quando mais precisa deles.
Espera não ser julgada nem criticada quando algo não dá certo.
Quando somos frustrados em nossas expectativas, nossos medos mais secretos podem surgir, como o medo de não mais ser amada, ser abandonada, rejeitada.
A sensação de que não temos valor, que não valeu à pena a espera, que já sofremos tanto, por que de novo, por que comigo, são alguns dos pensamentos que tomam conta de nossa mente.
“A decepção é inevitável quando as coisas não saem como planejamos.”
Esperamos sem nada fazer quando acreditamos no pensamento mágico, em nossas fantasias e desprezamos os dados de realidade.
Suas expectativas são coerentes com a realidade?
Talvez seja uma pergunta importante para explorar.
Muitas vezes a realidade está muito distante de nossas expectativas, mas a ignoramos.
A expectativa consome nossa paciência, harmonia e equilíbrio interno.
Parece que quanto mais esperamos mais difícil se torna chegar ao resultado.
E nesse compasso de espera, como nem sempre temos controle de tudo, nos decepcionamos.
Nesse momento é muito comum a busca por culpados.
Costumamos culpar alguém por quase tudo.
Essa é uma maneira sutil de não enfrentar os próprios desejos, que em geral ficam ocultos.
As expectativas não realizadas geram raiva, autopiedade, e nos colocamos no papel de vítima.
Pensamos o quanto o outro foi injusto.
Pode até ser que tenha sido mesmo, mas será que não recebemos sinais de que isso poderia acontecer e os desprezamos?
Será que é a outra pessoa que nos decepciona ou nós que esperamos algo que nem sempre podem nos dar?
Claro que depende do caso.
É diferente da situação no trabalho quando alguém te prejudicou seriamente.
Outro conflito muito comum gerado pela expectativa é quando esperamos alguma atitude de alguém e não expressamos o que queremos, como se o outro tivesse a capacidade de ler nossos pensamentos.
Um exemplo muito comum é do marido ao chegar em casa depois de um dia de trabalho.
A esposa está preparando o jantar, esperando que o marido ao chegar irá lhe dar um abraço e ele ao ver sua seriedade pensa que ela deve estar envolvida com o que está fazendo e para não atrapalhar, a cumprimenta rapidamente com algumas palavras.
Conclusão: os dois queriam receber um abraço, mas como reagiram de acordo com os próprios pensamentos, imaginando o que o outro estaria pensando, ambos acabam se frustrando.
O mesmo pode acontecer com quem faz um programa de reeducação alimentar.
Espera que os demais membros da família adivinhem o quanto está sendo difícil manter os novos hábitos, principalmente enquanto todos desfilam com seus pratos recheados de tudo que adora comer.
Será que eles imaginam sua dificuldade?
Nem sempre as pessoas sabem exatamente como nos sentimos.
Por isso, o mais indicado é identificar suas expectativas.
Ao dizer: “você me ignora quase toda noite ao ficar assistindo televisão” é muito diferente de dizer: “eu me sinto ignorada quando você fica assistindo TV”.
Quando as expectativas não são expressas tendemos a fazer um julgamento impulsivo diante do comportamento do outro e que nem sempre corresponde ao que o outro desejava demonstrar.
Verbalizar suas expectativas é importante em qualquer relação.
Como o caso citado acima de quem faz uma reeducação alimentar.
Pactos de silêncio acontecem muitas vezes sem que percebemos e geram muitos conflitos.
Todos nós queremos que as coisas aconteçam de um certo modo, mas quando este desejo não se realiza ficamos irados e sequer conseguimos pensar.
“As expectativas podem nos mover, motivar, mas também nos destruir internamente.”
As expectativas em geral nos deixam com uma venda nos olhos, não conseguimos enxergar a situação em sua totalidade e podem impedir nosso crescimento e a capacidade de manter relações saudáveis.
Quando foi a última vez que você se sentiu frustrada porque alguém não agiu como esperava?
Você culpou a outra pessoa mesmo ela não sabendo o que você esperava dela?
Geralmente quando culpamos alguém é porque tínhamos expectativas de que aquela pessoa “deveria” ter agido de maneira diferente do que fez.
As expectativas sempre nos deixam fora de controle.
Quando compreender que não é responsabilidade de ninguém “adivinhar” o que você quer seus conflitos podem diminuir.
Quando nossas expectativas são um fator primário na maneira em que pensamos, ouvimos, falamos, a decepção se torna uma constante.
E quando as expectativas de nossos próprios comportamentos são frustradas?
É muito doloroso manter a expectativa enquanto percebe que o tempo passa e que seu desejo está longe de ser alcançado.
Você aguarda e aguarda, até desistir.
Mas, o que tem feito para alcançar efetivamente o que deseja?
Muitas pessoas simplesmente ficam em compasso de espera, acomodadas ao velho e conhecido padrão antigo de comportamento, como se não dependessem delas para que as coisas aconteçam como deseja.
É certo que há situações que somos impotentes ou quando esperamos a atitude de alguém, mas, ainda assim, se criar expectativas em relação ao comportamento de outra pessoa, estará no caminho mais seguro para se decepcionar e se frustrar.
As expectativas podem nos mover, motivar, mas também nos destruir internamente.
Quanto mais expectativas criarmos, mais estaremos propensos a nos decepcionar.
Pense sobre suas expectativas, em que áreas elas aparecem mais?
O que você tem feito para que se realizem?
Se quiser se aprofundar mais, escreva sobre cada uma de suas expectativas não realizadas e veja se eram coerentes com a realidade.
Talvez você descubra coisas novas sobre si mesma.
Talvez aprenda a aceitar o que realmente está acontecendo e como lidar com a situação.
Nem sempre as coisas acontecerão da maneira como desejamos, mas, nem por isso devemos parar de lutar e desistir.
Talvez seja um sinal de que o mais indicado é mudar o caminho e não seu destino em chegar onde deseja.
(Rosemeire Zago é Psicóloga Clínica)

Talvez seja bobagem festejar o aniversário de 500 postagens, é apenas mais um número como qualquer outro e por isso não diferente a ponto de ser agraciado, louvado, premiado, comemorado, enfim... tem gente que já tem 1.000, 1.500, 2.000, 5.000 postagens etc, etc.
Bom , talvez nem todos posts tenham sido bons , mas é verdade , estamos agora com 500 posts!!
Esse é o número 501!
Meus queridos e queridas , quero dizer da tamanha alegria que sinto neste momento ao chegar à postagem de número 500.
Alegria que compartilho com cada um de vocês que deixaram seu carinho em forma de comentários .
A todos, muito obrigado !
Beijinhos Carinhosos !!!
 
Glauria

O ciúme é o medo da perda, mas perda de quê?
Em primeiro lugar, da autoconfiança, pois ao escolher alguém que você supõe irá traí-lo(a), isso significa que você não confia na sua capacidade de escolha.
Mas há também o medo de perder o controle sobre o parceiro e sobre a própria relação, o que acontece com freqüência quando um significa todo o suporte ou o sentido da vida do outro.
“Este tipo de ciúme gera medo, insegurança e ansiedade.
É muito perigoso colocar o(a) parceiro(a) como o ar que se respira, porque se ele(a) se afastar, aquele que é deixado sente-se vazio e perdido”, diz a psicóloga Aparecida Nogueira.
Uma das grandes causas de desrespeito, mágoa e separação de casais, o ciúme é um sentimento corrosivo que pode crescer a ponto de sufocar a saúde mental e física dos parceiros.
“No ciúme existe o desconforto de uma experiência real ou imaginária de medo”, diz a psicóloga Mônica Levi.
“Medo principalmente de perder o parceiro para outra pessoa”, completa.
Muitas vezes, a raiz do ciúme se encontra na infância, em relacionamentos complicados com a figura da mãe ou do pai, ou da pessoa que exercia esse papel na vida da pessoa.
Quem ama cuida, mas não demais!
Muita gente justifica seu ciúme como uma postura de cuidado, e não de cerceamento à liberdade do outro”, diz o psicólogo Eduardo Ferreira Santos, autor do livro “Ciúme: o lado amargo do amor”, explicando que zelar por alguém, significa cuidar.
“Mas o ciumento não trata o outro bem já que desconfia dele”, diz.
O ciumento fala do outro com raiva, e à medida que o ciúme aumenta, o maltrato também evolue, podendo chegar à violência e até à morte.
O primeiro passo para que o zelo se transforme em ciúme, segundo Eduardo, é a relação simbiótica, caracterizada pela necessidade de ter o outro.
A simbiose é a idéia de que no casal não existem duas individualidades distintas, mas um único ser.
Esse sentimento é baseado na dependência e não no desejo de compartilhar com o outro.
A dependência é doentia e torna as pessoas infelizes.
Mesmo assim é muito comum e acontece quando um dos parceiros não se sente capaz de viver por si próprio e de enfrentar o mundo.
Essa sensação de não ser completo(a) cria a ilusão de uma absoluta necessidade da outra pessoa. Como conseqüência, surge o pânico de ser perder o controle e ser abandonado(a).
O ciúme surge como um mecanismo inconsciente que busca controlar e reter o outro só para si.
Tudo o que não se encontra dentro da relação simbiótica passa a representar uma ameaça ao parceiro que não suporta a idéia de ser abandonado(a).
Não se trata de não sentir ciúme nunca, já que este é uma expressão de uma emoção.
A questão é não se deixar dominar por ele e, ao contrário, dominar a sua expressão a fim de que não cause danos nem à pessoa nem ao relacionamento.
O ciúme é péssimo tanto para quem sente como para quem se torna sua vítima.
É um sentimento que desgasta muita energia psicológica, que faz com que o indivíduo deixe de saber quem ele é.
Enquanto uma pessoa vigia outra, não está olhando para si própria, num mecanismo de defesa que a impede de perceber quais são os seus cinqüenta por cento na relação.
O ciúme é algo cruel quando exagerado, quando fora de controle, pois a pessoa fica sem ter contato com as suas verdadeiras emoções e não percebe o medo que se encontra dentro de si e suga as suas energias provocando devastações internas e destruindo relacionamentos.

(Fernanda Dannemann)

Com freqüência atendo pessoas que chegam ao meu consultório sofrendo com o término de um relacionamento afetivo ou por estar vivendo um momento de crise na relação amorosa.
É comum um misto de dor, tristeza, raiva, mágoa, desolamento, medo, dúvida, frustração, desejo de revidar e desespero, tomar conta do mundo emocional nestas horas e os sentimentos ficam tão intensos e misturados que é até difícil identificar o que se sente, levando muitos a acreditar que estão sofrendo por amor.
Será?
Será que o amor dói?
Será que existe dor de amor?
Amor não dói.
Amor cura e equilibra.
O que dói no final de um relacionamento ou quando ele passa por uma prova difícil é não vermos nossos sonhos realizados, nem sermos atendidos em nossos desejos, ou ainda, o orgulho ferido e a decepção.
O apego e o sentimento de posse também fazem sofrer e crer que não há possibilidade de vida fora daquele relacionamento ou daquela forma de se relacionar.
Todavia, quando o que prevalece em nossos sentimentos é o amor, não há espaço para medos, dúvidas, inveja, raiva, desejos de vingança, ódio, posse ou desespero.
“Mas se eu amo tanto, como pode, de repente, o amor virar isso, tanta mágoa, tanta raiva, tanta confusão?”
Costumam perguntar.
É, o amor não pode mesmo virar raiva ou mágoa.
O que normalmente ocorre é que o amor convive com nossas inseguranças, com nossos medos e dúvidas, com a raiva, com os apegos, com o desejo de vingança, com o ciúme, com o orgulho e com o egoísmo e com todas essas nossas facetas tão humanas que ainda não foram suficientemente educadas e trabalhadas, e que por isso, numa crise podem tornar-se predominantes escondendo ou turvando o amor por causa das urgências e das necessidades que nos impõem.
Assim, ao perdermos o contato com o amor, não somente com o amor que sentimos pelo parceiro, mas principalmente com a capacidade de amar, o sofrimento toma conta de nosso mundo interior fazendo com que se ache que o que está nos fazendo sofrer é o amor que nutríamos até então.
Mas sentir amor não dói.
Quem ama de forma aberta, madura, quando vê partir seu companheiro ou se vê envolto numa crise relacional, sente tristeza, o que é normal; às vezes, até um inconformismo momentâneo, talvez uma pitada de raiva, mas o amor, ou a capacidade de amar, por ser maior que todos esses sentimentos, é predominante e tem o poder de reequilibrar este coração, que se sente forte e vitorioso, ainda que arranhado.
E, mantendo-se sereno, não cultiva desejos de revide, nem desesperos, nem dúvidas, medos ou ódios.
Quem ama sente-se capaz de amar sempre e de novo, e mais uma vez, se preciso for.
O desafio, então, é aprender a amar de verdade.
Aprender a construir em si um amor que não seja esquecido no primeiro erro do ser amado, que não se esconda quando o ego não se sentir atendido em seus desejos ou caprichos.
Amor que consiga enxergar suas próprias necessidades permanecendo em contato com as necessidades do seu parceiro criando um equilíbrio no querer.
Amor capaz de sacrifícios sem lamúrias.
Amor capaz de perdoar e seguir em frente acompanhando o soerguimento daquele que errou. Amor capaz de encher a vida de felicidade.
Portanto, se sentimos que sofremos por causa de uma relação afetiva, ao invés de culparmos o amor, seria mais interessante se perguntar se o sofrimento não foi causado por uma carência afetiva, por uma baixa auto-estima; se não é a vontade, o desejo de possuir e comandar a vida do outro de forma que ele nos atenda ou de modo que ele seja o que sonhamos; se não é o egoísmo e/ou orgulho ferindo nossa sensibilidade, que nos faz sofrer.
Aprendendo a amar, libertamos a nós mesmos de muitos sofrimentos e melhoramos a qualidade das relações afetivas transformando-as em relações verdadeiramente amorosas.
Acredito que melhor seria dizer que o que pode nos trazer dor é não sabermos conviver e nem nos comunicar bem; é o perfeccionismo que atrelamos ao sucesso da relação afetiva; é querer moldar o outro à imagem que temos do ideal procurado; é não termos autoconhecimento, nem auto-estima; é pensar que o outro tem poder de nos fazer felizes ou infelizes; é achar que temos poder e direitos sobre a vida do companheiro; é acreditar que se vive um conto de fadas e por isso entender que o ser amado é infalível, incapaz de ferir, e que nós somos especiais, de tal forma que, ninguém pode nos trair, aborrecer, desobedecer ou nos deixar.
Assim, a todos os que me procuram reclamando “das dores de amor”, ofereço, através da terapia floral, primeiramente, o conforto restaurador e equilibrador das belas forças da natureza e, a seguir, o antídoto para seu sofrimento que vem do autoconhecimento associado a reconexão com seu propósito de vida, com a auto-estima e com suas qualidades e virtudes, especialmente, acreditem, a do amor.
E ao permitir que ele, o amor, inunde de novo o mundo interior, renovam-se as forças da vida, a coragem de prosseguir e a possibilidade de ser feliz.
 
(Thais Accioly é Terapeuta floral)

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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

Quem sou eu

Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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