domingo, 28 de fevereiro de 2010


Todos nós, na infância, temos sonhos: grandes, médios ou pequenos.
Mas à medida que a vida passa, esses sonhos vão para as prateleiras da vida.
Depois para a área de serviço, até que chegar ao sótão e ser, então, esquecidos.
E os sonhos acabam se tornando vestígios de uma época em que a pessoa acreditava no mundo e em sua capacidade de realização.
Enquanto os perdedores se acomodam e pensam que um sonho é muito para eles, os campeões se perguntam o que precisam fazer para realizá-lo.
Nunca pense que uma meta não foi feita para você, mas sim virtudes que precisa desenvolver para conseguir atingi-la.
Seus sonhos mantêm aceso o fogo sagrado em seu coração.
Eles são a seiva da vida.
Nós envelhecemos não porque o tempo passa, mas principalmente porque abandonamos nossos sonhos.
Pessoas de idade avançada, mas com grandes ambições, carregam nos olhos o brilho da juventude, pois suas metas continuam alimentando sua alma.
É triste olhar para alguém com 40 ou 50 anos e observar que está vivendo a espera da morte.
É frustante ver adolescentes precocemente envelhecidos, pois em seus corações já não carregam mais sonhos.
Para essas pessoas viver é simplesmente completar o dia, completar o mês, completar o ano.
E é triste constatar que nosso povo está deixando de sonhar.
A maioria procura completar o dia.
Não se permite imaginar algo além do que está vivendo.
Nunca
Nunca
Nunca Desista!
Acredite Sempre!

(Roberto Shinyashiki)

A pele de seda, que outra vestiu-me, hoje reveste-se de linho com suas tramas perfiladas pelo tempo.
Os anos fizeram da pele do meu corpo sua estrada na caminhada da minha vida.
Na pele deslizante, corredor de mãos amadas que já sentiram a sensação de pétalas de rosas, hoje sentem vestígios de uma pele macia com minúsculos sulcos a permear o rosto e pressentem no corpo insinuações de que algo mudou.
A pele translúcida de anos atrás deu lugar à pele opaca, que consegue recuperar o brilho quando o amor chega e iluminar-se pela maravilha de sentir-se amada.
Buscar nas lembranças o corpo sedoso de formas sensuais rouba-me um sorriso discreto e um tanto irônico pela realidade atual.
Hoje, parei no tempo para reviver os momentos que me fizeram detentora de olhos masculinos, que me enrubesciam fazendo -me fugir daqueles olhares que marotamente descortinavam desejos.
Quantas de nós, mulheres, fomos pensamentos eróticos de rapazes e descobertas de desejos?
A cada ano mais lindas e mais desejadas.
Um tempo em que paixões foram despertadas pelo visual de nossa silhueta acoplada à elegância e à maneira sutil de gesticular e de manter-se alvo discreto de olhares fantasiosos.
Hoje, não perdemos elegância, a classe, aquele sorriso discreto e agradecido nem tampouco o olhar sonhador, a boca molhada de prazer e o calor das mãos com o magnetismo da sedução quando percorrem o corpo na trilha do desejo.
Pensando bem, nem sei se perdemos algo.
Creio que fizemos uma troca.
Trocamos aquele corpo de visão para agrado de muitos, pelo corpo casulo de nossa alma em lapidação.
Ganhamos a cumplicidade da alma.
Nossa alma comandante de nossas ações é também aquela que nos ensinou a manter as portas abertas do coração para abrigar o amor maduro que nos chega para enfeitar a nossa estrada da vida, sem tempo certo para acabar.
Ganhar um amor com a idade que ostentamos, quando muito já aprendemos e muito temos para aprender, é ter a sensação maravilhosa de que viver é ter a certeza que sonhar é o caminho para a sustentação do nosso amanhã.
Não importa o que fora vestimos, o que importa é abraçar a realidade com a consciência de que já fomos cobiçadas por fora e que hoje somos cobiçadas por dentro, por tudo que aprendemos,que entendemos da vida e do amor.
A sensação hoje é de que a pele está na transformação certa para dar passagem à conquista de um amor sereno, de uma vida a dois sem cobranças, sem estereópitos de uma sociedade vestida de futilidades e frágil demais no entendimento da alma.
Aprendi que não importa o tempo, os anos e a nossa transformação visual, o que importa é sentir-se bem com você, com a vida e com o amor.
Amar com o coração e a alma é sentir o corpo em harmonia abraçando a felicidade.
(Marilda Diório)

Recebo o e-mail de uma amiga contando que, mesmo não tendo tempo para mais nada, voltou para as aulas de dança, que está fazendo à noite.
Diz ela: “Tem coisas que devemos abrir espaço a fórceps, ou corremos o risco de serem extinguidas de nossas vidas”.
Fórceps todos sabem o que é.
Um instrumento que, em obstetrícia, serve para extrair o bebê do útero, em caso de pouca dilatação do ventre.
Falando assim, parece uma coisa agressiva, mas não é.
É um help.
Se a natureza não está ajudando, o fórceps vai lá e puxa o bebê pra vida.
Pois é assim que estamos levando os dias: a fórceps.
Se existe uma coisa que não se dilata espontaneamente é o tempo, ao contrário, está cada vez mais apertado, então a gente tem que tratar de extrair tudo o que a gente quer da vida na marra mesmo. Forçando um pouco.
E lá vamos nós pra noite, mesmo com medo da própria sombra.
Vamos jantar, vamos ao cinema, vamos ao bar, vamos à casa de amigos, vamos cantarolando dentro do carro e com os vidros bem fechados, vamos despistando as neuras e tentando estacionar bem longe das estatísticas estampadas nas páginas policiais.
E a gente promete nunca mais telefonar para quem nos faz sofrer mas acaba telefonando, e ele atende, e implica, e a gente some, e ele chama, e a gente volta, e briga, e ama, e sofre, e ama, e ama, e ama, e desama, e termina, e quando parece que cansamos, que não há mais espaço para um novo amor, outro aparece, outro parto, começa tudo de novo, aquele ata-e-desata, o coração da gente sendo puxado pra fora.
E a gente faz mágica: vive 32 horas por dia, oito dias por semana, 14 meses por ano — e com um salário microscópico.
Fazemos a volta ao mundo com meio tanque de gasolina, dormimos seis horas por noite, sonhamos acordados o tempo inteiro.
Bebemos um drinque com as amigas e voltamos para casa sóbrias, entramos no quarto das crianças sem acordá-las, um pássaro não seria mais leve.
Lemos todos os livros do mundo nos intervalos da novela, paramos dois segundos para olhar o pôr-do-sol pela janela, telefonamos para nossa mãe ao mesmo tempo em que respondemos o e-mail de um cliente, e se alguém sorri para nós, a gente se aproxima, se arrisca e renasce nestas chances de vida.
Porque senão é da casa pro trabalho e do trabalho pra casa, deixando o tempo agir sozinho, esperando dilatações espontâneas.
E, como elas não acontecem, permanecemos paralisados na vidinha mesma de sempre, lamentando o fim das nossas aulas de dança.

(Martha Medeiros)


Em princípio, as duas perguntas parecem muito semelhantes.
Porém, se observadas com sensibilidade e sutileza, encontramos entre elas uma diferença essencial: a intenção com que as fazemos!
Perguntamos “por que?” quando estamos vivendo uma fase de conflitos, perdas e frustrações principalmente pelo fato de nos considerarmos injustiçados.
Queremos compreender por que a vida ou até mesmo Deus (quanta petulância!) nos colocou numa situação tão dolorosa...
Julgamos, em geral, que existem pessoas bem mais “malvadas” que nós (ou alguém que amamos muito) e, portanto, elas sim mereciam tal “castigo”.
Não nós, que tantas boas ações temos praticado!
Não nós, que tanto temos pedido por ajuda e proteção...
E assim, perdemos a preciosidade contida dor!
Perdemos a oportunidade valiosa de expandir nossa capacidade de viver bem e feliz.
Jogamos pela janela a chance sagrada de evoluir e aprender mais uma lição nesta dimensão, que é a mais verdadeira e eficiente universidade que podemos cursar.
Para mudar essa dinâmica, bastaria mudar a pergunta.
Ou melhor, bastaria mudar a intenção ao fazê-la.
Em vez de insistir na lamentação e se estagnar no papel de vítima, poderíamos aceitar o convite para um novo aprendizado.
Em vez de resistir e repetir indefinidamente “por que comigo?”, “por que justo agora?”, “por que com essa pessoa, que é tão boa?”, “por que de novo?”, experimente perguntar “pra que?”.
Ou seja, qual é a lição contida nesta perda, nesta dor, nesta frustração?
Definitivamente, a vida é um imenso quebra-cabeça, com mais de 6,5 bilhões de peças.
Somos, cada um de nós, uma dessas peças.
Será mesmo possível compreendermos por que algo acontece aqui e agora, justamente com essa e não com aquela pessoa?
Será mesmo possível nos dar o direito e a competência de julgar um evento isolado, sendo que não temos a visão do todo?
Sendo que estamos muito longe de conseguir avaliar o quanto esse acontecimento vai interferir no cenário final desta imensa figura desenhada pela espécie humana?
A mim, parece prepotência demais!
Então, prefiro me ater ao que posso e ao que me parece que a grande maioria de nós pode: cuidar de si e daquilo que interfere à sua volta.
E se considerarmos que a atitude de uma única pessoa pode influenciar outras cinco ao seu redor, talvez comecemos a compreender qual é a matemática, ou melhor, qual é a resposta que vale a pena buscar!
Pra que ter um pouquinho mais de paciência com esse momento difícil?
Pra que dar um pouco mais de si na harmonização de um conflito?
Pra que ser um pouco mais colaborativo num momento de reajustes e mudanças?
Pra que ter um pouco mais de fé numa situação de perdas?
Pra que, enfim, ser um pouquinho – só um pouquinho que seja – mais gentil que antes?
E daí, sim, poderemos descobrir, de fato e na prática, que cada dia é uma página de exercícios no grande livro que é a história de cada um...
E esta é a sua parte: fazer uma página.
Apenas uma.
A de hoje, a de agora, pra que fique bem claro que existe uma única resposta a todos os “porquês”: porque tudo é exatamente como tem de ser!
Tá tudo certo quando fazemos a nossa parte da melhor forma que podemos!

( Rosana Braga)


Quer saber quais as coisas que você ama?
Acredito profundamente na máxima que diz:
 "Quem ama cuida", e percebo que tal ditado se estabelece como critério avaliativo para pesarmos nossos relacionamentos.
Quer saber quais as coisas que você ama?
É só verificar atentamente as coisas que você cuida, pois a gente só percebe que ama, depois que descobre que cuida.
Você ama sua família?
Seus amigos?
Sua esposa (o)?
Você cuida destes?
Quanto tempo você gasta com eles?
Ou seu amor é apenas um vago sentimento que não muda em nada a vida dos que te são caros.
Amor implica atitude, não existe amor estático, só de palavras, quem ama incomoda.
Amar é buscar o outro, é preocupar-se com ele, é gastar tempo com a pessoa e por causa da pessoa.
Amar é ter a coragem de se expor pelo outro.
Não acredito naqueles que dizem nos amar, mas não fazem nada para que nossa vida seja melhor.
Quem ama dá um jeito, arranja tempo, liga, se envolve, enfim, se faz presença.
Não se constroem grandes relacionamentos por curso de correspondência.
Para que os laços se aprofundem, é preciso gastar tempo ao lado do outro.
Deus nos livre de relacionamentos superficiais onde o que impera é a representatividade e o cuidado é ausente... .
Amor sem cuidado é arte sem encanto, é corpo sem alma, é abstração.
E mais, será que nós nos amamos?
Será que cuidamos de nós, de nosso visual, de nosso coração?
Será que investimos em nós?
É impossível cuidar de alguém se não aprendeu a se cuidar.
E também, por vezes teremos que aprender a nos deixar cuidar pelos outros, pois ao contrário, correremos o risco de morrermos isolados em nossa própria resistência.
O que você ama?
Do que você cuida, ou precisa cuidar?
Ainda dá tempo, sempre dá...
Deixo você com santo poder que traz em si questionamento...
ou melhor: interrogação.
( Adriano Zandoná )
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Que as lágrimas não nos impeçam de nos lembrar que uma pessoa que chega na nossa vida é um presente que nos foi ofertado.
Há presentes assim valiosos que não duram muito, quando nossos corações desejariam que durassem eternamente e ignoramos por que eles se vão quando a vida parece apenas começar.
Mas se nos perdemos nesse mundo de questões sem respostas, a dor será muito maior que as lembranças de tudo o que a vida nos permitiu juntos enquanto durou a caminhada na terra.
Se tivéssemos que voltar atrás, teríamos preferido não ter encontrado, não ter conhecido, somente por que não pudemos guardá-lo no nosso seio mais tempo?
Não...
O vento passa, mas nos refresca; a chuva vem e vai, mas sacia a terra.
O importante mesmo não é a quantidade de tempo que as coisas ou pessoas duram, mas a riqueza que elas trazem à nossa alma, o amor que nos permitimos dar e o que aceitamos receber.
As dores das partidas definifivas são indizíveis, indefiníveis, mas que elas nunca nos impeçam de nos lembrar da vida compartilhada.
Que as lágrimas não nos impeçam de sorrir novamente um dia quando a dor for mais amena e as lembranças felizes começarem a voltar, como as flores no jardim a cada primavera.
A eternidade existe para que esperemos por ela, para que tenhamos o consolo de saber que um dia, se o Deus-Pai permitir, Ele que nos ama de amor infinito, poderemos novamente nos encontrar.

(Letícia Thompson)

Nosso coração é uma casa onde ninguém entra e sai, com ou sem nossa permissão, sem deixar marcas nas paredes.
Muitos deixam marcas profundas de felicidade; outros deixam cicatrizes que marcarão nossa vida para sempre.
Os amigos deixam marcas fortes, mas suaves.
E cada vez que tocamos nossa alma com nossas recordações lá estão os traços, invisíveis, mas legíveis, como as escrituras em Braile.
É suficiente fechar os olhos para ver toda uma história gravada nas paredes do nosso ser.
Nesses momentos nosso rosto sorri sozinho.
Os amores perdidos deixam marcas irrecuperáveis: eles deixam um gosto doce e amargo ao mesmo tempo. Amargo na maioria das vezes.
Sim, eles têm mais gosto que qualquer outra coisa e sempre sobem a nossa garganta quando as lembranças nos assaltam.
Tristes são as marcas das dores que deixaram os que nos fizeram mal.
São as cicatrizes que deformam nossas vidas se não aprendemos a conviver com elas.
Mesmo se queremos ir adiante, de vez em quando nosso olhar se volta para esses rabiscos mal traçados e sentimos a dor tal e qual no primeiro dia.
Quantas vezes não impedimos que alguém entre por causa de preconceitos ou idéias pré-concebidas, ou medo de tentar de novo uma nova relação.
Ao primeiro olhar, nos trancamos.
Outras vezes, sem muita consciência, deixamos entrar quem não valia muito a pena.
Somos maus juízes porque confiamos demais nos nossos olhos e de menos no nosso coração.
Devemos pedir a Deus que nos dê um pouco mais de dicernimento, pois agindo por nós mesmos, podemos estar nos trancando a maravilhosos encontros.
De vez em quando, é preciso fazer uma boa faxina nessa casinha tão preciosa.
É preciso polir carinhosamente, realçar as marcas bonitas e passar tinta nova e clara nas paredes; de vez em quando é bom abrir as janelas e deixar que o sol entre e ilumine todos os cômodos.
E enfeitar as janelas com flores de cores vivas e alegres.
De vez em quando é mesmo muito importante achar o cantinho mais gostoso dessa casa e sentar-se nele.
E rir do nada.
E jogar os ressentimentos para bem longe.
Sentir-se bem consigo.
Se nosso coração é uma casa, faça do seu a casa dos seus sonhos.
Lembre-se que não importa quantos entram e saem, você é o dono, só você é responsável.
Faça mudanças necessárias.
Jogue o inútil no lixo.
Só não se esqueça, nessa mudança, de colocar de volta nas paredes essas marcas benditas que deixaram esses que foram bênçãos na sua vida. .
Dê a mão aos doces momentos, os momentos felizes.
Tudo o mais é inútil, tudo o mais deve ficar pra trás.

(Letícia Thompson)

Se pudéssemos ter consciência do quanto nossa vida é efêmera, talvez pensássemos duas vezes antes de jogar fora as oportunidades que temos de ser e de fazer os outros felizes.
Muitas flores são colhidas cedo demais.
Algumas, mesmo ainda em botão.
Há sementes que nunca brotam e há aquelas flores que vivem a vida inteira até que, pétala por pétala, tranqüilas, vividas, se entregam ao vento.
Mas a gente não sabe adivinhar.
A gente não sabe por quanto tempo estará enfeitando esse Éden e tampouco aquelas flores que foram plantadas ao nosso redor.
E descuidamos.
Cuidamos pouco.
De nós, dos outros.
Nos entristecemos por coisas pequenas e perdemos minutos e horas preciosos.
Perdemos dias, às vezes anos.
Nos calamos quando deveríamos falar, falamos demais quando deveríamos ficar em silêncio.
Não damos o abraço que tanto nossa alma pede porque algo em nós impede essa aproximação.
Não damos um beijo carinhoso "porque não estamos acostumados com isso" e não dizemos que gostamos porque achamos que o outro sabe automaticamente o que sentimos.
E passa a noite e chega o dia, o sol nasce e adormece e continuamos os mesmos, fechados em nós.
Reclamamos do que não temos, ou achamos que não temos o suficiente.
Cobramos.
Dos outros.
Da vida.
De nós mesmos.
Nos consumimos.
Costumamos comparar nossas vidas com as daqueles que possuem mais que a gente.
E se experimentássemos nos comparar com aqueles que possuem menos?
Isso faria uma grande diferença!
E o tempo passa...
Passamos pela vida, não vivemos.
Sobrevivemos, porque não sabemos fazer outra coisa.
Até que, inesperadamente, acordamos e olhamos pra trás.
E então nos perguntamos: e agora?
Agora, hoje, ainda é tempo de reconstruir alguma coisa, de dar o abraço amigo, de dizer uma palavra carinhosa, de agradecer pelo que temos.
Nunca se é velho demais ou jovem demais para amar, dizer uma palavra gentil ou fazer um gesto carinhoso.
Não olhe para trás.
O que passou, passou.
O que perdemos, perdemos.
Olhe para frente!
Ainda é tempo de apreciar as flores que estão inteiras ao nosso redor.
Ainda é tempo de voltar-se para Deus e agradecer pela vida, que mesmo efêmera, ainda está em nós.

( Letícia Thompson )
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
 

Companheirismo, qualidade difícil de se encontrar numa época em que o individualismo predomina.
Acho que o mundo moderno desaprendeu o “estar com alguém” e, em seu lugar, exerce uma busca de independência na relação, para mascarar a forte necessidade de vencer a solidão...
Saber ser companheiro de alguém é uma arte que se baseia na maturidade conseguida.
Maturidade que permite que se esteja junto, sem querer dominar ou ter um poder sobre o outro, que nos possibilita ser diferente de alguém e, apesar disso, aceitar e respeitar essa diferença.
Ser companheiro é saber ouvir e saber falar, é ficar disponível sem se anular, é compreender o que o outro sente para poder compartilhar a vida.
Ser companheiro é ter a coragem de abrir o coração e oferecer momentos, para que o outro me conheça e sinta confiança em se deixar conhecer também por mim.
Ser companheiro é dar as mãos sem aprisionar, ser companheiro tem muito de doação e de flexibilidade.
Como outras coisas na vida, a dualidade aqui também se faz presente: o companheirismo nasce e se desenvolve na relação, se alimenta dela e da crença de que somente convivendo é que me tornarei, antes de tudo, companheiro de mim mesmo.
(Elisabeth Salgado)


Aos casados há muito tempo,
Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar,
Aos que pensam em voltar...
Por mais que o poder e o dinheiro tenham conquistado uma ótima posição no ranking das virtudes, o amor ainda lidera com folga.
Tudo o que todos querem é amar.
Encontrar alguém que faça bater forte o coração e justifique loucuras.
Que nos faça entrar em transe, cair de quatro, babar na gravata.
Que nos faça revirar os olhos, rir à toa, cantarolar dentro de um ônibus lotado.
Tem algum médico aí??
Depois que acaba esta paixão retumbante, sobra o que?
O amor.
Mas não o amor mistificado, que muitos julgam ter o poder de fazer levitar.
O que sobra é o amor que todos conhecemos, o sentimento que temos por mãe, pai, irmão, filho.
É tudo o mesmo amor, só que entre amantes existe sexo.
Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O amor é único, como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.
A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue, a sedução tem que ser ininterrupta. Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança acabamos por sepultar uma relação que poderia ser eterna.
Casaram.
Te amo prá lá, te amo prá cá. Lindo, mas insustentável.
O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas.
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes nem necessita de um amor tão intenso.
É preciso que haja, antes de mais nada, respeito.
Agressões zero.
Disposição para ouvir argumentos alheios.
Alguma paciência.
Amor, só, não basta.
Não pode haver competição.
Nem comparações.
Tem que ter jogo de cintura para acatar regras que não foram previamente combinadas.
Tem que haver bom humor para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar.
Amar, só, é pouco.
Tem que haver inteligência.
Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas pra pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ter um bom psiquiatra.
Não adianta, apenas, amar.
Entre casais que se unem visando à longevidade do matrimônio tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um.
Tem que haver confiança.
Uma certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou.
É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.
E que amar, 'solamente', não basta.
Entre homens e mulheres que acham que o amor é só poesia, tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade.
Tem que saber que o amor pode ser bom, pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.
O amor é grande mas não é dois.
É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência. O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.
Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós!

(Arthur da Távola)
sábado, 20 de fevereiro de 2010

Desde que o mundo é mundo, o poder é exercido.
O poder fascina, enfeitiça as pessoas, e representa em muitos casos uma maldição.
Mas, afinal, ele é mesmo necessário, ou tem sido apenas um odioso instrumento de dominação e violência?
Os anarquistas sonharam com uma sociedade sem poder, onde todos fossem livres de verdade.
Lutaram pelo fim dos governos, da polícia, e de toda forma de controle e opressão sobre os seres humanos. Suas ideias, interessantes e simpáticas, fazem uma penetrante crítica sobre nossa forma de ser e viver, mas não foram além disso: suas tentativas de criar comunidades livres foram um fracasso total, e o anarquismo como movimento político prático desapareceu.
Não há, portanto, como ignorar o poder nas relações humanas.
A verdade, nua e crua, é que o poder existe, sempre.
Em qualquer grupo, mesmo diminuto e restrito, alguém logo assume o papel de líder, de chefe, de coordenador.
E o que significa exercer o poder?
Uma visão realista responderá que se trata de impor a própria vontade aos outros, mesmo em face de resistência.
Poder é força, mesmo quando construído com base na legitimidade e fundado na lei e no Direito.
Há quem critique essa posição.
O poder, concebido exclusivamente como força, ainda que legítima, descamba facilmente em violência.
Assim sendo, o poder deve ser construído baseado em outra perspectiva: a do consenso, em vez da obediência.
Em lugar de obrigar alguém a fazer algo, deve-se buscar convencê-lo a assim proceder.
O verdadeiro poder nasceria da livre comunicação entre as pessoas, e não de mecanismos coercitivos que limitam e ameaçam-nas.
Na realidade, essas duas posições não são tão antagônicas quanto parece.
O poder acaba por ser um misto de imposição e de aceitação, sempre.
É impossível supor que a força, sozinha, sustente uma posição de poder de modo constante e permanente; da mesma forma, somente o diálogo, a busca do convencimento e do consenso não sustentarão nada ou ninguém.
O que é visível, entretanto, é o apetite pelo poder que existe em todos os cantos.
É comum ver gente brigar – e brigar para valer – pelo comando de um grupo ou associação inexpressiva, composta por meia dúzia de gatos pingados.
E a política mostra, de maneira permanente, a luta pelo poder, em todos os níveis e situações.
Há gente que literalmente vende a alma ao diabo para alcançar o tal poder.
Terá em vista vantagens pessoais, dinheiro, luxo, mordomias?
Provavelmente, sim.
Mas não creio que essas sejam as motivações principais.
A verdade é que o poder proporciona proeminência, glória, reconhecimento, destaque.
Embora ele traga consigo riscos e ameaças, como a inveja, o desgaste permanente e as críticas generalizadas, muitos seguem em frente, ávidos e ambiciosos.
Diz-se por aí que o poder é afrodisíaco.
Deve ser, sim.
Se não, por que sofrer para conquistar o poder e mantê-lo, a qualquer preço, mesmo em face das maiores dificuldades e sacrifícios pessoais?
Mas não resisto a perguntar:
Será que vale mesmo a pena?
Com a palavra, os donos do poder.
(Alcindo Gonçalves)
 
Além da mudança rápida que o mundo atualmente atravessa e que tem influência direta nas relações familiares, temos também as diferenças individuais, que tornam as relações mais conflitivas.
A competição entre os membros da família tem sido o que mais gera desavenças entre irmãos, pais, pais e filhos etc.
A competição gira sempre em torno da busca pelo poder.
Por que as pessoas brigam pelo poder?
O poder leva a pessoa a um grande engano: dá ao homem a ilusão de ser imortal, de controlar a realidade.
Podemos ver claramente como o poder vem acompanhado do autoritarismo e, em ambos, não cabem perguntas nem questionamentos: a verdade está dentro do que o poderoso define e vai bem além do real, causando grande dano às pessoas e a si mesmo.
O poder não leva em conta a existência do outro para crescer com relação aos demais.
Não é possível nenhuma convivência sadia sem respeito às outras pessoas, às suas idades, gostos e debilidades.
Nem os anos vividos, nem as preferências, nem as minhas falhas devem ser convertidos em norma que os demais devam acatar como lei suprema e inapelável.
Se disponho de mais experiência, mais força, mais dinheiro, é para colocar tudo isso em favor do crescimento dos outros e do meu próprio.
O respeito ao direito alheio significa não somente a paz, mas também a condição para que se vá amadurecendo e desfrutando a vida, como deve ser.
Quem ama de verdade deve aprender a ser observador e respeitar as diferenças.
(Antônio Roberto)
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010



Sempre é tempo de recomeçar.
Em qualquer situação podemos abrir novas portas, conhecer novos lugares, novas pessoas, ter outros sonhos.
Renovar o nosso compromisso com a vida e assim, renascer para a vida e alcançar a felicidade.
Não importa quem te feriu, o importante é que você ficou.
Não interessa o que te faltou, tudo pode ser conquistado.
Não se ligue em quem te traiu, você foi fiel.
Não se lamente por quem se foi, cada um tem seu tempo.
Não reclame da dor, ela é a conselheira que nos chama de volta ao caminho.
Não se espante com as pessoas, cada um carrega dentro de si, dores e marcas que alteram o seu comportamento, ora estamos felizes e transbordamos de alegria e paz, ora estamos melancólicos e só queremos ficar sozinhos...
O mundo está cheio de novas oportunidades, basta olhar para a terra depois da chuva.
Veja quantas plantinhas estão surgindo, como o verde se espalha mais bonito e forte depois da tempestade.
As portas se abrem para os que não tem medo de enfrentar as adversidades da vida, para os que caíram, mas se levantam com o brilho de vitória nos olhos.
Todo o caminho tem duas mãos, uma que seguimos ainda com passos inseguros, com medo, porque não sabemos ainda o que vamos encontrar lá na frente, na volta, mesmo derrotados, já sabemos o que tem no caminho, e quando um dia, resolvemos enfrentar os nossos medos e fazer essa viagem novamente, somos mais fortes, nossos passos são mais firmes, já sabemos onde e como chegar ao destino, o destino é a vitória, o seu destino é ser feliz, eu creio nisso, e você?
Você está pronto para recomeçar?
O caminho está a tua espera, pé na estrada, coloque um sonho na alma, fé no coração e esperança na mochila, a vida se enche de novidades para os que se aventuram na viagem que conduz a verdadeira liberdade.

( Desconheço a Autoria)



Quando você se levantou pela manhã eu havia preparado o Sol para aquecer o seu dia, e o alimento para sua nutrição.
Sim, eu providenciei tudo isso enquanto vigiava seu sono, sua família e sua casa.
Esperei pelo seu "BOM DIA" mas você se esqueceu.
Bem você parecia ter tanta pressa que EU PERDOEI.
O Sol apareceu, as flores ofereceram seu perfume, a brisa da manhã lhe acompanhou e você nem lembrou que EU é que havia preparado tudo para você.
Seus familiares sorriam, seus colegas lhe saudaram, você trabalhou, estudou, viajou, realizou negócios, alcançou vitórias, mas você não percebeu que EU estava cooperando com você e mais teria ajudado se você me tivesse dado a chance...
Eu sei, você corre tanto...
EU PERDOEI.
Você leu bastante, ouviu muita coisa, viu mais ainda, e não teve tempo de ler ou ouvir a minha palavra.
EU queria falar, mas você não parou para ouvir.
EU quis até lhe aconselhar, mas você nem pensou nessa possibilidade.
Seus olhos, seus pensamentos, suas palavras seriam melhores.
O mal seria menor em sua vida.
A chuva que caiu a tarde, foram minhas lágrimas por sua ingratidão, mas foram também as minhas bênçãos sobre a terra, para que não lhe falte o pão e a água.
Findou seu dia.
Você voltou para casa, mandei que a lua e as estrelas tornassem a noite mais bonita para lembrar-lhe do meu amor por você.
Certamente agora você vai dizer "OBRIGADO" e uma "BOA NOITE" ...Psiu"
Está me ouvindo?...
Já dormiu.
Que pena! "BOA NOITE".
Durma bem que eu fico velando por você.
Jesus.
Tenha um bom dia e não se esqueça de agradecer o maior e melhor presente já recebido por cada um de nós, a VIDA.

(Desconheço a Autoria)
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Quando você olhar a sua volta e achar que o mundo se perde em confusão,que os homens se agridem e se destroem em angústias, olhe para dentro de você;
Lembre-se que sua vida não está lá fora, não depende do que você ouve, mas do que está na sua consciência.
O mundo dos outros não é o seu mundo, a menos que você contribua para a degradação e confusão externas e comuns a muito setores.
Quando olhar à sua volta e só enxergar problemas, busque sua verdade interior, trabalhe os valores que já construiu e a sua sintonia com Deus.
Expresse o melhor de você, pois o mundo é o resultado do que irradiamos e manifestamos, do nosso esforço ou nossa preguiça, nobreza ou nosso desajuste.
Quando a descrença povoar seu coração e você vacilar, sofrer e chorar, é porque sua hora de renascer internamente chegou e pressiona você para não mais adiar sua busca de Deus.
Pare então de olhar só para fora e de se impressionar com a propaganda, com que os outros dizem sobre atualização, libertação ou modismos.
Olhe demoradamente sua consciência, sua harmonia interna; indague-se, faça silêncio para que a verdade brote natural.
Há um ponto de luz em seu interior que pode desfazer todas as sombras e dúvidas.
Busque o fluir da luz.
Que importa se muitos se enquadraram num sistema egoísta e amargo?
Comece você a iluminar, a modificar, a permitir que a paz flua através de você.
Deixe que a fonte divina jorre sobre tudo.
Comece agora.
O esforço próprio é a mola do verdadeiro crescimento humano, é nele que está o germe da vitória.
Não creia nunca no sucesso fácil, na vitória sem luta.
Cada um se constrói ou se destrói, se arma, se fortalece e se conquista, ou deixa passar sua hora de crescer e de aperfeiçoar-se.
A mente nos oferece mil opções, escolha o esforço correto para as conquistas definitivas, ninguém pode fazer por nós o caminho.
Trabalho, desinteresse pelo supérfluo e concentração no definitivo eterno são as armas e as portas da libertação.
A cada hora você é chamado, é desafiado para se definir, para aprender nova lição, para expandir a consciência da conquista da paz e do amor a DEUS e ao próximo.

( Desconheço a Autoria)





Cada vez que se formula uma expectativa sobre algo que vai ocorrer, cada um de nós inunda o instante futuro, o acaso, o novo, o adiante, com resíduos de um passado mental, aquele que engendrou a expectativa e pretende aprisionar a realidade dentro dela.
E jogar passado no futuro é uma forma de nunca evoluir. Ou de sofrer.
Estamos tão pouco preparados para o novo e para o criativo que justamente as coisas que mais desejamos ou queremos, fazêmo-las vítimas de uma expectativa anterior a elas, mero expediente mental de controlar o futuro com o passado da imaginação.
Daí, elas serão ruins ou boas, não em função delas mesmas ou de como estaremos nos momentos em que elas ocorrerão e sim em função da correspondência (ou não) com o esquema mental anterior, construído para aprisionar a realidade dentro de nossos limitados esquemas mentais, desejos e vontades.
Um bem, um valor, um objeto, uma viagem, não se transformam em bons ou maus conforme se apresente a realidade intrínseca deles.
Eles ficam bons ou maus para as pessoas segundo correspondam ou não à expectativa delas.
Aprisionar o momento que passa pela expectativa que anteriormente dele construímos, é encharcar de um perigoso e renitente passado, a criatividade de um futuro repleto de acaso e mutação.
É predispor-se secretamente para o sofrimento, pois a realidade que é sempre ampliadora em si mesma, diante de nossas expectativas se torna sempre redutora.
A ânsia de não poluir o novo com uma visão anterior a ele, diminui a cota de expectativa que projetamos.
E por mais vigilante que seja nesse processo de se fazer limpo, liso e puro para o novo, o ser humano está sempre a ser infiltrado por algumas expectativas teimosas e renitentes, velho vício de inundar de passado, de eco, de resíduo e de repetição, um futuro que é sempre novo em seu mistério e acaso.
Impossível não ter expectativas.
E já que é impossível não as ter, possível é limitar o seu efeito sobre nós.
Seremos tão mais felizes quanto mais capazes formos de limpar o "adiante" dos ruídos de um passado que nos faz repetir e repetir apenas as experiências que já temos, prisioneiros que somos do "antes", quase nunca hospedeiros do "vir a ser", mensageiros do "depois".

(Artur da Távola)

Quantas vezes foi procurado por pedidos de ajuda? conselhos?
Um ombro para as lágrimas ou ouvidos para problemas recônditos, que alfinetam a alma.
E muitas vezes, quando mais precisou...
Saiba que a diferença que faz na vida dos outros não será esquecida, ficará para sempre com aqueles que reconhecem.
Você não precisa que te valorizem, os seus princípios nasceram dos seus próprios valores.
Ajude pela força do amor, sem esperar por retornos que talvez não virão.
Expresse a fortaleza da caridade que habita em você.
Sua atenção serve de esperança aos intranqüilos.
Mesmo no auge da solidão, seu coração saberá acolher sua própria aflição.
E ainda assim não negará ajuda.
(Simone Luzzi)
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010


Deveríamos ter sempre diante dos olhos o efeito do tempo e a mutabilidade das coisas, por conseguinte, em tudo o que acontece no momento presente, imaginar de imediato o contrário, portanto, evocar vivamente a infelicidade na felicidade, a inimizade na amizade, o clima ruim no bom, o ódio no amor, a traição e o arrependimento na confiança e na franqueza e vice-versa.
Isso seria uma fonte inesgotável de verdadeira prudência para o mundo, na medida em que permaneceríamos sempre precavidos e não seríamos enganados tão facilmente.
Na maioria das vezes, teríamos apenas antecipado a ação do tempo.
Talvez para nenhum tipo de conhecimento a experiência seja tão imprescindível quanto na avaliação justa da inconstância e mudança das coisas.
Ora, como cada estado, pelo tempo da sua duração, existe necessariamente e, portanto, com pleno direito, cada ano, cada mês, cada dia parecem querer conservar o direito de existir por toda a eternidade.
Mas nada conserva esse direito, e só a mudança é permanente.
Prudente é quem não é enganado pela estabilidade aparente das coisas e, ainda, antevê a direção que a mudança tomará.
Por outro lado, o que via de regra faz os homens tomarem o estado provisório das coisas ou a direção do seu curso como permamente é o fato de terem os efeitos diante dos olhos, sem todavia entender as suas causas.
Mas são estas que trazem o germe das mudanças futuras, enquanto os efeitos, únicos existentes para os olhos, nada contêm de parecido.
Os homens apegam-se aos efeitos e pressupõem que as causas desconhecidas, que foram capazes de produzi-los, também estão na condição de mantê-los.
Nesse caso, quando erram, têm a vantagem de fazê-lo sempre em uníssono.
Sendo assim, a calamidade que, em decorrência desse erro, acaba por atingi-los, é sempre universal, enquanto a cabeça pensante, caso erre, ainda permanece sozinha.
Diga-se de passagem que temos aqui uma confirmação do meu princípio de que o erro nasce sempre de uma conclusão da consequência para o fundamento.
(Arthur Schopenhauer)

Nenhum conselho me parece mais útil para te dar do que este (e que nunca é demais repetir!):
limita sempre tudo aos desejos naturais que tu podes satisfazer com pouca ou nenhuma despesa, evitando, contudo, confundir vícios com desejos.
Porventura te interessa saber em que tipo de mesa, em que baixela de prata te é servida a refeição, ou se os escravos te servem com bom ritmo e solicitude?
A natureza só necessita de uma coisa: a comida.
A fome dispensa pretensões, apenas reclama ser saciada, sem cuidar grandemente com quê.
O triste prazer da gula vive atormentado na ânsia de continuar com vontade de comer mesmo quando saciado, de buscar o modo como atulhar, e não apenas encher o estômago, de achar maneira de excitar a sede extinta logo à primeira golada!
Tem, por isso toda a razão Horácio quando diz que a sede não se interessa pela espécie de copo ou pela elegância da mão que o serve.
Se achas que têm para ti muita importância os cabelos encaracolados do escravo, ou a transparência do copo que te põe à frente, é porque não estás com sede.
Entre outros benefícios que devemos à natureza conta-se este, e fundamental, de prover sem artifícios a quanto nos é indispensável.
Apenas no que é supérfluo nos podemos permitir a escolha, recusando isto ou aquilo como «pouco bonito», «pouco requintado» ou «desagradável à vista»!
A preocupação do criador do universo ao determinar as leis da nossa existência foi a nossa saúde, não os hábitos sofisticados; e enquanto o indispensável à saúde se encontra à nossa total disposição, os requintes do luxo só os podemos obter a troco de penas e angústias.
Tiremos, portanto, partido deste inestimável benefício que devemos à natureza; pensemos que a nenhum outro título ela merece mais a nossa gratidão do que por nos facultar o uso sem repugnância de quanto podemos naturalmente desejar!
( Sêneca )



Há tantas coisas germinando na noite, que nem sei como enumerá-las.
À noite nascem as revoluções tanto as que vão triunfar como as que só se realizam em pensamento, e são quase todas.
Os revolucionários viram-se, inquietos, na cama.
E também os que se converterão, pela manhã, a religiões novas.
E os amorosos.
Análises emocionais levadas ao extremo da tortura arrastam-se pela horas lentas da noite.
Como a noite é rica!
A noite é o tempo de não dormir; é o de velar e procurar; de criar mundos.
Demétrio quis prolongar a noite obturando todas as frestas do quarto, para que não entrasse a luz.
Luz não entrou.
Demétrio gozou da noite plena, continuada, e todos os pensamentos lhe floresciam.
Construiu sistemas filosóficos.
A escuridão era propícia a teorias políticas.
Nenhum crítico foi mais perspicaz do que Demétrio, na literatura e nas artes.
Aquela noite era fantástica.
Demétrio quis experimentar as sensações de horror, êxtase, humilhação, glória, poder e morte.
Morreu, mesmo no escuro.
Tendo sentido a morte em seu interior físico, não pôde mais tirá-la de si.
É o único morto, conscientemente morto, de que já ouvi falar nesta vida.
A noite é fantástica.

(Carlos Drummond de Andrade)

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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

Quem sou eu

Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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