quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


NATAL !

Momento doce e cheio de significado para as nossas vidas.
É tempo de repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo que a cerca.
É momento de deixar nascer essa criança pura, inocente e cheia de esperança que mora dentro de nossos corações.
É sempre tempo de contemplar aquele menino pobre, que nasceu numa manjedoura, para nos fazer entender que o ser humano vale por aquilo que é e faz, e nunca por aquilo que possui.
Noite cristã, onde a alegria invade nossos corações trazendo a paz e a harmonia.
O Natal é um dia festivo e espero que o seu olhar possa estar voltado para uma festa maior, a festa do nascimento de Cristo dentro de seu coração.
Que neste Natal você e sua família sintam mais forte ainda o significado da palavra amor, que traga raios de luz que iluminem o seu caminho e transformem o seu coração a cada dia, fazendo que você viva sempre com muita felicidade.
Também é tempo de refazer planos, reconsiderar os equívocos e retomar o caminho para uma vida cada vez mais feliz.
Teremos outras 365 novas oportunidades de dizer à vida, que de fato queremos ser plenamente felizes.
Que queremos viver cada dia, cada hora e cada minuto em sua plenitude, como se fosse o último.
Que queremos renovação e buscaremos os grandes milagres da vida a cada instante.
Todo Ano Novo é hora de renascer, de florescer, de viver de novo.
Aproveite este ano que está chegando para realizar todos os seus sonhos!
FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO PARA TODOS!
domingo, 19 de dezembro de 2010

Tenho amigas de fé.
Muitas.
Uma delas, que é como uma irmã, me escreveu um e-mail me contando a maravilha que foi o recital do pianista Nelson Freire no Theatro São Pedro, recentemente.
Ela escreveu: Nessas horas Deus aparece.
Fiquei com essa frase retumbando na minha cabeça.
Deus não está em promoção, se exibindo por aí.
Ele escolhe, dentro do mais rigoroso critério, os momentos de aparecer pra gente.
Não sendo visível aos olhos, ele dá preferência à sensibilidade como via de acesso a nós.
Eu não sou uma católica praticante e ritualística - não vou à missa.
Mas valorizo essas aparições como se fosse a chegada de uma visita ilustre, que me dá sossego à alma.
Quando Deus aparece pra você?
Pra mim, ele aparece sempre através da música, e nem precisa ser um Nelson Freire.
Pode ser uma música popular, pode ser algo que toque no rádio, mas que me chega no momento exato em que preciso estar reconciliada comigo mesma.
De forma inesperada, a música me transcende.
Deus me aparece nos livros, em parágrafos em que não acredito que possam ter sido escritos por um ser mundano: foram escritos por um ser mais que humano.
Deus me aparece - muito! - quando estou em frente ao mar.
Tivemos um papo longo, cerca de um mês atrás, quando havia somente as ondas entre mim e ele.
A gente se entende em meio ao azul, que seria a cor de Deus, se ele tivesse uma.
Deus me aparece - e não considere isso uma heresia - na hora do sexo, desde que feito com quem se ama.
É completamente diferente do sexo casual, do sexo como válvula de escape.
Diferente, preste atenção.
Não quer dizer que qualquer sexo não seja bom.
Nesse exato instante em que escrevo, estou escutando My Sweet Lord cantado não pelo George Harrison (que Deus o tenha), mas por Billy Preston (que Deus o tenha também) e posso assegurar: a letra é um animado bate-papo com Ele, ritmado pelo rock’n’roll. Aleluia.
Deus aparece quando choro.
Quando a fragilidade é tanta que parece que não vou conseguir me reerguer.
Quando uma amiga me liga de um país distante e demonstra estar mais perto do que o vizinho do andar de cima.
Deus aparece no sorriso do meu sobrinho e no abraço espontâneo das minhas filhas.
E nas preocupações da minha mãe, que mãe é sempre um atestado da presença desse cara.
E quando eu o chamo de cara e ele não se aborrece, aí tenho certeza de que ele está mesmo comigo.

Martha Medeiros
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Se um dia alguém fizer com que se quebre a visão bonita que você tem de si, com muita paciência e amor reconstrua-a.
Assim como o artesão recupera a sua peça mais valiosa que caiu no chão, sem duvidar de que aquela é a tarefa mais importante.
Você é a sua criação mais valiosa.
Não olhe para trás.
Não olhe para os lados.
Olhe somente para dentro, para bem dentro de você e faça dali o seu lugar de descanso, conforto e  recomposição.
Crie este universo agradável para si.
O mundo agradecerá o seu trabalho.
Brahma Kumaris
domingo, 12 de dezembro de 2010


Dezembro chegou e, pelo que vemos, cresce o envolvimento das pessoas, de uma maneira ou de outra, com o "espírito do Natal".
É claro que os apelos comerciais irrompem a todo instante na TV ou nas ruas e muitos se deixam levar somente pela maquinal necessidade de comprar os "presentinhos" para os entes queridos.
Entretanto, é salutar observarmos que nem todos se deixam levar pelo materialismo do Papai Noel e procuram, nesta época do ano, participar de movimentos que dizem mais de perto ao verdadeiro sentido do Natal: o de fraternidade, de solidariedade, de apoio aos que necessitam de ajuda não no aspecto meramente material, mas também do amparo espiritual para superar situações difíceis em suas vidas ou mesmo de um ato de amor, uma visita , uma conversa agradável.
Muitos se esquecem de que o verdadeiro Natal não deve se limitar a um reles limite temporal, mas, sim, pode ser praticado a cada dia do ano, e isso é possível, desde que nos disponhamos a ajudar os irmãos que a todo instante estão aí, nas ruas, nas praças, nas instituições que se dedicam a auxiliá-los.
Tais atitudes podem ser traduzidas pela participação em ações de voluntariado, pela visita a um asilo de idosos - muitas vezes, esquecidos até pelos próprios filhos e jogados ao abandono até o final de suas existências.
Há ainda , para os que dizem não ter tempo disponível para conviver mais de perto com essas pessoas, a opção de fazerem doações, em alimentos ou até mesmo em dinheiro, para entidades que lutam com extrema dificuldade no cuidado de crianças ou idosos doentes, viciados em drogas ou deficientes físicos, entre tantos casos.
Jesus aqui esteve, pregando o amor, a fraternidade e a prática da caridade entre os seres humanos.
Nestes tempos insensíveis, em que se valoriza tanto o ato de doar presentes, deveríamos repensar nossas atitudes - muitas vezes, tão mecânicas - e voltarmo-nos para as agruras em que tantos, como nós, estão enleados.
Há muita gente precisando de ajuda por aí e sempre, de alguma forma, poderemos cooperar para mitigar suas aflições.
Engrosse, você também, estas fileiras!
GILSON BARBOSA / jornalista
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal.
Todo mundo quer se encaixar num padrão.
Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido.
Quem não se "normaliza" acaba adoecendo.
A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós?
Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?
Eles não existem.
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado.
Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados.
Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos.
Melhor se preocupar em ser você mesmo
A normose não é brincadeira.
Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa.
Você precisa de quantos pares de sapato?
Comparecer em quantas festas por mês?
Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias.
Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo.
Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante.
O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros.
É fraude.
E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera.
Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.
 
Martha Medeiros


No finalzinho da entrevista que Pedro Bial deu à Marília Gabriela, quando foi questionado sobre relacionamentos, ele deu uma lição que serve para todo mundo: trate seu amor como você trata seu melhor amigo.
Sei que isso parece falta de romantismo, mas é o conselho mais certeiro.
Não era você que estava a fim de uma relação serena e plenamente satisfatória?
Taí o caminho.
Vamos tentar elucidar como isso se dá na prática.
Comecemos pelo exemplo que o próprio Bial deu: você foi convidado para o casamento de uma prima distante que mora onde Judas perdeu as botas, você tem que ir porque ela chamou você pra padrinho.
Como é que os casais costumam combinar isso?
"Não tem como escapar, você vai comigo e pronto".
Ou seja, um põe o outro no programa de índio e nem quer saber de conversa.
É assim que você convidaria seu melhor amigo?
Não.
Você diria: "Putz, tenho uma roubada pela frente que você não imagina.
Me dá uma força, vem comigo, ao menos a gente dá umas risadas...".
Ficou bem mais simpático, não ficou?
Como esta, tem milhões de situações chatas que você pode aliviar, apenas moderando o tom das palavras.
Pro seu marido:
"Você nunca repara em mim, não deu pra notar que cortei o cabelo?
Será que sou invisível?"
Mas pra sua melhor amiga:
"Ai, pelo visto meu cabelo ficou medonho e você está me poupando, né?
Pode dizer a verdade, eu agüento".
Pra sua mulher:
"Você já se deu conta da podridão que está este sofá?
Não dá pra ver que está na hora de trocar o tecido?"
Mas pra sua melhor amiga:
"Deixa a pizza por minha conta, eu pago, assim você economiza pra lavar o sofá.
A não ser que este seja um novo estilo de decoração..."
Risos + risos+ risos.
Maneire.
Trate seu amor como todas as pessoas que você adora e que não são seus parentes.
Trate com o mesmo humor que você trata seu melhor amigo, sua melhor amiga.
Até porque, caso você não tenha percebido, é exatamente isso que eles são.
"Grandes Realizações são possíveis quando se dá importância aos pequenos começos"

Martha Medeiros
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Segundo a minha maneira de pensar, se o mundo das idéias se desvincular da realidade e passar a existir com autonomia, o indivíduo cuja razão assim proceder perderá definitivamente a rota da liberdade.
Tento conceituar a liberdade como um estado de espírito, como uma alegria íntima(como um prazer erótico, talvez a forma mais consistente e genuína de vaidade), que deriva da coerência entre pensamentos e condutas.
Belas idéias que não tenham nada a ver com a realidade da nossa condição nos afastam da liberdade; e é nesta categoria que eu classifico quase todos os sistemas filosóficos e religiosos de grande aceitação.
Se as idéias ganham autonomia e se desvinculam do real elas podem ser muito lindas, mas serão falsas.
Se perde o processo criativo fundamental que é o intercâmbio permanente entre os dois mundos; se perde a coerência e, portanto, não há liberdade.
E a tendência para este fascínio pelas idéias é muito fácil de ser entendida, desde que partamos do princípio de que os indivíduos, ao constatar suas propriedades biológicas(mortal, por exemplo) e psicológicas(cheio de emoções contraditórias, por exemplo), não gostaram do que observaram.
Na medida em que possuem a capacidade de imaginar, podem perfeitamente "inventar" uma outra condição humana, percebida como muito mais requintada e interessante do que a real — que, diga-se de passagem, é a única que existe de fato.
Não podem deixar de desenvolver uma enorme irritação contra a realidade, o que implica em revolta contra si mesmo(agravando e perpetuando os sentimentos de inferioridade); esta se manifesta, na maior parte das vezes, de forma banal e artificial, a pessoa implicando com alguma de suas características físicas(estatura, forma de rosto, peso etc.), apenas sinais desta hostilidade contra o eu real e suas propriedades mais relevantes.
As idéias podem ser belas; no seu mundo existe a perfeição; o homem pode sentir-se importante, indispensável; o homem pode e deve buscar a transcendência.
O homem real é um mamífero e tem várias reações que, "desgraçadamente", indicam seu parentesco com os outros animais; é imperfeito, insignificante e busca apenas os prazeres.
E quanto mais estivermos seduzidos pelas belas idéias, mais difícil será aceitar e digerir a realidade; em função desta dicotomia radical entre o imaginário e o que se observa surge um tipo de avaliação na qual as "virtudes" (o bem) corresponde ao que se pode atingir através do pensamento; o que se constata em termos de conduta efetiva do ser humano são suas "fraquezas" (o mal), das quais ele terá que tentar livrar-se se quiser atingir os objetivos maiores propostos pelas idéias.
A mim me parece hoje muito claro que não se pode chegar a nada de gratificante para as pessoas através desta postura equivocada, que se baseia essencialmente na não aceitação da condição humana.
As pessoas que se governam pela realidade são mal vistas pelas mais idealistas(além de serem também objeto de admiração e inveja) e se sentem meio banais e simplórias, admirando muito (não sem inveja) os que colecionam "virtudes".
Como procedem desta forma por várias razões psicológicas(vaidade, ambição etc.) e não por convicção de que só existe o mundo real, tendem a se conduzir de um modo cínico e oportunista, guiando-se pelas regras do jogo existente.
Os idealistas, por outro lado, se recusam a participar do jogo e só sonham com mudanças radicais.
Ninguém atua de modo eficiente em sua própria maneira de viver, em busca da coerência que só pode ser atingida se formos capazes de frequentar os dois mundos.
As idéias têm que ter paralelo na realidade, ainda que isto, à primeira vista, implique na necessidade de "banalizarmos" um pouco nossas concepções, nos livrando daquilo que pode ser encantador mas que não é verdadeiro.
Conforme penso, nada afasta mais as pessoas da agradável e cobiçada sensação de liberdade do que as belas idéias falsas.
A luz renasce para as pessoas que não se obrigam mais a ser o que não são apenas para estarem de acordo com certas convicções e teorias que desprezaram a verdadeira natureza humana.

Flávio Gikovate


VOU CONFESSAR: morro de medo de Dilma Rousseff.
Não tenho muitos medos na vida, além dos clássicos: de barata, rato, cobra.
Desses bichos tenho mais medo do que de um leão, um tigre ou um urso, mas de gente não costumo ter medo.
Tomara que nunca me aconteça, mas se um dia for assaltada, acho que vai dar para levar um lero com os assaltantes (espero); não me apavora andar de noite sozinha na rua, não tenho medo algum das chamadas “autoridades”, só um pouquinho da polícia, mas não muito.
Mas de Dilma não tenho medo; tenho pavor.
Antes de ser candidata, nunca se viu a ministra dar um só sorriso, em nenhuma circunstância.
Depois que começou a correr o Brasil com o presidente, apesar do seu grave problema de saúde, Dilma não para de rir, como se a vida tivesse se tornado um paraíso.
Mas essa simpatia tardia não convenceu.
Ela é dura mesmo.
Dilma personifica, para mim, aquele pai autoritário de quem os filhos morrem de medo, aquela diretora de escola que, quando se era chamada em seu gabinete, se ia quase fazendo pipi nas calças, de tanto medo. Não existe em Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura.
Ela tem filhos, deve ter gasto todo o seu estoque com eles, e não sobrou nem um pingo para o resto da humanidade.
Não estou dizendo que ela seja uma pessoa má, pois não a conheço; mas quando ela levanta a sobrancelha, aponta o dedo e fala, com aquela voz de general da ditadura no quartel, é assustador.
E acho muito corajosa a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que está enfrentando a ministra afirmando que as duas tiveram o famoso encontro.
Uma diz que sim, a outra diz que não, e não vamos esperar que os atuais funcionários do Palácio do Planalto contrariem o que seus superiores disserem que eles devem dizer.
Sempre poderá surgir do nada um motorista ou um caseiro, mas não queria estar na pele da suave Lina Vieira.
A voz, o olhar e o dedo de Dilma, e a segurança com que ela vocifera suas verdades, são quase tão apavorantes quanto a voz e o olhar de Collor, quando ele é possuído.
Quando se está dizendo a verdade, ministra, não é preciso gritar; nem gritar nem apontar o dedo para ninguém. Isso só faz quem não está com a razão, é elementar.
Lembro de quando Regina Duarte foi para a televisão dizer que tinha medo de Lula; Regina foi criticada, sofreu com o PT encarnando em cima dela -e quando o PT resolve encarnar, sai de baixo.
Não lembro exatamente de que Regina disse que tinha medo -nem se explicitou-, mas de uma maneira geral era medo de um possível governo Lula.
Demorei um pouco para entender o quanto Regina tinha razão.
Hoje estamos numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a máquina, como as tropas de um país que invade outro.
Com Dilma seria igual ou pior, mas Deus é grande.
Minha única esperança, atualmente, é a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral, para bagunçar a candidatura dos petistas.
Eles não falaram em 20 anos?
Então ainda faltam 13, ninguém merece.
Seja bem-vinda, Marina.
Tem muito petista arrependido para votar em você e impedir que a mestra em doutorado, Dilma Rousseff, passe para o segundo turno.

Danuza Leão


Eu gosto do Brasil, muito, e não só quando ele ganha a Copa.
Mas mantenho minha resposta: orgulho não tenho.
OUTRO DIA, num programa de televisão, me questionaram: "se você estivesse no exterior e perguntassem se tem orgulho de seu país, o que você diria?"
Sem nem pensar, respondi: "diria que não, não tenho".
Depois achei que, apesar de ter sido sincera, ia pegar mal, diante dos telespectadores; mas pensei.
Eu gosto do Brasil, muito, e não só quando ele ganha a Copa.
Mas mantenho minha resposta: orgulho não tenho.
Como alguém pode se orgulhar de um país onde a polícia mata tanto quanto os bandidos, em que a maior parte dos políticos não tem o menor caráter, a menor ideologia, e trocam de partido três, quatro vezes, de acordo com seus interesses?
Que recebem um mensalão para votar de acordo com o governo?
Que transformaram a Câmara dos Deputados -salvo algumas exceções- em uma delegacia de polícia?
Basta abrir o jornal, qualquer dia da semana: 80 por cento das notícias são de escândalos, e a maior parte deles, ligados aos políticos.
Os ministros são nomeados não por sua competência, mas para agradar a um partido e tê-lo como aliado, a polícia dá mais medo do que os bandidos, nosso risonho governador só faz viajar, é dinheiro na cueca, dinheiro no escritório do marido de uma governadora, dinheiro para subornar um delegado.
Mas de Celso Daniel não se fala mais.
Não há uma pessoa que faça um plano sério para reformular a polícia, expulsar a banda podre, para que a população viva sem medo.
Se em Nova York conseguiram, por que não no Brasil?
Falo sobretudo do Rio, onde se vive em estado de guerra permanente.
Na última semana dois amigos foram vítimas de assalto: um teve quatro fraturas no braço, o outro se salvou porque, como era mais gordinho, a gordura protegeu a bala que o teria matado.
Isso às seis da tarde, em ruas de movimento.
Ministros dão declarações na televisão palpitando sobre a maneira como foram presos os empresários e já sinalizando que o habeas corpus iria sair; era pule de 10.
Na minha modesta opinião, ministros, sobretudo os do Supremo, devem ter o maior cuidado não só no que falam como também com quem andam.
Ministros existem para julgar, e pronto.
Penso que a polícia pegou os graúdos na madrugada, antes que um Citation os levasse para longe.
E na minha modesta opinião, eles foram detidos não só pelos crimes atuais mas também pelo conjunto da obra.
Quem nunca ouviu falar do passado dos três mais famosos presos desta semana?
Diariamente crianças são mortas por policiais, militares que dão de presente aos traficantes três adolescentes, sabendo que eles seriam assassinados, 271 analfabetos pretendem se eleger, um bispo, apoiado pelo governo federal, quer ser prefeito sem ter nada a ver com a cidade, 262 bebês morreram nas maternidades de Belém desde o início do ano, o Senado contrata 97 novos funcionários a R$ 10 mil, sem concurso nem necessidade, a adolescência que sai à noite para se divertir arrisca a vida, e os brasileiros acham que é normal viver assim. Aliás, onde andará Marcos Valério?
Quem pode vai morar em outro país; quem não pode vive com medo, enquanto nosso governante morre de orgulho de conviver com os poderosos do mundo.
E como a maioria do povo não é politizada -e não interessa aos governos que seja-, vamos piorando, a cada eleição.
E se passar a idéia de que só pode se candidatar quem tiver ficha limpa, como se faz com qualquer candidato a entregador de pizza, isso só valerá a partir de 2010 -isso se passar.
Não, eu não tenho orgulho do meu país.
Tenho é muita vergonha do que fazem com ele.

Danuza Leão

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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

Quem sou eu

Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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