terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Hoje me dei conta de que as pessoas vivem a esperar por algo.
E quando surge uma oportunidade se dizem confusas e despreparadas.
Sentem que não merecem , que o tempo certo ainda não chegou.
E a vida passa.
E os momentos se acumulam como papéis sobre uma mesa.
Estamos nos preparando para qualquer coisa ,mas ainda não aprendemos a viver.
A arriscar por aquilo que queremos ,a sentir aquilo que sonhamos.
E assim adiamos nossas vidas por tempo indeterminado.
Até que a vida se encarregue de decidir por nós mesmos.
E percebemos o quanto perdemos e o tanto que poderíamos ter evitado.
Como somos tolos em nossos pensamentos limitados.
Em nossas emoções contidas em nossas ações determinadas.
O ser humano se prende em si mesmo por medo e desconfiança .
Vive como coisa num mundo de coisas.
O tempo esperado é o agora ,sua consciência lhe direciona .
Seus sentidos lhe alertam e suas emoções não mais são desprezadas.
Antes que tudo acabe é preciso fazer iniciar mesmo com dor e sofrimento.
Antes arriscar do que apenas sonhar .

Cecília Meireles

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão?

Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar?

Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir?

Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas?

Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se?

Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...

Mas, com certeza, nada é impossível .
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!"
Leve, O Amor, Ao Meu Amigo, Vento...!!! Te Amo...!!!
Até Amanhã...Te Amo...!!! Até Amanhã...Te Amo...!!!

Cecilia Meireles
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012


A primeira letra do alfabeto é também a primeira letra da palavra amor e se acha importantíssima por isso!

Com A se escreve "arrependimento" que é uma inútil vontade de pedir ao tempo para voltar atrás e com A se dá o tipo de tchau mais triste que existe: "adeus"... Ah, é com A que se faz
"abracadabra", palavra que se diz capaz de transformar sapo em príncipe e vice-versa...




Com B se diz "belo" - que é tudo que faz os olhos pensarem ser coração; e se dá a "bênção", um sim que pretende dar sorte.

Com C, "calendário", que é onde moram os dias e o "carnaval", esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data marcada. "Civilizado" é quem já aprendeu a cantar ´parabéns pra você` e sabe o que é "contrato": "você isso, eu aquilo, com assinatura embaixo".

Com D , se chega à "dedução", o caminho entre o "se" e o "então"... Com D começa "defeito", que é cada pedacinho que falta para se chegar à perfeição e se pede "desculpa", uma palavra que pretende ser beijo.

E tem o E de "efêmero", quando o eterno passa logo; de "escuridão", que é o resto da noite, se alguém recortar as estrelas; e "emoção", um tango que ainda não foi feito.
E tem também "eba!", uma forma de agradecimento muito utilizada por quem ganhou um pirulito, por exemplo...

F é para "fantasia", qualquer tipo de "já pensou se fosse assim?"; "fábula", uma história que poderia ter acontecido de verdade, se a verdade fosse um pouco mais maluca; e "fé", que é
toda certeza que dispensa provas.

A sétima letra do alfabeto é G, que fica irritadíssima quando a confundem com o J. G, de "grade", que serve para prender todo mundo - uns dentro, outros fora; G de "goleiro", alguém em quem se pode botar a culpa do gol; G de "gente": carne, osso, alma e sentimento, tudo isso ao mesmo tempo.

Depois vem o H de "história": quando todas as palavras do dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer coisa que tenha acontecido ou sido inventada.

O I de "idade", aquilo que você tem certeza que vai ganhar de aniversário, queira ou não queira.

J de "janela!, por onde entra tudo que é lá fora e de "jasmim", que tem a sorte de ser flor e ainda tem a graça de se chamar assim.

L de "lá", onde a gente fica pensando se está melhor ou pior do que aqui; de "lágrima", sumo que sai pelos olhos quando se espreme o coração, e de "loucura", coisa que quem não tem só pode ser completamente louco.

M de "madrugada", quando vivem os sonhos...

N de "noiva", moça que geralmente usa branco por fora e vermelho por dentro.

O de "óbvio", não precisa explicar...

P de "pecado", algo que os homens inventaram e então inventaram que foi Deus que inventou.

Q, tudo que tem um não sei quê de não sei quê.

E R, de "rebolar", o que se tem que fazer pra chegar lá.

S é de "sagrado", tudo o que combina com uma cantata de Bach; de "segredo", aquilo que você está louco pra contar; de "sexo": quando o beijo é maior que a boca.

T é de "talvez", resposta pior que ´não`, uma vez que ainda deixa, meio bamba, uma esperança... de "tanto", um muito que até ficou tonto... de "testemunha": quem por sorte ou por azar, não estava em outro lugar.

U de "ui", um ài" que ainda é arrepio; de "último", que anuncia o começo de outra coisa; e de "único": tudo que, pela facilidade de virar nenhum, pede cuidado.

Vem o V, de "vazio", um termo injusto com a palavra nada; de "volúvel", uma pessoa que ora quer o que quer, ora quer o que querem que ela queira.

E chegamos ao X, uma incógnita...
X de "xingamento", que é uma palavra ou frase destinada a acabar com a alegria de alguém; e
de "xô", única palavra do dicionário das aves traduzida para o português.

Z é a última letra do alfabeto, que alcançou a glória quando foi usada pelo Zorro...
Z de "zaga", algo que serve para o goleiro não se sentir o único culpado; de "zebra", quando você esperava liso e veio listrado; e de "zíper", fecho que precisa de um bom motivo pra ser aberto; e de "zureta", que é como fica a cabeça da gente ao final de um dicionário inteiro.
Pedro Bial


"... Aprendi, outro dia que perdoar é a junção de " per " com "doar".
Doar é mais do que dar.
Doar é a entrega total do outro.
O prefixo "per" que tem várias acepções, indica movimento no sentido "de" ou em "direção" a ou "através" ou "para" etimologicamente falando, portanto, perdoar, quer dizer doar ao outro a possibilidade de que ele possa amar, possa doar-se.
Não apenas quem perdoa que se "doa através do outro".
Perdoar implica abrir possibilidades de amor para quem foi perdoado, através da doação oferecida por quem foi agravado.
Perdoar é a única forma de facilitar ao outro a própria salvação.
Doar é mais do que dar: é a entrega total ...
Perdoar é doar o amor, é permitir que a pessoa objeto do perdão possa também devolver um amor que, até então, só negara ...''

Artur da Távola

Amor é o sentimento destinado ao prazer e à felicidade mas também à dor, ao sofrimento e à doação.
Quem for capaz de amar não espere grandes recompensas, só respostas otimistas.
Amar, às vezes é apesar.
Amor é também o sentimento que se instala a partir do primeiro tédio.
Não é apenas o impulso explosivo em direção de alguém, isso é atração, paixão, ou qualquer outro "ão".
Amor é o que mantém unido quem já deixou de sentir intensidades.
Amor pode ser quantidade mas é, sobretudo, qualidade do sentimento.
Paixão é só quantidade.
E incontinência.
Por que pessoas permanecem unidas?
Examine-se esse material obscuro e descobrir-se-á a face oculta e até feia do amor.
Quanto menos sentimentos exaltados, porém união, mais amor.
Amor é vivência clara mas indefinível, embaraçada nas raízes fundas do melhor sentimento.
Muitos nem têm consciência dessas raízes.
Temem-as, preferem não vê-las porque vê-las será revelar-se.
 revelar-se assusta.
Amor também é o sentimento misturado com rejeição, raiva, irritação, convivência, intermitente desinteresse, tédio, vazio a dois, arrefecimento da paixão ou emoções intensas.
É tão grande, pleno, poderoso e incrível o amor que resiste a tudo isso.
Inclusive às impossibilidades, estranho veneno que o alimenta.
Nem sempre deixa de amar quem já não gosta igual ou não sente a mesma atração.
Talvez só aí comece a amadurecer o sentimento que se irá para transformar em amor.
Pessoas que se atraem à perdição, nem por isso começaram a se amar.
Enquanto apenas se atraírem não alcançarão o amor, embora até este possa estar embutido na enorme atração.
Como pode não estar.
Alcançar o amor talvez seja mais renúncia do que alegria, felicidade ou glória.
Nem sei se felicidade sempre consegue ser compatível com amor, embora seja com ela que o amor começa.
O amor (é tão grande que) independe da felicidade.
Coroa-se com ela, tem-na como meta, mas sem a sua presença também, e governa o sentimento.
Eros é deus, não esquecer-se.
O amor não busca a felicidade embora esta venha a seu encalço; o amor busca amar, o resto se alinha depois.
Felicidade é trilha querida do amor.
Este, porém, nem dela necessita, embora a gere, preserve e alimente, como pai.
Felicidade é estar amando e não o resultado do amor.
O resultado do amor é comunhão.

Artur da Távola
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Outro dia escrevi um artigo sobre o amor.
Depois, escrevi outro sobre sexo.
Os dois artigos mexeram com a cabeça de pessoas que encontro na rua e que me agarram, dizendo: "Mas... afinal, o que é o amor?"
E esperam, de olho muito aberto, uma resposta "profunda".
Sei apenas que há um amor mais comum, do dia-a-dia, que é nosso velho conhecido, um amor datado, um amor que muda com as décadas, o amor prático que rege o "eu te amo" ou "não te amo".
Eu, branco, classe média, brasileiro, já vi esse amor mudar muito.
Quando eu era jovem, nos anos 60/70, o amor era um desejo romântico, um sonho político, contra o sistema, amor da liberdade, a busca de um "desregramento dos sentidos".
Depois, nos anos 80/90 foi ficando um amor de consumo, um amor de mercado, uma progressiva apropriação indébita do "outro".
O ritmo do tempo acelerou o amor, o dinheiro contabilizou o amor, matando seu mistério impalpável.
Hoje, temos controle, sabemos por que "amamos", temos medo de nos perder no amor e fracassar na produção.
A cultura americana está criando um "desencantamento" insuportável na vida social.
O amor é a recusa desse desencanto.
O amor quer o encantamento que os bichos têm, naturalmente.
Por isso, permitam-me hoje ser um falso "profundo" (tratar só de política me mata...) e falar de outro amor, mais metafísico, mais seminal, que transcende as décadas, as modas.
Esse amor é como uma demanda da natureza ou, melhor, do nosso exílio da natureza.
É um amor quase como um órgão físico que foi perdido.
Como escreveu o Ferreira Gullar outro dia, num genial poema publicado sobre a cor azul, que explica indiretamente o que tento falar: o amor é algo "feito um lampejo que surgiu no mundo/ essa cor/ essa mancha/ que a mim chegou/ de detrás de dezenas de milhares de manhãs/ e noites estreladas/ como um puído aceno humano/ mancha azul que carrego comigo como carrego meus cabelos ou uma lesão oculta onde ninguém sabe".
Pois, senhores, esse amor existe dentro de nós como uma fome quase que "celular".
Não nasce nem morre das "condições históricas"; é um amor que está entranhado no DNA, no fundo da matéria.
É uma pulsão inevitável, quase uma "lesão oculta" dos seres expulsos da natureza. N
ós somos o único bicho "de fora", estrangeiro.
Os bichos têm esse amor, mas nem sabem.
(Estou sendo "filosófico", mas... tudo bem... não perguntaram?)
Esse amor bate em nós como os frêmitos primordiais das células do corpo e como as fusões nucleares das galáxias; esse amor cria em nós a sensação do Ser, que só é perceptível nos breves instantes em que entramos em compasso com o universo.
Nosso amor é uma reprodução ampliada da cópula entre o espermatozóide e óvulo se interpenetrando.
Por obra do amor, saímos do ventre e queremos voltar, queremos uma "reintegração de posse" de nossa origem celular, indo até a dança primitiva das moléculas.
Somos grandes células que querem se re-unir, separados pelo sexo, que as dividiu.
("Sexo" vem de "secare" em latim: separar, cortar.)
O amor cria momentos em que temos a sensação de que a "máquina do mundo" ou a máquina da vida se explica, em que tudo parece parar num arrepio, como uma lembrança remota.
Como disse Artaud, o louco, sobre a arte (ou o amor) : "A arte não é a imitação da vida.
A vida é que é a imitação de algo transcendental com que a arte nos põe em contato."
E a arte não é a linguagem do amor?
E não falo aqui dos grandes momentos de paixão, dos grandes orgasmos, dos grande beijos - eles podem ser enganosos.
Falo de brevíssimos instantes de felicidade sem motivo, de um mistério que subitamente parece revelado.
Há, nesse amor, uma clara geometria entre o sentimento e a paisagem, como na poesia de Francis Ponge, quando o cabelo da amada se liga aos pinheiros da floresta ou quando o seu brilho ruivo se une com o sol entre os ramos das árvores ou entre as tranças da mulher amada e tudo parece decifrado.
Mas, não se decifra nunca, como a poesia.
Como disse alguém: a poesia é um desejo de retorno a uma língua primitiva.
O amor também.
Melhor dizendo: o amor é essa tentativa de atingir o impossível, se bem que o "impossível" é indesejado hoje em dia; só queremos o controlado, o lógico.
O amor anda transgênico, geneticamente modificado, fast love.
Escrevi outro dia que "o amor vive da incompletude e esse vazio justifica a poesia da entrega.
Ser impossível é sua grande beleza.
Claro que o amor é também feito de egoísmos, de narcisismos mas, ainda assim, ele busca uma grandeza - mesmo no crime de amor há um terrível sonho de plenitude.
Amar exige coragem e hoje somos todos covardes".
Mas, o fundo e inexplicável amor acontece quando você "cessa", por brevíssimos instantes.
A possessividade cessa e, por segundos, ela fica compassiva.
Deixamos o amado ser o que é e o outro é contemplado em sua total solidão.
Vemos um gesto frágil, um cabelo molhado, um rosto dormindo, e isso desperta em nós uma espécie de "compaixão" pelo nosso desamparo.
Esperamos do amor essa sensação de eternidade.
Queremos nos enganar e achar que haverá juventude para sempre, queremos que haja sentido para a vida, que o mistério da "falha" humana se revele, queremos esquecer, melhor, queremos "não-saber" que vamos morrer, como só os animais não sabem.
O amor é uma ilusão sem a qual não podemos viver.
Como os relâmpagos, o amor nos liga entre a Terra e o céu.
Mas, como souberam os grandes poetas como Cabral e Donne, a plenitude do amor não nos faz virar "anjos", não.
O amor não é da ordem do céu, do espírito.
O amor é uma demanda da terra, é o profundo desejo de vivermos sem linguagem, sem fala, como os animais em sua paz absoluta.
Queremos atingir esse "absoluto", que está na calma felicidade dos animais.

Arnaldo Jabbor

Eu sei que às vezes é quase irresistível não dar trela àquela voz traiçoeira, nossa velha conhecida, que nos incita a desistir dos nossos sonhos com ares de quem propõe a coisa mais bacana do mundo.
Não nos esparramarmos, doídos pra caramba e também com um algum conforto, na autopiedade, essa areia movediça ávida por engolir nosso lume.
Eu sei que às vezes é quase irresistível não desdobrar a lista de decepções que mantemos atualizada com zelo de colecionador para nunca nos faltar matéria-prima pra lamúria.
Não relembrar sem economia de minúcias cada frustração vivida com o olhar amarrado e a tristeza viçosa que só fazem aumentar a dor da vez.
Eu sei que às vezes é quase irresistível não eleger um algoz e acentuar um pouquinho mais as nossas feições sofridas para as novas poses do nosso álbum de vítima.
Não nos responsabilizarmos pela parcela de participação que nos cabe em boa parte das encrencas em que nos metemos, e que, se olharmos com olhos lúcidos, de preferência também lúdicos, às vezes nem é tão pequena como é mais fácil acreditar.
Eu sei que às vezes é quase irresistível não ficar morando na dor como se dor fosse casa de veraneio.
Não arriscar um passo fora do terreno da nossa desesperança porque sentimos que nos sobra cansaço e nos faltam pernas.
Eu sei que às vezes é quase irresistível.
Eu sei que às vezes a gente não consegue mesmo resistir.
E sei que quando não resistimos, está tudo bem: esse lugar também passa.
De apelo a apelo, vamos caindo e levantando ao longo da estrada, apurando o coração para tornar muito mais irresistível o nosso amor paciente e generoso por nós mesmos.
Para desdobrar com maior frequência, na memória, a lista que conta as conquistas todas de que já fomos capazes, nós que tantas vezes parecemos tentar desmentir as nossas pérolas.
De apelo a apelo, vamos caindo e levantando ao longo da estrada, apurando o coração para fazer valer, na prática, o nosso respeito à oportunidade inestimável de estarmos aqui.
A nossa intenção de não desperdiçar esse ouro que é o tempo, essa maravilha que é o corpo, essa graça que é a vida.
Essa que, se olharmos com olhos lúcidos, de preferência também lúdicos, sempre inventa maneiras para se vestir de convite irrecusável de novo.
 
Ana Jácomo

Ser sensível nesse mundo requer muita coragem.
Muita.
Todo dia.
Esse jeito de ouvir além dos olhos, de ver além dos ouvidos, de sentir a textura do sentimento alheio tão clara no próprio coração e tantas vezes até doer ou sorrir junto com toda sinceridade.
Essa sensação, de vez em quando, de ser estrangeiro e não saber falar o idioma local, de ser meio ET, uma espécie de sobrevivente de uma civilização extinta.
Essa intensidade toda em tempo de ternura minguada.
Esse amor tão vívido em terra em que a maioria parece se assustar mais com o afeto do que com a indelicadeza.
Esse cuidado espontâneo com os outros.
Essa vontade tão pura de que ninguém sofra por nada.
Esse melindre de ferir por saber, com nitidez, como dói se sentir ferido.
Ser sensível nesse mundo requer muita coragem.
Muita.
Todo dia.
Essa saudade, que às vezes faz a alma marejar, de um lugar que não se sabe onde é, mas que existe, é claro que existe.
Essa possibilidade de se experimentar a dor, quando a dor chega, com a mesma verdade com que se experimenta a alegria.
Essa incapacidade de não se admirar com o encanto grandioso que também mora na sutileza.
Essa vontade de espalhar buquês de sorrisos por aí, porque os sensíveis, por mais que chorem de vez em quando, não deixam adormecer a ideia de um mundo que possa acordar sorrindo.
Pra toda gente.
Pra todo ser.
Pra toda vida.
Eu até já tentei ser diferente, por medo de doer, mas não tem jeito: só consigo ser igual a mim.

Ana Jácomo
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Não importa o peso.
É incrivelmente fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher.
Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção sem igual.
Não temos a menor idéia de qual seja seu manequim, nem queremos saber.
Nossa avaliação é puramente visual.
Isso quer dizer: se tem forma de violão… está ótimo.
Não nos importa quanto medem em centímetros – é uma simples questão de proporções, não de medidas.
As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas, cheinhas, femininas…
Essa classe de corpo que, sem dúvida, nota-se numa fração de segundo, basta olhar.
As muito magrinhas que desfilam nas passarelas seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem.
Suas modas são muito retas e sem formas e parecem agredir o corpo maravilhoso das tão deslumbrantes mulheres.
Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura.
A elegância e o bom trato são equivalentes a mil viagras.
A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem.
Usem!
De cara lavada basta a nossa… sem graça.
Os cabelos, quanto mais tratados, melhor.
As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas.
Por que razão as cobrem sempre com calças longas?
Para que as confundam conosco?
Uma onda é uma onda, uma cadeira é uma cadeira… e pronto.
Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão, e eu reitero: nós gostamos assim.
Ocultar essas formas é como ter o melhor sofá embalado no sótão.
É essa a lei da natureza: que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulímica e nervosa logo procura uma amante cheinha, simpática, tranqüila e cheia de saúde.
Entendam de uma vez!
Procurem agradar a nós, e não só a vocês; porque nunca terão uma referência objetiva do quanto são lindas e maravilhosas dita por uma mulher.
Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é simplesmente linda!
As jovens são lindas… mas as de 30 para cima são verdadeiros pratos fortes.
Por Karina Zzocco, Eva Longaria, Angelina Jolie ou Demi Moore, somos capazes de atravessar o Atlântico a nado.
O corpo muda… cresce.
Não podem pensar, sem ficarem psicóticas, que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18.
Entretanto, uma mulher de 45, que entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo.
Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio, alegres, e que sabem controlar sua natural tendência à culpas.
Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes); quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se sabota e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.
Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza.
São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos ‘em formol’, nem em Spa… simplesmente viveram!
O corpo da mulher é a prova de que Deus existe.
É o sagrado recinto da gestação de todos os Homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de marcas de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.
Cuidem-se!
Amem-se!
A beleza é tudo isso.
Tudo junto!

Assinado: Um Homem

É muito engraçado ver as pessoas, na vida, à procura de um mestre.
Sim, um mestre!
Procuram mestres porque desejam aprender.
Lêem livros, porque desejam aprender.
Inscrevem-se em cursos porque desejam aprender… mas continuam as mesmas.
Ainda não entenderam que tudo, nesta vida, é lição.
Estão precisando que um professor se coloque na frente delas mas, ainda assim, algumas lá estarão na esperança de confirmar o que acreditam saber.
Abram os olhos!
As lições estão na vida, e são simples.
E estão na simplicidade.
Na simplicidade da chuva que nos molha o rosto, na simplicidade da flor que desabrocha, na simplicidade da formiguinha e da abelha.
Por que vocês precisam de palavras difíceis e pose de professor?
Vocês que­rem aprender?
É só observar, estar atento.
Vocês aprendem pouco porque não aprenderam a mergulhar na simplicidade.
Seu filho brinca com cubos, mas você tem mais o que fazer.
O orvalho desce das folhas, mas agora não dá tempo de ver.
As plantas dançam no vento, mas agora você está tão exausto que precisa dormir.
O importante está acontecendo na sua vida a cada momento.
No entanto, você não vê!
Você diz que não pode olhar pra simplicidade, porque as coisas simples não lhe atraem, porque você já passou da idade.
Pois eu lhe digo que você ainda não chegou à idade de valorizar as coisas simples.
Isto só vem depois que a gente cresce…
Aprendei de mim, que sou simples…
Eis o que diz o Mestre.
É preciso mergulhar, impregnar-se da simplicidade, para aproveitar os ensinos da vida.
Comece hoje, pisando a terra descalço.
Rindo com um pequenino.
Fazen­do uma prece de gratidão.
Tocando os cabelos de sua mãezinha.
Aspirando o aroma da camomila e do benjoim.
Cantando uma canção…
Comece fazendo isso uma vez por dia, se achar difícil, não importa.
Comece sozinho, se sentir vergonha.
Mas, se sua vontade de aprender é sincera, não deixe de começar.

Calunga
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Ser sozinha no século XXI é mais uma opção pessoal do que a falta da mesma.
Muitas mulheres atualmente fazem esse tipo de escolha.
Principalmente, quando descobrem que não precisam trocar de mantenedor ou protetor após saírem da casa dos pais ou se divorciarem ou mesmo quando ficam viúvas.
A mulher de hoje, muito mais facilmente percebe que pode estar no comando de sua própria vida.
O estar só, dentro deste contexto, pode significar um momento de entressafra onde a mulher, por opção, pode decidir se quer ou não ter um parceiro. .
A diferença brutal de antigamente para os dias atuais é que a mulher bem resolvida sabe que não necessita de um homem a tiracolo para ter um lugar no mundo.
Ela mesma pode e faz o seu lugar, bem como seu status social.
O mundo, agora, principalmente nas grandes metrópoles, não mais instiga, como antes, que a mulher seja submissa ou que tenha que depender de um homem para sustentá-la.
O fato de a mulher estar sozinha não implica numa circunstância de tempo de duração, mas, sim, no aspecto emocional e condicionamentos culturais.
Note que isso não é uma apologia sobre os benefícios de se estar só.
Tanto a mulher, como o homem, quando inteiros, podem escolher ter um companheiro de jornada autêntico, que não esteja embolado em meio a uma linha cruzada de projeções recíprocas embasadas nas necessidades pessoais de cada um.
Por outro lado, num processo de solidão involuntária, existe a oportunidade para que o sexo feminino dinamize o seu lugar no mundo, incluindo pesquisa acurada sobre si mesmo. Imagine-se num relacionamento de anos, algo abrupto ocorrendo onde repentina e inexoravelmente você se encontra só.
O que fazer nessas ocasiões?
- O primeiro passo seria observar o quanto de si mesmo estava no parceiro e aos poucos ir resgatando pedaços cedidos.
Simultaneamente, parar para refletir sobre o quanto vivia em função da relação.
Por fim, buscar conhecer sua própria identidade que, na certa, independe de qualquer relacionamento.
Essa jornada interior requer cuidado especial e amorosidade consigo mesmo, nunca pena.
Pesquisar gostos pessoais pode ser o prenúncio de um bom começo.
A solidão involuntária, seja por qual motivo tiver acontecido, é excelente momento para que um desenvolvimento interior mais profundo aconteça.
Pode até ser um ponto de partida em que novas habilidades surjam e um preparo, dependendo da situação de vida, para que a mulher reveja o que deseja conquistar num próximo relacionamento.
Muitas vezes um processo terapêutico é bastante indicado no sentido de abrir amplo espaço para que o autoconhecimento se instale em meio a dinamismo e clareza.
E em determinados casos, para que uma depressão maior não se instale.
Não devemos desprezar as mudanças de vida.
Se a pessoa tem uma identidade construída no outro, ficar só repentinamente pode ser desastroso.
Equilibrar-se novamente requer tempo, necessidade de apoio e ajuda de amigos.
Lembrando novamente que bom processo terapêutico também é bem vindo.
Uma das premissas para checar se a solidão passou dos níveis de suportabilidade é verificar como estão os contatos com amigos e outros.
Se estes estiverem reduzidos demais, o alerta se faz importante.
Quando se perde a motivação para sair, encontrar com pessoas ou atividades de interesse pessoal, também.
Além disso, ficar atenta o nível de alegria.
Às vezes a pessoa pode estar deprimida, sem se dar conta.
Não é porque não se encontra jogada numa cama, sem ânimo, que não se encontra em estado depressivo.
A vida acontece em ambientes relacionais e sempre crescemos por intermédio das nossas relações.
Momentos de solidão e de encontro consigo mesmo são extremamente importantes para que nós possamos dar significados a nós mesmos; quando em excesso, porém, esses mesmos significados, correm o risco de se perderem.
Tanto a solidão voluntária, como a involuntária pode ser um forte disparador de questionamentos a ponto de levar a mulher a se conhecer de modo diferenciado.
As que pegam carona nesses questionamentos têm a oportunidade de construir fortalecimento inquebrantável.
A questão é saber como trabalhar com o novo e saber tirar proveito.
Nós, mulheres, somos provedoras, não ao contrário, como nos foi ensinado.
Isso me faz lembrar o livro de Rianne Eisler quando conta sobre nossa história e relata como nossas forças arquetípicas foram invertidas e que, agora, novamente estamos clamando e conquistando de volta nossos lugares primordiais.
Quem souber pegar essa onda e incorporar de volta o que já é nosso, pode se beneficiar tremendamente num caminho de capacitação e segurança de si mesmo, sem retrocessos.
Como exemplo disso, em seu livro, Rianne revela que a mulher primitiva era muito reverenciada em todos os seus tempos de vida.
Quando menstruava, freqüentemente, deixava escoar seu sangue na terra, para que a sua força pudesse arar dando boa colheita.
Quando engravidava, a mesma força do seu sangue servia na crença popular, para alimentar o nenê que estava sendo gerado...
E, finalmente, quando entrava na menopausa, seu sangue e poder permaneciam definitivamente com ela tornando-a, por conseqüência, a velha sábia a quem todos reverenciavam pedindo conselhos.
Cabe a nós, mulheres do século XXI, resgatarmos nossas raízes.
Sozinha ou não, você está pronta?
Habilite-se e procure o que for necessário para entrar em contato com a sua força matriz.
Só não fique parada, busque, ouse e conquiste-se.

Silvia Malamud


Na maior parte do tempo, estamos mais conscientes de como os outros nos tratam do que de como nós mesmos nos tratamos.
Isso ocorre porque estamos pouco familiarizados com a possibilidade de sentir nossos próprios sentimentos sem nos sobrecarregarmos com os ditames dos pensamentos rígidos advindos da autocrítica.
Quem não foi bombardeado com frases acusatórias de como deveríamos ser e o que deveríamos fazer para nos tornarmos pessoas mais felizes?
Quando nos sentimos encurralados por situações que nos oprimem e revelam que ainda não somos bons o suficiente para lidar com as exigências da vida, estas frases voltam à nossa mente fazendo com que a auto-observação transforme-se numa obrigação, numa ordem.
Tal imposição nos leva a uma sensação ainda maior de ineficiência e inadequação.
Pois, ao mesmo tempo em que nos propomos a sentir nossos sentimentos (com a esperança de que assim poderíamos achar os defeitos que nos levaram a sofrer), nos desestabilizamos com as expectativas exageradas a respeito de nós mesmos de como deveríamos nos comportar para não sofrer deste jeito.
No entanto, ter consciência de nossos limites não quer dizer reconhecermos que somos seres limitados.
Mas, simplesmente que podemos respeitar o estado em que nos encontramos e buscar novos recursos para avançarmos novamente.
Muitas vezes, quando tocamos nossos limites, ao mesmo tempo em que sentimos vontade de avançar, sentimos o medo da falta de recursos para fazê-lo.
Nestes momentos, tanto recuar como seguir em frente serão atitudes desestabilizantes. Então, é melhor admitir que ambos lados estão presentes e aguardar mais um pouco antes de desistir ou arriscar-se precocemente.
Precisamos nos poupar, recuperar nossa força vital e psíquica.
Afinal, se não reconhecermos nossos limites inevitavelmente cairemos na exaustão.
Este tempo de cura envolve um processo de relaxamento e entrega, que nos leva a recebermos a força que necessitamos.
Enquanto estávamos demasiadamente presos às nossas percepções, não nos dávamos conta do quanto estávamos fechados para receber ajuda.
Na expectativa de sermos pessoas eficientes e autônomas, muitas vezes nos cegamos em relação aos outros.
Ou seja, não é bom confundirmos responsabilidade pessoal com a presunção de que podemos comandar tudo sozinhos!
Em nossa cultura capitalista, não há espaço para desenvolvermos a gentileza de sermos honestos em reconhecermos nossos reais limites.
Devemos sempre fazer mais.
Até mesmo quando nos propomos a descansar, lançamo-nos em atividades que nos exigem mais esforço e concentração.
Reconhecer nossos limites é cultivar respeito por nós mesmos.
Aliás, quando somos honestos com os nossos próprios limites, estamos sendo honestos também com os outros.
Ser verdadeiro consigo mesmo é a base para sermos verdadeiros com os outros.
É simples e claro: não podemos dar mais do que somos capazes em todas as áreas de nossa vida, sejam elas de ordem afetiva, profissional ou financeira.
Mas, em geral, evitamos encarar nossas limitações presentes para não sentirmos o risco da exclusão.
Curiosamente, é ao agir enganosamente (como se pudéssemos, quando na realidade não somos capazes), que corremos o risco real de sermos excluídos.
Pois, uma vez que nossa incapacidade for revelada, seremos inevitavelmente vistos em nossas falhas.
Mas, o medo de ser excluído ainda é maior do que a capacidade de revelar nossas vulnerabilidades.
Então, este é o ponto a ser encarado: a sensação de insuficiência nos remete à ameaça de sermos excluídos!
Aprendemos a ler este risco ainda quando éramos crianças bem pequenas.
Sob a pressão de atender as exigências de sermos uma criança perfeita para não decepcionarmos os nossos cuidadores, nos comportamos como se fosse natural dar conta de tudo que nos fosse solicitado.
Quem não reconhece a lembrança de uma comunicação implícita que de uma vez que nossos pais nos davam tudo que necessitássemos deveríamos ser igualmente capazes de responder à altura do que eles almejavam para nós?
Desta maneira, a priori, estaríamos nos comportando de acordo com o esforço incomensurável que eles faziam por nós.
Diante desta lei silenciosa de ordem e obediência, não havia espaço para o auto-reconhecimento de nossas falhas e limites.
Era feio e inadequado ter limites.
Afinal, diante de nossas fraquezas frequentemente escutávamos:
É só querer.
Incapazes de responder a tais expectativas exageradas, crescemos com a sensação, quase que despercebida, de que quando oferecermos algo, jamais não será o suficiente.
Aliás, o outro, além de pedir por mais, não terá empatia pelo nosso esforço já realizado...
A maioria de nós foi educada com a mensagem de que poderia ser e fazer sempre mais e mais.
Por exemplo, quando fazíamos algo bem, ao elogio era adicionado uma expectativa ainda maior:
Muito bem, agora que fez isso, faça aquilo.
Em outras palavras, a energia do reconhecimento não estava unicamente associada ao regozijo, mas também cobrança de algo mais.
Neste sentido, o próprio reconhecimento vinha carregado de uma mensagem de insuficiência!
Diante da insuficiência, sentimo-nos isolados, encapsulados na inadequação.
Como romper esta barreira que um dia nos serviu para nos proteger do risco de decepcionar os outros com nossas fragilidades?
Como sanar a sensação de dever ser ou dar sempre mais?
Primeiro, podemos reconhecer a ansiedade e a inadequação como sentimentos que nos revelam algo além do desconforto: eles nos alertam que estamos nos pressionando e sendo pressionados.
Segundo, reconheça este aviso como um alerta importante e não duvide de si mesmo.
Pois a dúvida nos paralisa instantaneamente.
Continue a encarar a inadequação como um aviso de fronteiras.
Lembre-se: os outros podem nos tratar mal, mas ainda assim podemos nos tratar bem!
Em seguida, devemos trabalhar o medo da exclusão.
Pois, diante da ameaça da exclusão acionamos o mecanismo compulsivo de suprir as exigências alheias.
Mas, lembre-se: não reconhecermos nossas fragilidades é um modo de nos excluirmos de nós mesmos!
Ao aceitarmos nossos limites, sejam eles passageiros ou não, tornamo-nos inteiros.
Neste sentido, reconhecer nossos limites é tanto uma forma de auto-organização como de harmonizar os relacionamentos com os outros.
Pois, quando revelamos nossa condição real, os outros também poderão nos perceber de um modo integrado.
Nesse momento, a ameaça de sermos excluídos não será mais vista como uma única possibilidade.
Na medida em que percebemos que o medo da exclusão é regido por nossas projeções mentais negativas, podemos olhar a realidade com novas possibilidades de solução.
Tudo é cíclico.
Assim como nosso desenvolvimento interior.
Podemos a qualquer momento treinar o auto-reconhecimento se nos alegrarmos com o que já sabemos e quem somos agora mesmo!

Bel Cesar - psicóloga
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Escrever: todo mundo devia escrever uma ou duas páginas por dia, ou pelo menos todo fim de semana, contando como têm sido seus dias, falando sobre sua vida, suas alegrias, tristezas, decepções, felicidades.
Para isso não é preciso saber escrever; seria uma espécie de diário, para ler daqui a 20 ou 30 anos, e que um dia será encontrado por um neto ou bisneto que, sabendo mais de suas origens, como foram seus pais e avós, talvez compreendam melhor porque são como são.
Para isso basta um caderno e uma esferográfica – e uma gaveta com chave, pois essas confissões só devem ser lidas pelos outros com a permissão de quem escreveu, a não ser que já tenha morrido.
E pense um pouco: você deve ter passado por coisas que prefere não lembrar, que estão lá dentro contidas, reprimidas, e das quais acha que já esqueceu, já que não pensa nelas – quem não passou?
Não pensa mas elas estão lá, travando seus atos, impedindo que você seja livre desses bloqueios e passa ser, conseqüentemente, mais feliz.
Escreva; escreva, pois escrever faz bem.
Falar, seja com a maior amiga, um padre ou com o psicanalista, não é o suficiente.
Falar toda a verdade, sem nenhuma censura, com sinceridade total, só se consegue a nós mesmos, e isso quando temos coragem.
Fácil não é.
E se certos acontecimentos são difíceis de serem lembrados, mais difícil ainda é de serem colocados no papel.
Mas isso é só no início; depois dos primeiros dias vai se tornar um hábito, como se estivesse conversando com você mesma, porque ninguém com mais capacidade para entender por que fez certas coisas, praticou atos que foram censurados pelos amigos e pela família, do que você. Só você, e mais ninguém.
À medida que os acontecimentos mais difíceis vão sendo escritos, mais coragem você vai ter para continuar escrevendo, e pouco a pouco vai perceber que está mudando.
Os fatos mais dolorosos, nos quais não conseguia nem pensar, vão ficando mais leves; conseqüentemente, você vai ficando mais leve.
E vai perceber que, sem o peso que carregou durante tanto tempo lá no fundo de você mesma, é como se tivesse se libertado.
Não vai se esquecer das tristezas pelas quais passou, mas vai conseguir vê-las de frente, pois não há esforço maior do que o de não querer pensar numa coisa, achando que assim vai evitar o sofrimento, escreva para você, sem esconder nada, sem nenhum pudor de confessar os vexames pelos quais passou, as tristezas, e até os momentos de glória, que também não são fáceis de contar, até porque desses ninguém está interessado em ouvir.
Vá por mim: escrevendo, você vai mudar.
Quando não houver mais áreas obscuras na sua vida, aquelas que você nem sabia que eram tão pesadas e te impediam de usufruir de todos os momentos como eles merecem ser vividos, vai se sentir mais leve.
Vá, escreva.
Não tenha medo de não conhecer bem o português, ou porque não sabe botar as crases no lugar certo; nada disso tem a menor importância.
Acredite: isso aconteceu comigo, e a vida hoje me parece muito, mas muito melhor do que era.
Eu me libertei não das minhas lembranças, mas dos meus fantasmas, e tenho a consciência de ser uma nova pessoa, uma pessoa que tem muito mais prazer em viver do que tinha antes de escrever.
E não é isso que todos queremos?

Danuza Leão

Talvez a lição de vida mais importante que devemos assimilar nesta nossa existência seja aprender a enxergar a realidade.
Aprender a aceitar e a conviver com a realidade.
O que relutamos fazer imersos numa bolha de fantasia a qual nos oculta as muitas circunstâncias nas quais a realidade do mundo se mostra dura, suja, implacável, impiedosa, fria…
Todos somos dignos e temos direito de sermos amados, mas de modo geral, estamos aqui pra apanhar .
Fique atento!
O problema começa quando todos nós passamos a ser bem ensinadinhos desde crianças a respeito de um mundo perfeitinho e ideal que existe não se sabe onde, ou quem sabe na Terra do Nunca – eis um nome muito adequado para o que nunca vai existir.
Isto se dá através das historinhas infantis, contos de fadas e outras mentiras bonitinhas que nos contaram e continuam nos contando diariamente através de novelas, romances, comédias românticas e outras histórias com finais felizes.
E como não nos mostraram o outro lado da moeda, acreditamos…
Acreditamos que o bem sempre vence o mal, que o bonito é bom e o feio é ruim, que ruim é o que faz o mal e bom é o que não faz nada, que existe um estado final e permanente de felicidade, que no fim tudo fica bem, que um final feliz entre um casal significa casamento e filhos, que o correto é sacrificar a si mesmo em prol de se fazer o bem aos outros, que mocinhos e princesas não peidam (somente os ogros, né, Shrek) e não vão ao banheiro, enfim.
Acreditamos em tudo isso para então vivermos dia após dia de nossa vida surpresos e decepcionados ao percebermos paulatinamente que nada daquilo que nos contaram e com que tanto sonhamos é verdade.
A verdade da vida, vamos falar a verdade, é sem graça.
Por isso tanta gente paga caro para manterem-se iludidos.
Das decepções que tive na vida, me saí com a seguinte conclusão:
A vida é uma ilusão, e feliz  daquele que pode viver iludido.

Conto-de-fadas x Realidade

Ora, mas quando rezam o Pai Nosso, não dizem em alto e bom som:
“Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu”?
Sim, porém quando a vida vai no sentido inverso das suas ilusões, vontades e manias todos choram, não choram?
Quem que está… errado, eles ou a vida?
Sob certo aspecto, Deus e Realidade são a mesma coisa.
Devemos aceitá-los, devemos aprender a conviver com a vontade deles.
E antes disso ainda, devemos aprender até mesmo a olhar para eles.
Não é fácil.
Difícil lidar com o orgulho ferido, isto é, com a constatação de que nem todas as nossas ideias loucas a respeito da vida, das pessoas e das coisas vão se realizar.
Muito pouco delas vai, se é que alguma loucura sua vai se realizar ou o mais difícil – se manter.
A vida tem seus caminhos e quase nunca são os que escolhemos por vontade.
(E não me pergunte até que ponto devemos tomar iniciativas na vida, e a partir de que ponto devemos nos deixar levar pela correnteza da vida.
Realmente não sei.
Só sei que de fato há esses dois momentos em nossa vida e eles estão sempre se alternando.)
Só sei que o sofrimento surge essencialmente a partir do momento em que abraçamos coisas que não são para nós.
Primeiro nos ilidimos belos e faceiros, nos sentimos os tais, poderosos, convictos de que está tudo indo muito bem.
Então ou você perde tudo bruscamente, ou então, talvez pior ainda, percebe que seus sonhos não são aquilo tudo que imaginava e se arrasta pela vida toda mantendo-os artificialmente, puramente por orgulho de não dar-se por vencido, de não admitir que errou.
Toda perda não é bem uma perda.
É bem provável que muito antes de “perder”,você quis demais.
Desculpa, mas talvez você não seja aquilo tudo, talvez não mereça tanto.
É a ilusão que causa o desgosto e o sofrimento, não a verdade.
A cada decepção que você teve era a verdade lhe visitando.
Sem graça sim, mas a verdade.
A decepção é o que mais mata porque faz perder a vontade de viver.
É a manifestação máxima do mimo – se não for como eu quero, então não brinco mais.
O perdão não existe, você não perdoa ninguém e NÃO TEM QUE perdoar ninguém.
Existe APENAS o seu orgulho e a sua má vontade para largar a ilusão de que as coisas devem ser como você quer.
Quando finalmente entender que a vida, as pessoas e as coisas não têm que ser como você acha ou como você foi ensinado que deveriam ser, o sofrimento cessa.
E você começa a enxergar os primeiros raios de luz… uma luz incômoda mas necessária.
A luz da verdade!
Ronaud Pereira

.

“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

Quem sou eu

Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

Visitantes Online

Seguidores

Tecnologia do Blogger.
Powered By Blogger

Translate

Acessos

Hora Certa

relojes para web gratis free clock for website

Links externos