sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
18:43:00
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Reflexos do meu ser
Depois da fase em que se buscava a igualdade pura e simples entre homens e mulheres, agora o modelo de relacionamento se baseia no reconhecimento das diferenças que existem entre os sexos, mas sem estabelecer hierarquia de valor entre elas.
Homens e mulheres vêm caminhando juntos pela vida desde o começo dos tempos, mas agora se perguntam:
" Será que esta é a estrada certa? Será que ela está indo para onde a gente quer?"
Os antropólogos sempre disseram que em todas as culturas, em todo lugar e sempre as relações foram complementares - a caça e a guerra masculinas, a maternidade feminina.
Por milênios esse modelo de complementaridade se manteve.
Por milênios esse modelo de complementaridade se manteve.
O homem ousava desafiar a morte, a mulher operava o milagre da vida.
Isso significa que por muito tempo as diferenças entre o feminino e o masculino foram reforçadas tanto pela cultura como pela educação.
É verdade que os homens e as mulheres são diferentes, mas dentro desse modelo da desigualdade não só seu corpo mas também no lugar que ocupam na sociedade e aquilo que fazem são diferentes.
Nesses termos, diferença significa desigualdade, significa ainda que um é impotente sem o outro.
Nesses termos, diferença significa desigualdade, significa ainda que um é impotente sem o outro.
Por esse motivo, os laços que se formavam eram sempre de dependência recíproca ou de um ficar por cima e o outro por baixo.
O problema é que as sensações de por cima e por baixo vão se entranhando no corpo e na mente.
Em cima significa forte, superior; embaixo está ligado a estar aprisionado, comprimido.
Entretanto agora, neste século, ocorreu uma mudança.
Entretanto agora, neste século, ocorreu uma mudança.
Sobretudo nestes últimos 25 anos começou a surgir um novo modelo.
As mulheres e até certo ponto os homens foram atrás daquilo que os iguala e tentaram superar as diferenças.
As mulheres queriam "algo mais".
Algo mais que antes. Esse algo mais quer dizer movimento, crescimento.
Então, a experiência vital toma uma direção.
A partir do momento em que mulheres em um número considerável saíram da cozinha para ocupar as vagas nas faculdades e começaram a trabalhar fora, elas trocaram proteção por igualdade.
A partir do momento em que mulheres em um número considerável saíram da cozinha para ocupar as vagas nas faculdades e começaram a trabalhar fora, elas trocaram proteção por igualdade.
Se antes se dizia " ladies first " (mulheres primeiro), depois se passou a dizer " eu primeiro " , e cada um passou a abrir as portas da vida para si mesmo.
Essa mudança fez também com que, pela primeira vez na história da humanidade, homens e mulheres começassem a se olhar cara a cara, a perceber os sonhos, os desejos, as fantasias um do outro, a ver coisas que jamais tinham visto até então.
Essa mudança fez também com que, pela primeira vez na história da humanidade, homens e mulheres começassem a se olhar cara a cara, a perceber os sonhos, os desejos, as fantasias um do outro, a ver coisas que jamais tinham visto até então.
Com isso, foi surgindo uma nova fórmula de relacionamento.
Tratava-se de uma declaração de interdependência na qual se considerava um progresso que o homem identificasse em si mesmo seu lado feminino e a mulher, por sua vez, percebesse seu lado masculino.
Assim ficava mais fácil o encontro, a ligação.
Assim ficava mais fácil o encontro, a ligação.
Dizia-se: " Cada um tem em si um pouco do outro, ou seja, masculino é masculino, mas tem também um pouco de feminino (compreensão, sensibilidade).
Feminino é feminino, mas tem também um pouco de masculino (agressividade, competitividade) " .
A idéia era criar um novo tipo de parceria.
Uma nova dança com parceiros se movendo num mesmo ritmo, criando um pattern juntos e sendo alimentados por isso.
Mas, como vivemos num mundo em transformação (mudado e mutante), as regras continuaram mudando e, com isso, homens e mulheres também.
Mas, como vivemos num mundo em transformação (mudado e mutante), as regras continuaram mudando e, com isso, homens e mulheres também.
E agora está surgindo uma outra proposta, uma outra possibilidade, a de igualdade na diferença.
Segundo esse novo modelo, as mulheres não são inferiores nem superiores aos homens, mas também não são iguais, só que essa diferença não é uma desvantagem, mas sim uma vantagem.
Traduzindo: cada um é o que é e mantém suas características específicas.
Por exemplo: homem forte, mulher sensível.
Mas ninguém é mais do que o outro, ou seja, as qualidades de um têm o mesmo valor que as do outro.
Desta maneira, cada um dá sua contribuição única e insubstituível, e faz com que a diferença se destaque como valor.
Isso significa reconhecer a diferença sem estabelecer hierarquia.
Significa também avançar no caminho do conhecimento da nossa natureza, do que somos e do que podemos vir a ser.As mulheres abrigam algumas diferenças básicas em relação aos homens porque no centro de sua existência estão valores como o amor, a atenção e o cuidado com o outro, as relações de ajuda mútua não remunerada a não ser pela reciprocidade, a proteção da vida.
Existe uma hora em que se compreende o que é essencial, o que realmente merece ser preservado.
A história está aí para nos mostrar que a humanidade nunca parou de evoluir.
Existe uma hora em que se compreende o que é essencial, o que realmente merece ser preservado.
A história está aí para nos mostrar que a humanidade nunca parou de evoluir.
Talvez, se continuarmos trilhando esse caminho, aceitando as diferenças mas preservando a equivalência, estejamos indo exatamente para o lugar aonde desejamos chegar.
Maria Helena Matarazzo
Marcadores:Maria H. Matarazzo
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os textos que vc coloca aqui, são pra pensar e ler várias vezes..
ResponderExcluirporisso que quando preciso, corro aqui..rsrs
bjs.Sol
Obrigada Sol , por sempre passar por aqui . Realmente tem textos que nos leva a mais profunda reflexao . Beijos
ResponderExcluir