sexta-feira, 27 de abril de 2012

Em primeiro lugar, eu diria que a resposta é óbvia e até genética: somos seres criados para a troca, para o relacionamento, para o amor!
Somos seres em busca do prazer, da convivência, da reciprocidade.
Seria como dizer que, em princípio, somos apenas metade do que podemos vir a ser.
Quando nos apaixonamos por uma pessoa, essa felicidade que mal cabe dentro de nós está a serviço de uma sensação muito especial.
Temos a nítida impressão de que nos tornamos mais inteiros, mais preenchidos, melhores, mais fortes.
É isso!
O encontro com o outro através do amor nos possibilita sentir partes de nós mesmos que não conseguimos quando estamos sós.
E por causa dessas sensações maravilhosas é que sentimos tanto medo.
Se, por um lado, temos medo de ficarmos sozinhos e, por isso, investimos tanto tempo e tanta energia na busca de alguém especial, que nos complete; por outro, também temos muito medo de encontrarmos esta pessoa, experimentar com ela todas essas possibilidades e, depois, perdê-la.
Assim, sozinhos ou acompanhados, parece que o medo está sempre a nos rondar, sempre nos colocando em estado de alerta e, enfim, roubando parte de uma felicidade tão almejada, tão desejada por homens e mulheres.
Costumo dizer que o medo é um sentimento bom.
O medo é, na verdade, um grande mestre, desde que adotemos a seguinte regra: nem ignorá-lo e nem deixar que ele nos invada e nos paralise.
O problema não está no fato de sentirmos medo, mas de deixarmos de agir e de viver por causa deste medo.
Ou, por outro ângulo, ele pode se tornar um problema se o desprezarmos e, desta forma, não conseguirmos enxergar que ele pode ser um valioso aviso de que estamos indo pelo caminho errado, estamos fazendo a pior escolha.
Portanto, precisamos aprender a decifrar e respeitar o medo, mas não deixarmos que ele nos paralise, nos roube a coragem de arriscar e viver e amar!
Creio que o grande segredo esteja além do medo.
Na verdade, se estamos sós ou se estamos comprometidos não é o que mais importa.
O mais importante é como estamos com a gente mesmo?
O quanto a solidão está se caracterizando pela falta do outro ou pela falta de nós mesmos?
Definitivamente, um relacionamento não tem a função de arrancar de nós a sensação da solidão.
Milhares de pessoas são casadas, dormem acompanhadas todas as noites de sua vida, têm família, amigos, emprego, vizinhos e, ainda assim, vivem mergulhados numa profunda e dolorosa solidão!
São pessoas que se sentem trancadas em si mesmas, ouvindo o eco de suas próprias vozes e de suas próprias dores sem saber para onde ir, sem entender que para aflorar e renascer para o mundo é preciso que encontrem não um grande amor, não um parceiro melhor ou que lhes pareça mais adequado, mas que se permitam, antes, um encontro consigo mesmas!
A meu ver, as palavras-chaves para a grande transformação, para a felicidade continuada e genuína, são: autoconhecimento e consciência!
Quanto mais consciente de si mesmo você estiver, mais você saberá o que quer, para quê está aqui, o que veio fazer na Terra e, enfim, quem é você!
O amor, o casamento, o romance ou qualquer outro tipo de relacionamento só podem nos trazer preenchimento, prazer e respostas se, antes de mais nada, soubermos onde estão as nossas portas.
Precisamos aprender a entrar dentro de nós.
Precisamos conhecer cada um de nossos cômodos, de nossas luzes, de nossos cantos, de nossas janelas...
Precisamos decifrar nossos enigmas, encontrar nossos tesouros e, por mais difícil que seja, admitir nossos lixos e limpar e organizar a imensa bagunça que nós mesmos fizemos (ou deixamos que fizessem) dentro de nós!
Isso tudo não é trabalho para um final de semana prolongado, mas para a vida inteira, todos os dias!
E por mais trabalho que dê (e dá mesmo!), volto a repetir: não existe nenhuma outra chance de você se tornar inteiro e sentir-se, de uma vez por todas, livre da solidão, a menos que você resolva parar de buscar lá fora e comece a procurar dentro de você o que há de mais importante: a sua singularidade.
Porque uma vez encontrada, você estará pronto para o amor e saberá que a solidão é somente uma questão de acender ou apagar a sua luz, de abrir ou fechar a sua porta.
De entrar ou sair de dentro de você!

Rosana Braga

É realmente muito comum deixarmos de fazer coisas importantes durante as nossas vidas porque temos medo de errar, medo de sofrer... mas o que é a vida senão uma aventura maravilhosa que inclui sim os pesares, mas também quantas delícias e surpresas nos reserva?!
Hoje, não tenho a intenção de sugerir atitudes, afinal, cada um sabe melhor que ninguém dos segredos de seu próprio coração.
Mas gostaria sim que você refletisse sobre o texto abaixo.
Selecionei-o como que para mim mesma, lembrando-me sobre as tantas vezes que tenho medo de arriscar.
Portanto, como tenho me sentido um pouco desanimada nos últimos dias, este texto é, antes de mais nada, um desejo por sua felicidade, um desejo pela minha felicidade... uma demonstração de que todos nós estamos num mesmo barco; alguns dias, somos nós a dar força àqueles que necessitam; outros dias, são os outros a nos dar ânimo e coragem para continuarmos, apesar das dificuldades.
Aproveito a oportunidade para dizer que, aconteça o que acontecer, o importante é o que você vive de bom agora, o que você pode levar na lembrança como a certeza de que um dia, independente do depois, você teve a coragem e o privilégio de arriscar... porque ainda que existam tristezas, a capacidade de tentar sempre nos deixa muitas chances de acertar e ser feliz!

Texto de Leo Buscaglia (meu autor preferido). Retirado do livro Vivendo, Amando e Aprendendo.


Rir é arriscar-se a parecer tolo.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão aos outros é arriscar-se a se envolver.
Mostrar os seus sentimentos é expor a sua humanidade.
Expor suas idéias e sonhos diante do povo é arriscar a sua perda.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Tentar é arriscar-se ao fracasso.
Mas os riscos têm que ser corridos, pois o maior perigo na vida é não arriscar nada.
A pessoa que não arrisca nada não faz nada, não tem nada e não é nada.
Pode evitar o sofrimento e o pesar, mas não pode aprender, sentir,
mudar, crescer, viver ou amar.
Acorrentado por suas certezas e vícios, é um escravo.
Sacrificou o seu maior predicado, que é a sua liberdade individual.
Só a pessoa que arrisca é livre.
Rosana Braga

segunda-feira, 23 de abril de 2012

A grande preocupação da maioria das pessoas é em relação ao amanhã.
Lembro-me de quando criança minha mãe me alertava, para que eu pensasse no amanhã.
Acho que acontece com todos nós, sempre alguém da nossa família ou próximo a nós nos alertando pelo tal dia de amanhã.
Essa preocupação armazenamos em nosso subconsciente e a cristalizamos a ponto de frear nosso movimento em relação a toda mudança de vida.
Ao sinal de qualquer mudança, seja repentina ou não, logo vem a nossa preocupação com o dia de amanhã.
Assim como eu, você deve conhecer pessoas amarguradas no trabalho há anos, sem nunca ter pensado em alguma mudança que fosse benéfica na vida, pessoas que passam 20 anos ou mais no mesmo emprego e naquele trabalho enfadonho e tedioso.
Deve também conhecer pessoas, conformadas com sua vida medíocre, morando há anos na mesma casa, onde nasceu e se criou, e que jamais pensou em mudar-se devido ao medo de sair daquele ritmo de vida, mas sempre reclamando e dizendo-se infeliz, mas não muda (afinal, vai que amanhã não dá certo...)
Óbvio que em nosso país existe uma enorme diferença social e a grande maioria mora mal, não porque assim quer, ou suporta tal emprego porque gosta de sofrer.
Falo de pessoas que você também conhece que possuem um horizonte muito curto, mesmo com certa condição social, mas que não admitem nenhuma mudança de vida, de emprego, de marido, de esposa, de bairro, cidade ou país, que vivem a reclamar da vida, mas se conformam por medo do amanhã.
De certo modo, é uma posição cômoda, há quem viva assim.
O ponto é: o que irá mudar em sua vida o medo do amanhã?
Concorda comigo, que de um jeito ou de outro ele virá?
E é muito bom que você esteja nele.
Afinal, estar vivo é receber com muita alegria sempre o que a vida nos oferece, exatamente o amanhã...
Então, por que o medo, o receio, a preocupação atormentam o seu hoje?
Você tem que ser feliz agora, caso contrário, algo está errado.
Medo da mudança, que talvez vá exigir de você um pouco mais de esforço em seu dia-a-dia, medo de amanhã perder o emprego, medo de ir à luta e procurar, quem sabe, um emprego melhor que lhe dê um conforto financeiro, medo de decidir definitivamente a sua felicidade no amor, medo de procurar, talvez, uma casa melhor para morar com a sua família.
Quanta infinidade de medo, não?
Acredite, o tempo ainda é o melhor remédio para todas as suas aflições, pois é feito do amanhã, não adianta se preocupar ou lutar contra.
O amanhã virá e isso já não é uma vontade sua.
É uma vontade divina, foge ao seu controle.
Refiro-me ao amanhã de todas as criaturas vivas em nosso Planeta Terra, da menor criatura que você possa pensar à maior que você nunca tenha visto.
O que é do seu controle e da sua competência é o fato de lutar, de não ter medo e não se preocupar.
Essa sua preocupação mental é que lhe faz sofrer, e consome o seu agora impedindo-lhe de ser feliz.
Livre-se disso o quanto antes, não se torne dependente desse ciclo de pessimismo que o aflige.
Enquanto você se preocupar com coisas que são pequenas, comparadas à sua existência aqui e agora, irá sempre patinar em seu caminho e sempre irá se considerar uma pessoa infeliz.
Veja!
Eu não falo aqui de não pagar suas contas (sei que precisa de um trabalho para educar seus filhos, ter uma vida digna que é um direito de todos) falo de procurar um meio de fazê-lo melhor, de querer progredir na vida, não se preocupando com o amanhã, não tendo medo, enfrentando o que tiver que enfrentar, colocando em prática seus projetos de vida, mudando se achar que tem que mudar.
Falo de passar a comandar a sua vida, com garra, procurando eliminar da sua mente toda negatividade que talvez tenha armazenado em seu subconsciente durante anos.
Aquele ranço de uma educação machista e preconceituosa de pessoas que talvez tenham sido infelizes, de fatos que tenham lhe machucado e, quem sabe, não estivessem preparado (a), naquele momento, para enfrentar situações adversas e difíceis.
Como lhe falei, o tempo ainda é o melhor remédio para todas as aflições; por isso, procure não sofrer pelo amanhã, pois ele virá de qualquer jeito e, é graças a Deus e, principalmente a você, que continua aqui lutando pela vida!
Pense nisso...

Nelson Sganzerla

Um dos maiores problemas com o qual o ser humano pode conviver é a busca de aprovação pela família ou sociedade.
Provavelmente este sentimento tem origem na maneira como criamos e "levamos" a nossa atual vida.
Eventualmente calcada em princípios absurdamente ultrapassados e, portanto, com padrões equivocados para a nossa individualidade e para o momento presente.
Antes era fácil convencer as pessoas através de livros, palavras de comando que gerassem medo.
Agora temos acesso a imagens instantâneas.
É só acessar o computador e saber interpretar as pesquisas.
A afirmação precisa ter conteúdo que possa ser absorvido pelas mentes sedentas de saber.
Estamos na era do conhecimento e da velocidade da informação.
Porém, é mais fácil seguir.
Para que isso aconteça, basta somente ir atrás.
É muito mais complicado orientar-se pelas nossas verdades.
Não há mais desculpas.
Sabe-se que o Universo existe há BILHÕES de anos e que suas dimensões são absurdas e incomensuravelmente grandes.
Assim, não espere. Vá à luta.
Busquemos conhecer as verdades efetivas, as que estão ao nosso redor e no Universo.
Procuremos cultura e conhecimento.
Evite seguir.
Evite comprar aprovação.
Evite fazer-se de vítima.
Evite só saber.
Evite ter medo.
Aplique o seu conhecimento e tenha atitudes.
Portanto:
Não espere que as coisas aconteçam pela ajuda que um super ser irá lhe proporcionar.
Isso é engano.
É confundir energia com paternidade.
Não espere que por toda a sua vida papai e mamãe estejam lhe protegendo e fazendo aquilo que compete a você fazer.
Isso, esta espera por ajuda, chama-se resultado de adestramento...
Não espere que as pessoas à sua volta vejam o seu desempenho no momento e na hora que você mais precisa que isso aconteça.
Os que vivem em sua volta, na maioria das vezes, gostam de você do jeito que é bom para eles.
Poucos sabem entender que cada um tem o seu caminhar e a sua forma de enxergar a vida.
Não espere que as suas verdades, conquistadas com muito esforço, sirvam também para os demais.
O processo de aprendizado é individual.
Não espere que o óbvio seja companheiro de todas as suas verdades.
Só você vê o mundo da sua maneira.
Ninguém trilhou o mesmo caminho que você.
Não espere que, depois de viver junto com alguém, as coisas possam ficar melhores.
Não, não ficam.
As pessoas vêm até nós com suas virtudes e seus defeitos.
Ninguém consegue ser o que nós esperamos que seja.
Por um minuto até pode, mas o dia inteiro não será possível.
Ou você aceita a pessoa como ela é ou irá ter problemas de relacionamento.
Não espere que um dia a pessoa mude e passe a ser como você gostaria que ela fosse.
Isso nunca acontece.
O caminhar é individual.
Até os sete anos se forma a personalidade de cada vida.
As pessoas só mudam quando decidem mudar.
Ninguém tem o controle da vida do outro.
Não espere que a loteria bata à sua porta.
Não existe sorte.
Ela só acontece quando merecimento e oportunidade chegam juntos.
Portanto, é fundamental saber viver com o que se têm.
O segredo é buscar MERECIMENTO.
Não espere que o ano novo seja melhor.
Você é quem precisa melhorar a sua forma de ver a vida.
Ano Novo sem atitude nova é apenas simples alteração de calendário.
Não espere começar o regime segunda-feira.
Você está fora do peso porque não sabe entender a vida ao seu redor.
É óbvio que alguém ou algo lhe sufoca.
Todo adestrado é um sufocado pela realidade da vida.
Não sabe se superar sozinho.
É preciso mudar a forma de ver e encarar os problemas que se apresentam em sua vida.
Seu único prazer é comer.
Que tal trocar este prazer pela descomunal vibração de ser outra pessoa.
Não espere por milagres.
Eles só existem para as pessoas que LUTAM e se dedicam, trabalham e possuem postura ativa.
Não espere que seu amigo entenda...
Ele vê você exatamente da forma como demonstrou lhe entender e ler.
As pessoas se revelam e se mostram nas dificuldades.
Não espere que os amigos de festas venham lhe ajudar, eventualmente, no transporte dos móveis de sua mudança de casa.
A expressiva maioria deles não gosta de você.
Gosta e aprecia o que você lhes oferece como distração ou alimento.
Não espere ter muitos amigos.
Poucos nos aceitam como somos.
Poucos têm a energia compatível.
Quem é seu amigo não pede as razões e os porquês de você não querer alguma coisa.
Simplesmente aceita seu não, por ser seu amigo.
Amigo entende.
Não espere que sua vida melhore se você ficar só reclamando, analisando os outros, falando deles e não agindo a seu favor.
Ou pior, dando dinheiro para aproveitadores e enganadores.
Não espere que só conhecimento ajude em sua vida.
O que lhe ajuda e impulsiona é a sabedoria do conhecimento aplicado.
Pare de ler e aplique o que sabe...
Isso é saber viver.
Não espere que sua felicidade esteja nas mãos dos outros.
Eles também buscam a deles.
Felicidade é uma mera combinação de mente aberta com oportunidade escancarada.
Ser feliz é uma determinação e não uma busca.
Felicidade é essência e não matéria.
Não espere, portanto, que seu bolso lhe traga esta felicidade.
A satisfação que emana de um bem, em nossa vida, leva em si poucas horas de prazer.
O que não se toca "esconde" a essência da vida feliz.
A felicidade está DENTRO de nós.
É só saber usar.
Não espere que a viagem sonhada mude a sua vida.
É puro engano.
Depois da viagem, a realidade de nossos dias retorna.
Mudar de vida é mudar valores e, assim, a forma de viver e encarar esta encarnação.
Não espere, portanto, que a mudança aconteça de fora para dentro.
Seus valores é que precisam ser questionados, avaliados e eventualmente trocados.
Não espere que ler um livro lhe dê o conhecimento que você precisa para entender uma vida.
A vida existe para ser observada, entendida e aplicada.
Não espere que, finalmente, seguir os outros venha lhe dar a paz que você busca.
Ela está em seu equilíbrio emocional e na forma como você verbaliza as suas verdades.
Eles são a base do seu e do meu plantio.
Sei que nos veremos, menos complicados, é verdade...


Saul Brandalise Jr

Já ouvi muitas mulheres concluindo que "tem dedo podre para relacionamento", referindo-se ao fato de, repetidas vezes, envolverem-se com o que consideraram "o homem errado" ou, como são mais comumente conhecidos, os tais "cafajestes".
Pensando sobre isso, resolvi pesquisar o significado deste adjetivo que tanto se aplica ao gênero masculino.
O termo denota alguém que não tem modos, vulgar, infame, desprezível, canalha.
Achei até bem pesados esses sinônimos, ainda mais se levarmos em conta que, muitas vezes, nem se trata desse tipo de comportamento, mas apenas de homens que se relacionam de forma incoerente, imatura ou defendida diante do amor.
Bem, em primeiro lugar, que fique bem claro: do mesmo modo que existem homens cafajestes, o adjetivo cabe perfeitamente para alguns exemplares do sexo feminino!
Entretanto, este artigo em especial é dedicado a elas, às mulheres que, em algum momento de suas vidas, já pararam diante do espelho e se questionaram: "será que o problema está em mim?
Será que sou eu que atraio esse tipo de homem, esse tipo de relacionamento?
Ou será que sou atraída por eles?".
No final das contas, atrair ou ser atraída talvez seja o que menos importa.
Dá no mesmo!
O resultado é sempre aquele kit de sentimentos desconfortáveis, incluindo frustração, sofrimento, baixa autoestima, sensação de ter sido feito de tola, entre outros que certamente muitas mulheres conhecem em intensidade e profundidade.
O fato é que, se você atrai ou se se deixa atrair, significa que sua energia e sua dinâmica interna estão fazendo gancho com a cafajestagem.
Você está identificada com esse tipo de situação.
Você e o relacionamento que inclui a cafajestada estão se nutrindo mutuamente.
Isto é, no momento exato em que sua essência não estiver mais em sintonia com esse tipo de funcionamento, simplesmente não irá atrair e nem ser atraída por homens cafajestes.
Sendo assim, penso que a reflexão mais importante seja: "como deixo de enganchar neste tipo de homem, de relação, de dinâmica cafajeste?".
Para começar, penso que você precisa descobrir qual é a crença que carrega e que inclui características de um cafajeste.
Talvez algo como "os homens não prestam", "mulher sempre sofre por amor", "mulher sabe amar e homem não sabe", "os homens são todos mentirosos", entre outras semelhantes.
Enfim, alguma crença tendenciosa e extremista, que formata homens e mulheres em apenas uma possibilidade - a de que é impossível viver uma relação harmoniosa, equilibrada, feliz, que conduza ao amadurecimento de ambos e à satisfação de compartilhar um sentimento verdadeiro e recíproco.
Enquanto não descobrir que crença limitante é essa e não reescrevê-la, recriá-la com consciência e com a certeza de que existem, sim, homens bacanas, sinceros, que estão realmente tentando fazer suas relações darem certo, que estão dispostos, disponíveis e comprometidos com o exercício do amor; e que você não só quer muito como também está convicta de que merece encontrar um parceiro assim, sinto muito... mas não haverá espaço e nem sintonia suficiente para que este tipo de homem se aproxime de você ou você se aproxime dele.
Na vida em geral, e também no amor, estou cada vez mais certa de um fato: o que você vive não passa do reflexo daquilo que você é!
Trata-se de ser, mais do que de querer, achar ou pensar.
Você atrai semelhantes.
Você atrai e é atraída por pessoas e situações que possam confirmar suas crenças, suas verdades, suas sentenças mais íntimas e arraigadas em seu corpo, sua mente e seu coração!
E veja bem: não estou dizendo que você é tão cafajeste quanto o homem com quem tem se relacionado.
Mas estou, sim, dizendo que só se relaciona com um cafajeste quem, bem lá no fundo de sua alma, ainda acredita (e só você sabe por que ainda acredita) que merece só isso!
Porque quando deixar de acreditar, não há cafajeste no mundo que vai conseguir despertar seu desejo.
Que dirá seu coração...

Rosana Braga

Um dos principais males que afligem o ser humano nos dias atuais é a ansiedade.
Há um desespero predominante em querer realizar os desejos, de maneira instantânea.
Neste anseio pelas realizações, perdemos uma das maiores riquezas da vida que é o usufruir do momento presente.
Isto acontece porque, ao longo do tempo, nos esquecemos de que somos parte indissociável da natureza e, por essa razão, o mais sensato seria que vivêssemos em perfeita sintonia com o ritmo dela.
Se conseguirmos paralisar por alguns instantes nossa ansiedade, e recordar como tudo na existência precisa de um tempo certo para germinar, gerar frutos e amadurecer, certamente nos libertaremos da angústia que é gerada pela necessidade de apressar o ritmo natural da vida.
Nosso ego não aceita ser contrariado em seus desejos, por esta razão, ele nos leva a agir de modo impulsivo, buscando fazer com a realidade se amolde à nossa vontade.
Quando isto não acontece, somos dominados ou pela revolta, ou pelo sentimento de vitimas e, rapidamente, buscamos dentro de nós um motivo qualquer que explique a razão pela qual estamos sendo punidos.
Se encontramos uma explicação, ela vem seguida pela culpa e nos atormentamos remoendo o arrependimento.
Se não identificamos um motivo, aí então, culpamos Deus, outra pessoa ou qualquer circunstância externa por nosso sofrimento.
O fato é que raramente nosso ego assume que ele próprio afasta a realização de nossos objetivos, ao se deixar dominar pela urgência e pelo desespero.
Aprender a esperar é um dos maiores desafios da vida, mas é também o que pode nos proporcionar as mais valiosas lições, no que diz respeito ao crescimento interior, à maturidade e à sabedoria.
" Nós nos esquecemos de como esperar; este é um espaço quase abandonado.
No entanto, ser capaz de esperar pelo momento certo é nosso maior tesouro.
A existência inteira espera pelo momento certo.
Até as árvores sabem disso - qual é o momento de florescer, e o de deixar que as folhas caiam, e de se erguerem nuas ao céu.
Também nessa nudez elas são belas, esperando pela nova folhagem com grande confiança de que as folhas velhas tenham caído, e de que as folhas novas logo estarão chegando.
E as folhas novas começarão a crescer.
Nós nos esquecemos de como é esperar: queremos tudo com pressa.
Trata-se de uma grande perda para a humanidade...
Em silêncio e à espera, alguma coisa dentro de você vai crescendo - o seu autêntico ser.
Um dia ele salta e se transforma numa labareda, e a sua personalidade inteira é estilhaçada: você é um novo homem.
E esse novo homem conhece os sumos eternos da vida".
Osho - Zen, The Diamond Thunderbolt.


Elizabeth Cavalcante
quinta-feira, 19 de abril de 2012

Toda hora alguém põe o dedo no seu nariz e diz: "faça isso" ou "faça aquilo".
Dê um basta.
Pra ser feliz, você deve obedecer só a si mesma.
Você já reparou como enfrentamos diariamente uma tempestade de estímulos, informações e influências?
São muitas: você precisa disso, tem de comprar aquilo, tem de ler tal livro, você deve assistir aquele filme, tem de melhorar, tem de estar atualizada, tem de.Ufa!
Se deixar, a sociedade cria um zilhão de necessidades pra gente.
Ou seja, nos dá um zilhão de tarefas.
Resultado: chega um momento em que as pessoas ficam realmente perdidas num mar de atividades que não representam uma verdadeira conexão com a alma.
Sim, porque satisfação só existe quando há um elo com a necessidade verdadeira.
A falsa necessidade exige nossos esforços, nos esgota e não recompensa.
Sabe o que eu tenho sentido?
Que todas as pessoas precisam ter um centro.
Caso contrário, o mundo as leva a um caminho que não tem nada a ver com elas.
Então, vamos lá: chegou a hora.
Centre-se no silêncio do seu mundo interior.
Diga não a tudo que está à sua volta e que não tenha uma conexão direta e profunda com sua alma.
Não permita que terceiros façam escolhas por você.
Deixe as influências caminharem.
Esse é um dos segredos da serenidade.
Continue: pergunte, lá no fundo, do que é que você precisa realmente para ser feliz.
Confronte-se já!
Gente, vocês não imaginam como essa atitude faz toda a diferença.
Sabe aquelas pessoas que comem compulsivamente, engordam e acham que está tudo bem?
Pois é, isso denuncia que algo está errado.
Isso significa que, nas profundezas da alma, há uma insatisfação, que é fruto de necessidades não atendidas.
Amadureça!
Assuma as próprias responsabilidades.
É você com você.
Ai, estou gorda e viciada, Ai, porque a doença da minha filha está acabando comigo...
O que é isso?
Você já parou para confrontar o seu eu?
Puxa vida, eu percebo como as pessoas vivem em busca de coisas passageiras: lutar pela reputação, por ser chique, por ser bacana, por não poder errar...
Mas será que esses sentimentos que surgem dispersam sua energia ou têm a ver com a sua alma, lhe fazem sentir-se bem?
Avalie!
Vamos dar uma parada hoje!
Promova um momento de confronto consigo mesma.
Olhe para você.
Estabeleça uma nova disciplina em favor da sua alma, da sua libertação, da sua paz.
E não me venha com problema e choradeira, porque isso não resolve nada.
Fica na lamentação e não se encara.
Fica na culpa e não se encara.
Fica no deveria.
Não, ninguém deve nada.
Se você pegou essa coluna para ler agora é porque está preparada para se confrontar.
Todo momento é de restauração.
Quando damos um passo em direção ao que a natureza quer de nós, anulamos as atitudes passadas, os desencontros e as perdas.
Quando as catástrofes, os desastres ou as doenças vêm até nós, é pra nos mostrar que estamos negligentes, voltados a um mundo fantasioso e negativo, em vez de cultivarmos dentro de nós as sementes da generosidade e do bem.
Sim, porque a alma tem necessidade de ser boa.
Ela precisa sentir a realização, o amor, a paz.
Afinal, esse é o mundo do espírito, o mundo da nossa alma.
Definitivamente, pare, sinta e caminhe em direção àquilo que realmente lhe faz bem.
Luiz  Gasparetto

Pressão no trabalho, o príncipe encantado que não aparece, falta de entendimento com os próprios familiares ou amigos…
Às vezes parece que o mundo conspira contra nós, não?
Resultado: você acaba sentindo uma enorme tristeza.
Sem essa, viu, leitora?
Porque a vida é assim mesmo, cheia de altos e baixos.
Se está nessa situação, trate de dar um basta.
Sem essa de clima pesado.
Lembra o que falei sobre responsabilidade?
Pois é hora de assumir a sua e dar a volta por cima.
Você até pode dizer que tem problemas e que a vida é cheia de testes e desafios.
Concordo.
Mas esse pacote faz parte da nossa evolução.
Então reaja!
Só você pode movimentar seu interior, modificar-se e, assim, ficar bem.
Não sinta culpa.
Não estou aqui para condená-la.
Muitas de nossas limitações têm origem na infância, e até antes, em outras vidas.
Ou seja, atraímos para o nosso convívio certos tipos de personalidades – como a rainha das tragédias ou a vítima – e nos influenciamos por elas!
Pois é, pessoal, tristeza tem muito a ver com a postura da vítima.
“Coitada de mim, não consegui aquele emprego, coitada de mim, não amo, nem sou amada”, e por aí vai.
Qualquer que seja a situação que não se concretiza, a maioria das pessoas acaba no “pobre de mim”.
Ai, não aguento isso…
E falo mais: o “pobre de mim” é a criatura sem potencial e sempre triste, negativa e desanimada.
São pessoas que esperam pouco da vida e passam a ser o capacho das outras.
Magoam-se com facilidade, são superfrágeis.
Gente, acorda!
Sabia que, por mais que uma pessoa seja sensível, a vida vai cobrar igual de todo mundo?
Sim, todos nós somos chamados a encarar desafios.
Não tem jeito!
E a pessoa frágil diante de uma situação delicada torna-se dramática, se recolhe e se deprime mais.
Que futuro essa infeliz terá?
Fica aí o alerta.
O que é, você está com raiva de quem te humilhou ou feriu?
Só rindo, mesmo.
A gente quer tudo fácil na vida, não é?
Pois é, a tristonha também costuma ser mimada.
Não há no mundo alguém que não tenha sido provocada, exigida e desafiada.
Vamos lá: faça uma análise e descubra a verdadeira razão dessa tristeza.
Quem teve momentos melhores é porque saiu do baixo-astral, buscou e conseguiu conquistar.
Força!
Agora é a sua vez.

Luiz  Gasparetto
quarta-feira, 18 de abril de 2012

Nas palmas de tuas mãos leio as linhas da minha vida.
Linhas cruzadas, sinuosas,interferindo no teu destino.
Não te procurei, não me procurastes – íamos sozinhos por estradas diferentes.
Indiferentes, cruzamos passavas com o fardo da vida...
Corri ao teu encontro.
Sorri.
Falamos.
Esse dia foi marcado com a pedra branca da cabeça de um peixe.
E, desde então, caminhamos juntos pela vida...

Cora Coralina

"Senhor, fazei com que eu aceite minha pobreza tal como sempre foi.
Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter e se perdeu por caminhos errados e nunca mais voltou.
Dai, Senhor, que minha humildade seja como a chuva desejada caindo mansa, longa noite escura numa terra sedenta e num telhado velho.
Que eu possa agradecer a Vós, minha cama estreita, minhas coisinhas pobres, minha casa de chão, pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha debaixo do meu fogão de taipa, e acender, eu mesma, o fogo alegre da minha casa na manhã de um novo dia que começa.”

Cora Coralina 

Quando me amei de verdade, compreendi que em qualquer circunstância, eu estava no lugar certo, na hora certa, no momento exato.
E então, pude relaxar.
Hoje sei que isso tem nome... Auto-estima.
Quando me amei de verdade, pude perceber que minha angústia, meu sofrimento emocional, não passa de um sinal de que estou indo contra minhas verdades.
Hoje sei que isso é... Autenticidade.
Quando me amei de verdade, parei de desejar que a minha vida fosse diferente e comecei a ver que tudo o que acontece contribui para o meu crescimento.
Hoje chamo isso de... Amadurecimento.
Quando me amei de verdade, comecei a perceber como é ofensivo tentar forçar alguma situação ou alguém apenas para realizar aquilo que desejo, mesmo sabendo que não é o momento ou a pessoa não está preparada, inclusive eu mesmo.
Hoje sei que o nome disso é... Respeito.
Quando me amei de verdade comecei a me livrar de tudo que não fosse saudável...
Pessoas, tarefas, tudo e qualquer coisa que me pusesse para baixo.
De início minha razão chamou essa atitude de egoísmo.
Hoje sei que se chama... Amor-próprio.
Quando me amei de verdade, deixei de temer o meu tempo livre e desisti de fazer grandes planos, abandonei os projetos megalômanos de futuro.
Hoje faço o que acho certo, o que gosto, quando quero e no meu próprio ritmo.
Hoje sei que isso é... Simplicidade.
Quando me amei de verdade, desisti de querer sempre ter razão e, com isso, errei muitas menos vezes.
Hoje descobri a... Humildade.
Quando me amei de verdade, desisti de ficar revivendo o passado e de preocupar com o futuro.
Agora, me mantenho no presente, que é onde a vida acontece.
Hoje vivo um dia de cada vez.
Isso é... Plenitude.
Quando me amei de verdade, percebi que minha mente pode me atormentar e
me decepcionar.
Mas quando a coloco a serviço do meu coração, ela se torna uma grande e valiosa aliada.
Tudo isso é... Saber viver!!!

Charles Chaplin

terça-feira, 17 de abril de 2012

Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos, a alegria como quando se sente a garganta um pouco seca e se vê que, por admiração, se estava de boca entreaberta: eles respiravam de antemão o ar que estava à frente, e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo, falavam e riam para dar matéria peso à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles.
Por causa de carros e pessoas, às vezes eles se tocavam, e ao toque – a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras – e ao toque brilhava o brilho da água deles, a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estarem juntos!
Até que tudo se transformou em não.
Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles.
Então a grande dança dos erros.
O cerimonial das palavras desacertadas.
Ele procurava e não via, ela não via que ele não vira, ela que, estava ali, no entanto.
No entanto ele que estava ali.
Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas, e quanto mais erravam, mais com aspereza queriam, sem um sorriso.
Tudo só porque tinham prestado atenção, só porque não estavam bastante distraídos.
Só porque, de súbito exigentes e duros, quiseram ter o que já tinham.
Tudo porque quiseram dar um nome; porque quiseram ser, eles que eram.
Foram então aprender que, não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue, e quando o telefone finalmente toca, o deserto da espera já cortou os fios.
Tudo, tudo por não estarem mais distraídos.

Clarice Lispector

O bobo, por não se ocupar com ambições, tem tempo para ver, ouvir e tocar o mundo.
O bobo é capaz de ficar sentado quase sem se mexer por duas horas.
Se perguntado por que não faz alguma coisa, responde:
"Estou fazendo. Estou pensando."
Ser bobo às vezes oferece um mundo de saída porque os espertos só se lembram de sair por meio da esperteza, e o bobo tem originalidade, espontaneamente lhe vem a idéia.
O bobo tem oportunidade de ver coisas que os espertos não vêem.
Os espertos estão sempre tão atentos às espertezas alheias que se descontraem diante dos bobos, e estes os vêem como simples pessoas humanas.
O bobo ganha utilidade e sabedoria para viver.
O bobo nunca parece ter tido vez.
No entanto, muitas vezes, o bobo é um Dostoievski.
Há desvantagem, obviamente.
Uma boba, por exemplo, confiou na palavra de um desconhecido para a compra de um ar refrigerado de segunda mão: ele disse que o aparelho era novo, praticamente sem uso porque se mudara para a Gávea onde é fresco.
Vai a boba e compra o aparelho sem vê-lo sequer.
Resultado: não funciona.
Chamado um técnico, a opinião deste era de que o aparelho estava tão estragado que o conserto seria caríssimo: mais valia comprar outro.
Mas, em contrapartida, a vantagem de ser bobo é ter boa-fé, não desconfiar, e portanto estar tranqüilo.
Enquanto o esperto não dorme à noite com medo de ser ludibriado.
O esperto vence com úlcera no estômago.
O bobo não percebe que venceu.
Aviso: não confundir bobos com burros.
Desvantagem: pode receber uma punhalada de quem menos espera.
É uma das tristezas que o bobo não prevê.
César terminou dizendo a célebre frase: "Até tu, Brutus?"
Bobo não reclama.
Em compensação, como exclama!
Os bobos, com todas as suas palhaçadas, devem estar todos no céu.
Se Cristo tivesse sido esperto não teria morrido na cruz.
O bobo é sempre tão simpático que há espertos que se fazem passar por bobos.
Ser bobo é uma criatividade e, como toda criação, é difícil.
Por isso é que os espertos não conseguem passar por bobos.
Os espertos ganham dos outros.
Em compensação os bobos ganham a vida.
Bem-aventurados os bobos porque sabem sem que ninguém desconfie.
Aliás não se importam que saibam que eles sabem.
Há lugares que facilitam mais as pessoas serem bobas (não confundir bobo com burro, com tolo, com fútil).
Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo.
Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!
Bobo é Chagall, que põe vaca no espaço, voando por cima das casas.
É quase impossível evitar excesso de amor que o bobo provoca.
É que só o bobo é capaz de excesso de amor.
E só o amor faz o bobo.

Clarice Lispector
sábado, 14 de abril de 2012
 
Ouço com frequência pessoas dizerem que fulano, sicrano, beltrano, não mudarão, ao fazer referência a dificuldades que experimentam, sejam lá em quais territórios da vida.
Pior até: não mudarão nunca, esse tempo que quer ser algoz das mais sinceras tentativas e das mais ternas esperanças.
Dizem, às vezes, com ares de profecia inequívoca.
Com o tom assertivo da sentença.
Com a perspectiva que não considera a vontade de cada um, o tempo de cada um, a história de cada um.
A força dos gestos, embora tantas vezes ainda tímidos, ainda ensaios, ainda infrutíferos.
A ação transformadora da impermanência, com os contextos que cria e os desdobramentos que produz.
Dizem, esquecidas das voltas que o mundo dá.
Dos caminhos que trilha e descobre, dia após dia, experiência a experiência, todo coração.
Dizem, esquecidas da gentileza.
Eu também já disse, num tempo em que meu julgamento era maior e a auto-observação era só palavra.
Não digo mais, aprendi principalmente na convivência comigo que mudança um monte de vezes é inevitável, que em alguns trechos da jornada faz diferença à beça, mas que também é coisa trabalhosa e delicada.
Que em algumas circunstâncias não adianta querer mudar repentinamente se ainda não se pode: como num jogo de pega-varetas, alguns movimentos bruscos, precipitados, descuidados, são capazes de fazer as outras peças todas desmoronarem.
No jogo, tranquilo, apenas perdemos a rodada; na vida, a história pode complicar.
Mudança nem sempre é pra quando se quer, mudança tem vez que é também e somente pra quando já se consegue.
Claro que é possível conseguir quando realmente se deseja, ninguém está condenado a paralisar em lugares indesejados para não desmentir a profecia alheia, mas é preciso ter paciência, estoques dela.
Eu já mudei muito.
Eu já mudei enquanto nem mesmo percebia pela ação silenciosa de acontecimentos.
Eu já mudei coisas que eu nem acreditava ser capaz.
Eu mudo todo dia como toda gente.
E também aquilo que, embora eu queira tanto, eu tente tanto, ainda não consigo mudar me faz mais empática e generosa; mais confiante de que somos capazes das mudanças que podem nos tornar melhores, primeiro para nós mesmos, se não desistirmos de nós mesmos.
Mas, no nosso tempo.
Com todo respeito e gentileza possíveis.
Com gratidão àquilo que já conquistamos.
Passo a passo daqueles que de verdade já conseguimos dar.
 
Ana Jácomo

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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

Quem sou eu

Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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