quarta-feira, 13 de maio de 2015
 
Por que no final da tarde dá mesmo essa vontade de deixar pra lá.
Não importa quantas xícaras de café ou taças de vinho que vamos esvaziando quase sem perceber, a noite se aproxima tão pesada e solitária que tenta afundar o que há de concreto em nós.
No fim da tarde estamos tão cansados que só queremos ser acolhidos, procuramos cada lugar pequeno, apertado e escuro onde possamos nos esconder dessa imersão não consentida.
Queremos tropeçar e cair, torcendo para que a queda machuque, porque assim poderemos chorar uma dor física e no meio de toda lamentação colocaremos também toda a frustração invisível.
Às vezes, quando o sol vai se pondo, revelamos a parte mais sensível e delicada que possuímos.
Somos fracos, cansamos de ser forte.
Os discursos outrora escutados com desdém agora nos atravessam como fecha inflamada bem no meio das nossas certezas de concreto.
É efeito dominó, colocamos tudo em cheque.
Será que vale a pena?
Será que vale mesmo a pena?
Por isso mesmo queremos nos esconder, estamos expostos.
Estamos indefesos, assustados e sem rumo.
Tudo é motivo de dúvida, de se pensar umas duas vezes ou até mais.
Não queremos fazer investimento sem fundo, queremos ser fortes.
Contudo, estamos cansados de sermos super-heróis.
E no fundo não é do mundo que estamos com medo, mas das nossas escolhas, daquilo que não escolhemos e daquilo que queremos.
O engraçado é que no fim do dia acabamos pensando, o mundo é mesmo um sujeitinho egoísta que não se importa com as feridas e confusões da alma humana…
Mas, só estamos cansados de ser tão mecânico e impessoal.
Não dá pra ser filtro o tempo todo, estamos tão cansados de selecionar o que nos atravessa ou não, mas ser esponja também é assustador.
E é assim que amanhecemos em uma noite afundada em escuridão: cansados, assustados, com as certezas a despencar ladeira abaixo, com uma garrafa de café ou vinho vazia, com a alma inundada em tanta incerteza.
Só não sabemos que no fim da noite poucas coisas terão sobrevivido ao fim de tarde.
As certezas de concreto vão mesmo se esvair, é natural.
Contudo, as “certezas por um fio” permaneceram intactas, elas podem ser imersas as mais profundas tempestades e avaliações, sempre, e sempre, irão emergir ainda mais fortes e invisíveis.
E o caminho de casa…
Podemos mudar as certezas de lugar, podemos mudar as incertezas de lugar, podemos mudar a casa de lugar, mas jamais esqueceremos o caminho de casa.
Jamais nos esqueceremos de quem nos deu abrigo no fim do dia.
 
D. Andrade
segunda-feira, 11 de maio de 2015
 
Começou um novo tempo, pelo menos pra mim .
Uma nova chance de fazer direito, por mais errado que pareça .
Porque os olhos dos outros sempre enxergam diferente do que a gente sente .
E tudo bem .
Ninguém é obrigado a nos conhecer por dentro .
Além disso, tem o que a gente é, a imagem que a gente passa e o que os outros concluem dela . 
Não quero que soe petulante o que vou dizer, mas nem faço muita questão que as pessoas me conheçam a fundo . 
Tem gente que não merece o nosso coração aberto .
Certas pessoas não precisam conhecer nossa alma .
Porque elas nem vão saber o que fazer com tanta informação .
Tem gente ruim no mundo, já me convenci disso .
Espero que você entenda isso também .
E que não sofra tanto ao constatar que nem todo mundo quer o seu bem .
Algumas pessoas sentem prazer em perturbar os outros .
O que ganham em troca ?
Não sei .
E nem quero descobrir .
Quero uma dose de paz .
E de amor .
E de felicidade .
E de sonho realizado .
Quero pra mim .
Quero pra você .
Quero pra todo mundo que sente bem, que faz o bem, que se preocupa com o que é bom .
Para o resto, quero só a justiça .
Espero que as pessoas sejam mais tolerantes, que não resolvam tudo no tapa, que não machuquem os animais, que cuidem mais dos seus sonhos ao invés de tentar estragar a vida do outro com fofoca e sentimento barango .
Espero que todo mundo ame mais .
Que se abram para o amor . 
Você pode me achar boba, mas o amor é o sentimento mais transformador e poderoso do mundo .
Com ele, a gente pode tudo .
Tendo ele no peito, a gente pode mudar o outro, mudar uma vida, mudar a gente mesmo .
E isso é o que dá esperança e força para seguir em frente, por mais torto e esquisito que o caminho seja .
 
Clarissa Correa

Nunca fui muito boa em aceitar as coisas.
Sempre busquei uma explicação para tudo, meu lado Sherlock Holmes tem fascínio em descobrir tim tim por tim tim a parte oculta das coisas, o lado B das pessoas.
Nem sempre isso é fácil e rápido, mas quando mergulho de cabeça em um assunto não há quem me faça sair dele.
Foi difícil acreditar e compreender que você me doía.
Um sentimento não deve doer tanto assim, pensei diversas vezes.
Mas, você sabe, sei me passar muito bem a perna, o braço, o apêndice e tudo mais.
Perdi as contas de quantas noites deitei a cabeça no travesseiro e comecei a repassar mentalmente tudo que vivemos.
Não me faltaram questionamentos.
Onde errei?
O que poderia ter feito diferente?
O que poderia ter evitado?
Não era para você me doer tanto.
Me apeguei, por instinto e carência, a pequenos detalhes, fagulhas, faíscas que jamais existiram.
Ou existiram e eram pequenas demais.
Voltei a repassar mentalmente tudo que podíamos ter vivido.
O que você poderia ter feito?
Onde você poderia ter aparecido, com um sorriso apaixonado e um olhar bobo, e ter me dito fica.
Fica esta noite.
Fica esta semana.
Fica este mês.
Fica este ano.
Fica comigo esta vida.
E na próxima também, porque eu sinto a sua falta a cada segundo que meu olhar se perde do seu. 
Tentei voltar no que ficou para trás, mas não consegui.
O passado andava rápido demais.
Os passos eram largos, intensos, firmes.
E eu tentava desesperadamente correr atrás do que restou aqui dentro.
Tudo foi em vão.
O meu mundo ficou pequeno, apertado, sombrio e triste.
Existia ainda algo sem cor e sem som chamado esperança.
Uma esperança que renascia a cada dia.
Esperança de que você se arrependesse e me pedisse com a voz trêmula e os olhos úmidos: fica.
Fica até a gente se perder um no outro.
Fica para sempre, ainda que a gente não saiba se ele existe realmente.
Fica até depois que tudo terminar. 
Então eu tentei tirar tudo da cabeça em um happy hour com amigos, um novo corte de cabelo, um filme novo no cinema, uma bolsa nova, um novo papel de parede, aquela viagem tão sonhada.
Por breves momentos até consegui, mas depois me dei conta que o novo nem sempre apaga o velho.
E que não adianta tentar pisar em cima de todos aqueles castelos de areia, tem que deixar a onda chegar e levar. 
Quis voltar para onde tudo parou e tentar fazer de lá um novo começo.
Um recomeço qualquer, mais bonito, diferente, sem os erros do passado.
Mas percebi que inevitavelmente o tempo passa e as pessoas mudam e as lágrimas secam e você começa a se reerguer devagar.
Então, sem tentar fazer força, você olha o que restou dos castelos que a onda levou.
E percebe que está na hora de mudar de praia, de areia, de estrutura de castelo.
E começar uma nova história.
Do zero.
Clarissa Corrêa
 
Você já foi adolescente.
E já se apaixonou perdidamente.
E já ficou grudada no telefone esperando uma ligação.
E já recebeu a ligação tão esperada.
E já revirou o closet procurando uma roupa que você nunca teve.
E já ficou ansiosa e nervosa e perturbada.
E já chorou porque a ligação esqueceu de acontecer.
Ou será que foi o paspalho que não lembrou de ligar?
O fato é: você, em algum momento, já pensou ele-é-muita-areia-pro-meu-caminhão.
Em contrapartida, em tantos outros momentos você já se perguntou eu-hein-como-fui-gostar-desse-cara?!?
A vida, minha amiga, é uma eterna repetição.
A gente repete e repete e repete, bate com a cara em uma rocha e quase se afoga nesse oceano que é a vida, mas acredite: ninguém aprende quando o assunto é o coração.
Já aconteceu comigo.
Me apaixonei e reapaixonei.
Me estrepei e me dei bem.
E muitas vezes pensei: sou muita letra para o alfabeto desse indivíduo, muita palavra para o dicionário desse ser não-pensante.
Sua mãe pode avisar, a melhor amiga pode mostrar o cartão amarelo, o mundo pode mandar você descer: uma mulher apaixonada vai além das forças.
Mas a paixão acaba, é uma espécie de onda grande.
Vem e te derruba, vem e dá um caldo, vem e faz você engolir água e ficar tossindo.
Depois, só a sensação de falta de ar, medo de que venha nova onda forte e faça você ajoelhar no fundo do mar, arranhar o joelho e sair sangrando.
A paixão faz a gente perder o biquíni com aquela onda gigante.
Você fica desnorteada pensando o-que-houve e, ao mesmo tempo, procurando o biquíni e protegendo os peitos dos olhos curiosos.
Paixão faz a gente fazer maluquice e um dia pensar nossa-que-maluquice.
E o amor?, você me pergunta.
O amor, ah, sei lá.
O amor nem dá pra definir direito.
Acho que é um desejo de abraçar forte o outro, com tudo o que ele traz: passado, sonhos, projetos, manias, defeitos, cheiros, gostos.
Amor é querer pensar no que vem depois, ficar sonhando com essa coisa que a gente chama de futuro, vida a dois.
Acho que amor é não saber direito o que ele é, mas sentir tudo o que ele traz.
É você pensar em desistir e desistir de ter pensado em desistir ao olhar pra cara da pessoa, ao sentir a paz que só aquela presença traz.
É nos melhores e piores momentos da sua vida pensar preciso-contar-isso-pra-ele.
É não querer mais ninguém pra dividir as contas e somar os sonhos.
É querer proteger o outro de qualquer mal.
É ter vontade de dormir abraçado e acordar junto.
É sentir que vale a pena, porque o amor não é só festa, ele também é enterro.
Precisamos enterrar nosso orgulho, prepotência, ciúme, egoísmo, nossas falhas, desajustes, nosso descompasso.
O amor não é sempre entendimento, mas a busca dele.
Acho que o amor não é o caminho mais fácil, pois mais fácil seria dizer a-gente-não-se-entende-a-gente-não-combina-tchau-tchau.
O amor é uma tentativa eterna.
E se você topar entrar nessa saiba que o amor encontrou você.
Seja gentil, convide-o para entrar.
 
Clarissa Corrêa
 
Nem sempre eu sei pedir desculpas.
É que tenho um lado orgulhoso que me enreda e me deixa meio atrapalhada.
Nem sempre sei dizer as coisas certas.
É que às vezes fico paralisada e com medo de colocar tudo a perder.
Logo eu, que gosto tanto de ganhar.
Nem sempre sei ser adulta.
É que, como eu já disse, não sei perder.
Quero tudo para agora, pois daqui a cinco minutos não sei para onde a vida vai nos levar.
E isso me assusta.
Sei que nem tudo pode ser do meu jeito, mas insisto em não aceitar as coisas.
É claro que existem muitas formas certas, mas sempre acho que a minha é melhor e isso me desgasta.
Deveria aceitar as pessoas como elas são, mas sempre espero demais, tenho expectativas, tenho aquela esperança boba de que algo mude com meu toque mágico.
Mas não tiro coelho da cartola, pois nem cartola tenho.
Preciso parar de querer que tudo seja como eu quero.
Frase estranha, eu sei.
Mas vivo querendo que tudo seja como eu imaginei e as situações muitas vezes me dão rasteira, me estatelo no chão e fico sem saber o que fazer com meus pedaços feridos.
Esperar não é pra mim.
Se eu preciso de uma coisa é para agora, não adianta ser depois.
E se você não entende isso, tudo bem, deixa que eu faço e depois jogo na sua cara que fiz.
É que tenho essa mania feia de jogar na cara do outro.
Ninguém é massinha de modelar.
Não posso te amassar, te moldar, te arrumar da forma que quero.
Você é como é, eu sou como sou e podemos nos aceitar assim ou não.
A escolha é só nossa.
O problema é que sempre achamos que podemos tudo, mas não podemos nada.
As coisas são dessa forma, você aceita se quer.
Uma pessoa só muda se quer, se tem vontade, se faz esforço.
Eu não tenho poderes para mudar ninguém, mal consigo ajustar o que anda desajustado em mim.
O dia que todo mundo entender isso vai ser mais fácil viver a dois, a três, a quatro, a mil.
 
Clarissa Correa
 
Não gosto de quem se esconde atrás de uma palavra, um escudo ou base para o rosto.
Não tolero quem diz uma coisa e faz outra, quem promete e nunca cumpre, quem diz que ama e nada sente.
Não suporto quem tenta aparecer a qualquer custo, quem acha que o dinheiro compra tudo, quem esquece do que mais importa.
Gosto de quem mostra o rosto suado, as mãos sujas, o verbo esparramado, os pés descalços.
Gosto de quem não tem medo do não, de quem perde o controle, de quem esquece a razão.
Gosto de quem se molha na chuva, suja a bochecha de melancia, deita na grama pra olhar o céu.
Gosto de quem não esconde a emoção, de quem não se importa em secar a lágrima, de quem perde a hora vendo a paisagem.
Não gosto de quem fala pelas costas, tenta dar o gole, passar a perna ou esconder o jogo.
Não gosto de quem trai a si mesmo e o outro, distribui promessas rasgadas, espalha mentiras.
Não gosto de quem força amizade, vive de aparências ou reage com grosseria.
Gosto de quem olha com doçura, nunca perde o encanto, esquece as desavenças e perdoa o que passou.
Gosto de quem se arrepia com uma música, sente uma lágrima rolar com um filme e se alegria com uma lambida de cachorro.
Gosto de quem sorri ao ver uma criança, de quem mantém seu lado puro, de quem entende que a vida é melhor quando a gente observa o que acontece com olhos inocentes.
 
Clarissa Correa

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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

Quem sou eu

Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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