quinta-feira, 23 de junho de 2011

Problemas todos nós temos, porém, humildade é necessário para o entendimento e a resolução.
Cabe a cada um de nós aprendermos a dirigir o nosso sentimento dentro das emoções que saltam a nossa frente vez por outra.
Precisamos usar da humildade quando nossas dificuldades aparecem, para que conquistemos ajuda espiritual e material para que possamos usufruir da inteligência e discernimento que faz parte de cada um de nós.
Aqui no planeta estando na forma humana, somos todos iguais, o que nos diferencia é a forma como conseguimos conduzir nosso sentimento e solucionar nossos problemas diante das vivencias e experiências que cada um de nós tem.
Quando entendemos que não há privilégios, fica mais fácil lidarmos com as situações apresentadas ao longo do nosso caminho.
Todos nós estamos aqui inscritos na escola da vida e somos de fato estudantes, absorvendo aquilo que nos é necessário para o nosso crescimento diário e estamos constantemente percorrendo os corredores ocultos dos nossos sentimentos.
Precisamos nos manter com vontade de viver, nos levando a ver de forma nítida o que nos conduz, facilitando a união com as pessoas acreditando que nossas experiências são de extrema importância para nosso aprendizado.
E o melhor é sempre reconhecermos que os privilégios são criados pela nossa própria energia, dentro do merecimento que conseguimos conquistar com humildade, quando damos créditos no bem que é Deus, a essência suprema que nos dá a vida, como um presente para o nosso desenvolvimento em todo nosso potencial.
Quando entendemos que somos seres humanos como todos os que estão a nossa volta, podemos reconhecer o quão humilde tem que ser nossa condição, compreendendo tudo o que nos envolve, dando mais valor a tudo o que participa e divide conosco neste imenso caminho da vida.
“Humildade é necessário porque todos somos um, diante de Deus o Criador!”
Texto escrito por: Vera Luz

Sempre pensamos que estamos prontos para tudo na vida e, principalmente, que sabemos o suficiente para resolvermos nossos problemas.
Quem nunca se pegou dando conselhos a algum amigo e se sentiu o mais experiente (como sempre)?
Essa ideia é muito natural, pois sempre passamos por atribulações que acabam fazendo com que a gente amadureça e aprenda pelo pior meio, que é o sofrimento.
O importante nisso tudo não é se sentir o maioral e o onipotente; é saber aproveitar as mensagens que a vida deixou e (re)aprender com os desafios.
Pois é, cada dia que vivemos é como se fosse um grande enigma a ser decifrado.
E se pararmos pra pensar, podemos enlouquecer.
Subtrair as tristezas e maximizar os momentos felizes é fundamental para o equilíbrio emocional e estabilizar nossas almas.
Devemos encarar todas as horas como desafiantes a nossa inteligência e como teste de sobrevivência.
Longe do pessimismo, quero enfatizar que nada sabemos até experimentarmos.
Temos que vivenciar e provar das alegrias, frustrações, vitórias e derrotas.
Para muitos que têm esclarecimento e discernimento, perder pode significar uma vitória.
Sabe aquela coisa do “downsizing” que aprendemos nos livros e que é bastante atraente?
Significa que muitas vezes precisamos perder literalmente para podermos recomeçar e fazer uma reavaliação de nosso comportamento e se estamos de acordo com nosso plano e sonhos traçados para o futuro.
Essas considerações são minimalistas e bastante egocêntricas, claro.
Consideramo-nos os mais sofridos de todos os mortais e os nossos problemas sempre são os maiores do mundo.
Mas, bem lá no fundo, sabemos que isso não é verdade.
Pra ser bastante realista e desprovido de pragmatismo, nossa realidade é bastante diferente da dos outros.
Um dia conheci uma pessoa que me relatou seus problemas e fiquei estarrecido.
Classificava-me como o mais sofrido dos mortais e, de repente, mudei de opinião e tive que refletir sobre a felicidade.
Aliás, refleti sobre a tristeza que eu não sentia.
Era feliz e não sabia.
Aproveito para retificar: sou e sempre fui feliz.
O otimismo é minha segunda pele hoje.
Não posso e não sei viver sem ele mais.
Acredito fielmente na capacidade de transformarmos nossas vidas e mudarmos o curso do destino, pois só temos dois caminhos a seguir: ou nos entregamos (pode ser um caminho sem volta) ou damos a volta por cima (é muito bom).
Outra coisa que aprendi (e pude comprovar isso) é que existem pessoas que têm muito mais experiência e sabedoria que a gente pensa.
Como as pessoas amadurecem e aprendem com a própria vida!
Os problemas dos outros não podem ser vividos e apreendidos por nós e vice-versa, mas como é interessante e mágico internalizar e ouvir conselhos sérios e comprometidos com o bom caminho.
As empresas estão exigindo cada vez mais de seus profissionais colaboradores e a pressão aumenta consideravelmente – sempre.
Alcançar os resultados e ultrapassar as metas são quesitos decisivos pela manutenção de uma posição dentro da corporação.
Mas isso, até então, não seria motivo para que os seres humanos se distanciassem uns dos outros e rivalizarem como se fossem gladiadores num dia de fúria.
A não ser que algo de errado aconteça internamente e promovam essa instância de discórdia e desunião.
Na maioria das vezes os erros não são dos procedimentos ou das normas exigidas pelas empresas.
Pelo contrário, muitas delas se preocupam com essas questões e pretendem humanizar o espaço de trabalho e beneficiar suas equipes da melhor maneira possível.
O problema vem dos seres humanos que ali ficam oito, dez, doze ou mais horas diárias – e não precisam, necessariamente, ocupar cargos de chefia ou liderança.
Podem se sentir sobrecarregados e começarem a negligenciar sua postura perante as outras pessoas.
A falta de diálogo (sincero) e a ambição fazem que com a concorrência seja injusta e essa busca (por não sei o quê) desenfreada por um lugarzinho ao sol.
Todos querem chegar lá e não sabem como fazê-lo.
Esquecem-se de que a competência e dedicação são fundamentais para isso e que, ao invés do estresse, deveriam ter confiança para poderem sobreviver nas corporações.
Bons profissionais sabem que o reconhecimento é adquirido com bastante comprometimento, estudo e persistência e, além de tudo, muita ética e dignidade.
Esses valores são fundamentais para o crescimento íntegro e verdadeiro dentro e fora do local de trabalho.
Os esforçados de verdade não precisam se preocupar.
O próprio mercado se encarrega de fazer a seleção e exterminar as ervas daninhas.
Com o tempo passamos a ver que as pessoas são capazes de qualquer coisa para alcançarem seus objetivos.
Fazem e falam o que querem em qualquer momento ou circunstância.
Não se preocupam com os colegas e “atacam” a todo instante.
Armam ciladas ou motins, além de formarem grupos para “minar” os bons profissionais.
As palavras e os discursos têm que ser bem dosados para não causar raiva e incômodo no ambiente de trabalho, pois podem ferir e comprometer o rendimento dos colaboradores - líderes ou liderados.
O jogo nunca estará perdido se tivermos paciência e considerarmos a velocidade absurda que as informações circulam, afinal estamos num mundo globalizado e supostamente civilizado.
Todos que são empenhados precisam acompanhar as orientações pontuais e a avalanche de “sugestões” que são impostas.
A boa educação e o caráter deverão ser utilizados como guias para a boa conduta e nortear aqueles que realmente desejam vencer com dignidade e competência.
Esse último – o caráter – deve ser acompanhado pelos gestores para que ninguém seja corrompido e integrado ao grupo do contra.
As virtudes e qualidades geralmente são deixadas de lado quando algum indivíduo almeja “vencer” algum desafio e não se preocupa com ninguém que esteja a sua frente.
Portanto, defendo o profissional completo, ou seja, aquele que é competente tecnicamente, é capaz de racionalizar emocionalmente e tem a habilidade de se colocar no lugar do outro.
Acabamos nos tornando imunizados ou anestesiados com as dificuldades e pedras do percurso.
Os problemas estão aí e devem ser resolvidos e não dá mesmo para fugir deles.
A mensagem que quero deixar é de otimismo e paz.
Pretendo transmitir a segurança interior e capacidade que cada um de nós tem em mudar as coisas. Podemos e devemos fazer as melhores escolhas e não ter medo de errar.
Acertar sempre seria excelente, mas infelizmente só aprendemos quando erramos.
Luiz Gabriel Tiago
terça-feira, 7 de junho de 2011

A Gente sobrevive às noites mal dormidas e aos pesadelos da hora de vigília daqueles dias que gostaríamos de apagar dos calendários.
A gente sobrevive às dores físicas e às moléstias crônicas que nos parecem eternas, que nos minam as esperancas.
A gente sobrevive aos danos e prejuízos materiais que nos pressionam a recomecar do zero.
A gente sobrevive à perda de entes queridos, de amigos amparadores, de animais de estimacao, e de tantas e tantas coisas que julgávamos imprescíndiveis para continuar a viver.
A gente sobrevive aos abusos “dos donos” do poder, às ingratidoes e às decepcoes, às mágoas e às feridas.
A gente sobrevive ao baque do preconceito, à lâmina da maledidência, ao punhal da traicao.
HÁ EM NÓS UMA ENTIDADE EM ALERTA QUE NAO CONSCIENTIZAMOS: O INSTINTO DE SOBREVIVÊNCIA!
Todos os dias sobrevivemos a desafios que nos fariam tremer se pudéssemos ver no dia anterior.
De minuto a minuto parace haver uma Dinvindade que nos prepara de forma precisa para eventos extremamente apavorantes e possíveis.
Quem se refere a uma situacao dizendo: “nao estou preparado para isso” se engana.
Há sempre aquela “Dinvindade” zelando por nossos limites, nao permitindo que eles sejam solicitados para além do seu auge.
A hora da morte pode assinalar a rendicao do instinto de sobrevivência, mas, ainda assim, prossegue intacto o nosso espírito pelo caminho que o leva para Deus, para a vida eterna.
Rende-se o corpo, rende-se a mente, mas nao rende-se o nosso espírito, porque para ele Deus é o limite, e esse limite nao impoe desafios.
De uma forma ou de outra, nós sempre sobreviveremos, porque somos eternos enquanto eterno for Deus.

Silvia Schmidt


Há os que viajam para os desertos para encontrar a paz, fogem das grandes cidades, do barulho e cortam qualquer tipo de comunicação; outros fecham-se em si e a procuram nas meditações e reflexões do sentido da vida; há ainda aqueles que negam qualquer tipo de culpabilidade, como se negação fosse sinônimo de libertação.
Se tivéssemos a possibilidade de correr o mundo inteiro, viajar todos os mares e subir as mais altas montanhas, atravessar o espaço e ir além das estrelas, ainda assim não poderíamos apagar quem somos, nem o que vivemos, não nos tornaríamos melhores e nem maiores.
Somente um olhar para dentro de si mesmo, um reconhecimento de total condição humana e dependência do Pai pode nos libertar e colocar nas nossas mãos a paz que tanto almejamos.
Ser honesto consigo é ser honesto com o mundo inteiro.
Quem se engana a si mesmo, comete o maior dos enganos.
Nunca, aqui na terra, seremos grandes, bons e perfeitos o bastante para dizer que não temos mais nada para aprender.
Aprendemos a cada dia, às vezes com lágrimas e dor no coração.
Não nos livramos das culpas quando fugimos delas e as desculpas não agem como sabão.
Se quisermos dar passos ao encontro do caminho da paz e de um mundo melhor, devemos aprender a aceitar certas coisas:
- Não sabemos tudo;
- O outro pode perfeitamente ter razão;
- Devemos assumir nossas culpas sem nos refugiar nas desculpas e isso não nos impedirá de olhar para a frente;
- Os erros que cometemos não devem nos amarrar definitivamente ao passado;
- O direito que temos de errar, outros também têm e fracassar uma vez não é fracassar para a vida toda;
- Os pais também se enganam e mesmo quando isso acontece é que desejam o melhor para os seus filhos;
- Cortar os pontos com alguém é cortar pontes onde nós e os outros poderíamos atravessar e viver isolado não é a melhor solução para resolver problemas;
- A comunicação é importante para evitar mal-entendidos;
- Franqueza e doçura não precisam estar dissociados;
- Evitar uma briga vale mais que ter razão;
- Os gestos valem tanto quanto palavras;
- Não é só a intenção que conta, mas ela conta muito;
- Brincar não é privilégio das crianças;
- Devemos perdoar até setenta vezes sete;
- Ninguém é melhor que ninguém;
- Somos todos moldados do mesmo barro e o mesmo Deus que soprou nas minhas narinas, soprou nas narinas do meu irmão;
- Todos temos pecados;
- Jesus também chorou, Ele foi crucificado, mas nunca crucificou.
- Podemos estar na mais alta montanha, no mais longíquo dos desertos e ainda assim estar longe de Deus.
- Aquele que busca a Verdade, encontra a Paz.
- Se somos herdeiros do pecado e herdeiros do bem.
São as sementes desse último que devemos deixar ao longo da nossa passagem.
 
Letícia Thompson

Quão precisosa é a mão do amigo que se dirige a nós quando não sabemos o que fazer ou como reagir!
Quão preciosas são as palavras que não sabíamos que existiam, mas que nosso coração exigia para continuar inteiro e manter-se vivo!
Nunca poderemos negar a importância daquilo que chegou na hora exata em que estávamos precisando e, portanto, o que é fundamental ao nosso bem-estar e à nossa felicidade encontra-se dentro de nós e não vem de fora.
A voz que nos chama é apenas a brisa que acende uma brasa já existente.
Nossa força existe em nós, escrita em cada célula de um corpo que já nasceu vitorioso.
A base, o fundamento e princípio das nossas vitórias estão ancoradas no mais profundo do nosso ser e se assim não fosse, nenhuma voz teria sentido e nenhum resultado alcançaríamos.
Temos a terra e a semente e o poder de fazê-la germinar ou deixá-la morrer.
Amigo é aquele que abre a porta, traz o sol e a chuva e o sereno das madrugadas intermináveis.
São os instrumentos que nos trabalham, mas não inventam o que não existe em nós.
Eles nos acordam, sacodem, abrem-nos os olhos e nos empurram.
Mas são nossas pernas que andam, é nossa força que nos leva adiante.
Amigo é aquele que nos diz:-"Levanta-te e anda!" porque sabe que somos capazes.
É o que não duvida e não nos deixa duvidar.
A idéia de que nossa felicidade e nossas vitórias dependem de outras pessoas ou fatores é apenas uma ilusão.
Damos o que possuímos e possuímos o que damos.
Se nada temos, nada podemos oferecer.
Benditas são as pessoas que ao nosso lado ofertam um sorriso, apontam, mesmo sem saber, um pedacinho do paraíso.
Benditos somos nós, donos de uma força que ignoramos e herdeiros de um Pai que nos recebe de braços abertos cada vez que decidimos voltar pra casa.

Letícia Thompson
quinta-feira, 2 de junho de 2011

Como explicar a conduta de uma pessoa gulosa, que adora comer e que mastiga pouco, mantém pouco tempo o alimento na boca - que é onde se sente o paladar do alimento - e engole tudo o mais rápido possível?
Porque pessoas que "curtem" tanto o sexo têm tanta pressa de terminar o ato, tanta preocupação com a ejaculação ou o orgasmo, quando o legal seria vivenciar longamente a excitação e o prazer que ela determina?

Resposta: É curioso observar que temos uma atitude dúbia em relação aos prazeres em geral: buscamos chegar neles de forma intensíssima e depois parece que temos um certo medo de exagerar no seu usufruto.
É como se uma cota muito grande de prazer nos estivesse sendo negada, como se fosse pecaminoso usufruir demais das delícias da vida material, especialmente os prazeres do corpo - que talvez sejam exatamente os que mais gostamos.
Temos medo que uma dose excessiva de satisfação e alegria venha a nos trazer dissabores em seguida.
Somos vítimas de um pensamento supersticioso, gerado no âmago de nossa vida íntima e desde muito cedo, segundo o qual uma grande alegria aumenta as chances de que algo de negativo aconteça.
Assim, tendemos sempre a buscar o prazer e também a fugir dele.
Na prática, ao nos depararmos com a satisfação grande, fazemos com que ela dure um tempo pequeno, o tempo que somos capazes de tolerar sem nos assustarmos demais e não ficarmos com medo de que algo negativo venha a nos acontecer imediatamente.
Talvez essa seja a causa de alguns maus hábitos, segundo os quais fazemos com que nossa qualidade de vida seja um tanto inferior àquela que poderia ser.
A verdade é que temos medo de um excesso de felicidade, medo de que nos traga conseqüências danosas.
Assim sendo, dosamos nossos prazeres dentro daquilo que nos parece suportável e não tão ameaçador.

Numa época em que as pessoas em geral, e os jovens em particular, têm acesso máximo à informação, a curiosidade e a inquietação intelectual não deveriam estar aumentadas?
É o que está acontecendo?

Resposta: De fato, é o que deveríamos esperar.
As pessoas hoje têm na televisão, por exemplo, uma fonte muito grande e agradável de informações.
A televisão ocupa o lugar central na grande maioria das salas de estar das casas brasileiras.
A maior parte da população gasta mais de 20 horas por semana diante dela.
Acontece que seu efeito é exatamente o oposto: parece que hipnotiza, que torna as pessoas preguiçosas para pensar, que aceitaram de se entreter de uma forma passiva, apenas recebendo aquelas imagens e sons sem nenhuma crítica, sem nenhuma reflexão.
O resultado parece nos encaminhar na direção da falta de disposição para qualquer tipo de esforço ativo, como é o caso da leitura de um artigo mais comprido em uma revista.
A leitura de um livro parece se tornar uma tarefa quase impossível, pois requer esforço ativo, concentração grande - sim, porque se a pessoa se distrai por um momento tem que voltar até o ponto em que estava prestando atenção.
Na televisão, as distrações nem sequer são notadas, pois tudo caminha por conta própria e a pessoa pega o fio da meada mais adiante sem esforço.
O que tem acontecido é péssimo, pois são inúmeros os jovens que hoje não desenvolveram atenção e concentração suficientes para poderem desenvolver um forte interesse.
Temos uma geração de apáticos, preguiçosos e que se sentam passivamente horas a fio diante da telinha.
Vejam a ironia e o curioso da vida: o videogame e os jogos interativos da Internet parecem ser os responsáveis pela interrupção desse ciclo terrível.
Neles os participantes têm que atuar, coisa que não vinham fazendo há décadas!
Têm que prestar atenção e a distração poderá ser fatal.
Têm que voltar a se interessar ativamente, o que parece ser a retomada de vida inteligente em nosso planeta.
O que parecia uma atividade improdutiva e ainda mais alienante vem se transformando em instrumento para acabar com a letargia de toda uma geração.

Vivemos numa cultura que nos estimula a sentir um grande número de desejos e nos ensina que desejar, e de forma intensa, é uma coisa boa.
Será isso verdade?
As pessoas portadoras de desejos fortes levam uma vida mais gratificante e são mais felizes?

Resposta: Não deixa de ser curioso que tenhamos acreditado nisso.
Afinal de contas, estar desejando corresponde a um estado de incompletude, de insatisfação pelo fato de que algo nos falta.
Talvez a única exceção seja o desejo sexual, onde a inquietação que ele provoca pode ser sentido como agradável, como algo que provoca a sensação de excitação, um desequilíbrio que é temporariamente agradável.
Agora, todos os outros desejos, tanto os de natureza física - fome, sede, frio, etc - como os relacionados com anseios criados pela cultura em que vivemos - desejo de possuir algum bem material, de usufruir de algum tipo de privilégio, de ser famoso, etc - só podem gerar insatisfação, frustração e tristeza.
Somos ensinados a desejar porque aprendemos que, ao nos sentirmos frustrados, ganhamos uma força e uma energia extra no sentido de perseguirmos aquilo que queremos muito ter ou ser.
Isso pode ativar nossa garra e competitividade, mas gera uma insatisfação muito prolongada, muito maior do que o prazer que experimentaremos quando formos capazes de satisfazer nossa vontade.
O mais grave é que a sociedade está sempre criando novos objetos de desejo, de modo que quando pensamos que temos tudo, algo novo parece essencial à nossa felicidade.
Penso que vivem melhor aquelas pessoas que sentem menos desejo.
Penso que o próprio desejo sexual não deveria ser estimulado ao máximo e a satisfação desse desejo não deveria ter se transformado em mais um motivo de orgulho e de competição - sendo vencedor aquele que consegue efetivar mais vezes o contato físico capaz de resolver o desejo.
Penso mesmo que muito melhor do que ter muitos desejos, e conseguir realizá-los graças a esforços enormes, é não desejar tanto, é se satisfazer com o parceiro sexual que se tem - desde que seja bom, é claro - e com os bens materiais que conseguimos obter sem que tenhamos que nos sacrificar tanto.

Flávio Gikovate

Como definir uma pessoa má?
Trata-se de uma característica inata ou é algo que foi adquirido ao longo dos anos de formação?
Como ajudar alguém a evoluir moralmente?

Resposta: Trata-se de uma questão muito complexa, mas eu penso que, para a grande maioria dos casos, a maldade é filha da fraqueza.
Ou seja, não acredito que existam pessoas que gostem de ser más e se orgulhem disso.
Atos maldosos são, quase sempre, derivados de emoções que escaparam do controle da pessoa, especialmente aqueles que dependem da inveja: ao admirar e valorizar algo em outra pessoa, a criatura mais fraca se sente diminuída e humilhada pela presença daquela virtude.
Não sendo capaz de se conter, reage violentamente ao que foi sentido como uma agressão – a presença, no outro, da qualidade admirada e não possuída.
Pessoas imaturas, egoístas e pouco tolerantes a contrariedades e frustrações é que fazem parte daquelas que chamamos de más, justamente porque investem contra nós sem que tenhamos feito algo de negativo para elas.
Reagem com raiva pelo simples fato de sermos do modo como somos e isso lhes mostrar suas limitações e incompetências.
É por isso que penso que se essas pessoas egoístas e invejosas conseguirem evoluir emocionalmente, o que implica em aprenderem a tolerar melhor as dores da vida, poderão perfeitamente se tornar criaturas portadoras das virtudes que tanto invejam.
Tudo isso faz parte das nossas aquisições ao longo da vida e pode ser alcançado em qualquer idade.
A verdade é que os egoístas gostam de mostrar que estão felizes mas não é verdade.
Quem está feliz não age de forma agressiva – e gratuitamente – contra ninguém.
Pessoa feliz não tem tanta inveja, não é tão insegura e ciumenta.
É hora de pensarmos de forma mais séria sobre nossos valores morais e aqueles das pessoas que nos cercam.
Uma sociedade que defina de modo mais claro o que são virtudes e o que são vícios ajudará tanto os adultos como suas crianças a evoluírem de forma mais
na direção da maturidade emocional e moral, condição fundamental para que as pessoas possam se sentir felizes, orgulhosas de si mesmas e, portanto, menos invejosas.
Quem está bem se preocupa menos com os outros, com o que têm ou deixam de ter.
Estão mesmo é interessadas em alcançar seus objetivos.

Como posso me aceitar e ter uma boa imagem de mim mesmo quando não consigo gostar de minha própria mãe?
O que fazer quando o que sentimos está em franca oposição com o que gostaríamos de sentir? É para aceitar o sentimento ou usar a razão para tentar alterá-lo?

Resposta: Temos que compreender que a razão não tem poderes para alterar nossos sentimentos.
Não podemos gostar de alguém por decreto, do mesmo modo que não podemos deixar de sentir inveja quando nos sentimos muito por baixo de uma outra pessoa, raiva quando nos magoam e encantamento quando alguém nos fascina.
As emoções humanas têm autonomia e são governadas por uma parte de nossa mente que, como regra, está em franca ligação com a verdade, com os fatos que as determinam.
Assim, se uma mãe age de forma destrutiva e, consciente ou inconscientemente, tende a prejudicar a evolução de seu filho ou sua filha, não há como não sentir mágoa dela, o que incapacita o filho de amá-la.
Mesmo que sejamos educados na direção de que temos que amar pai e mãe, pois afinal de conta nos geraram e cuidaram de nós na infância, não conseguiremos sentir esse amor se o comportamento materno não estiver de acordo com aquilo que esperamos: dar carinho, proteção genuína, tentar nos fazer crescer e prosperar.
Muitas mães são incapazes de contribuir para a evolução de seus filho por temerem que serão abandonadas caso eles se sintam fortes.
Essa é uma das contradições da vida que as mães terão que enfrentar: é dever delas contribuir para que seus filhos se tornem livres e independentes delas!
Não é nada fácil, de modo que alguns discretos tropeços maternos têm que ser relevados. Agora, não dá para amar alguém que tem por política fundamental nos sabotar e enfraquecer.

Há pessoas, não poucas, que são excessivamente preocupadas com a opinião que “os outros” têm delas.
Como fazer para não dar importância à opinião alheia a nosso respeito, condição fundamental para nos sentirmos mais livres?
Existem, de fato, pessoas assim livres?

Resposta: É claro que existem pessoas capazes de dar menos importância à opinião daqueles com quem convivem.
Porém, desconheço alguém que não tenha nenhuma preocupação em agradar seus semelhantes e esteja totalmente desligado e despreocupado com a imagem que irradia.
Na verdade, creio que dar alguma atenção à opinião alheia é até bom; vivemos em sociedade e temos que saber como é que as outras pessoas nos vêem, nos avaliam e que sentimentos despertamos nelas.
Isso não significa que tenhamos que nos tornar escravos disso a ponto de perdermos totalmente nossa espontaneidade e individualidade.
Por outro lado, a preocupação excessiva é indicativo de que nos sentimos particularmente inseguros acerca da nossa capacidade de sermos aceitos do modo como somos.
Não acho que seja o caso uma pessoa deixar de ser e de agir de acordo com suas convicções apenas com o objetivo de agradar “os outros” – ou então com o intuito de evitar a inveja deles.
A preocupação excessiva tem que ser combatida de modo prático: temos que nos colocar do modo como somos e observarmos as reações que despertamos.
Sim, porque muitas vezes temos uma idéia preconcebida de que não seremos aceitos por essa ou aquela peculiaridade e tratamos de escondê-la; o que acontece é que, ao agir assim, nunca mais testamos nossa idéia com os fatos e poderemos nos manter fiel a ela sem que ela seja verdadeira.
Por exemplo, podemos nos envergonhar muito de termos determinados medos e tratamos de escondê-los dos nossos conhecidos.
Quando criamos coragem e revelamos nossa “fraqueza” descobrimos que não só ela é bem recebida, como ainda induz o interlocutor a confidenciar suas próprias fraquezas.
A sinceridade é um excelente ingrediente quando pretendemos agradar nossos pares. Mostrar fraquezas é sinal de força!

Pode acontecer que um homem - ou uma mulher - que esteja bem em seu relacionamento amoroso seja infiel (e várias vezes) sem que isso signifique que se trata de pessoa má, sem valores definidos e que podem agir com deslealdade também em outras áreas da vida?

Resposta: Acho que sim, apesar de que a grande maioria das pessoas que não respeita o direito dos seus pares tende a ter condutas duvidosas também em outras áreas do convívio. Porém, podem existir pessoas, especialmente homens, que tenham sido educados numa atmosfera tal que a vida sexual fora do relacionamento afetivo não implique em nenhum tipo de delito.
Aprenderam com seus pais, tios e amigos que se trata de uma prerrogativa masculina, que o sexo é algo que pode e deve ser praticado fora do casamento e que isso não é imoral e nem implica em deslealdade.
Esse tipo de atitude quase sempre é censurado por esses mesmos homens quando são praticados por mulheres, suas esposas, filhas ou outras com as quais se relacionem intimamente.
Trata-se de uma crença, algo que se toma como certo sem mesmo refletir sobre o tema, algo que aprendemos desde pequenos e nem mesmo nos dispomos a refletir sobre o assunto, pois o consideramos uma verdade em si.
É claro que se trata de postura um tanto acomodada, porém ainda presente em muitos homens de bem.
Agora, a regra geral é sempre a mesma: quem não é atencioso e preocupado com os direitos dos seus pares em uma área da vida tende a agir de forma similar em outras áreas e também em outros relacionamentos.

Flávio Gikovate
quarta-feira, 1 de junho de 2011


Vivemos em uma sociedade na qual o valor de uma pessoa é medido por sua condição financeira.
Uma pessoa é tida como bem-sucedida quando ganha bem.
Ela só é respeitada por amigos e parentes quando está bem de vida – o que, estranhamente, significa estar bem de dinheiro!
Será que existe um modo da pessoa se sentir feliz, com boa auto-estima e orgulhosa de si mesma sem ter muito dinheiro?

Resposta: É uma triste realidade essa de que somos avaliados por nossa situação econômica. Mais triste ainda é percebermos que nós mesmos nos julgamos dessa forma!
Ou seja, quando não estamos bem de grana nos sentimos inferiorizados e deprimidos.
Se temos uma profissão liberal, nosso humor dependerá de quantas pessoas nos telefonarem procurando nossos serviços.
Se temos um comércio ou restaurante, nossa disposição no fim do dia dependerá do faturamento diário.
É trágico, mas é assim mesmo que temos vivido.
A influência dos valores sociais sobre nós é muito maior do que gostaríamos.
Para diminuir um pouco essa dependência da opinião alheia e também da nossa condição financeira, temos que nos tornar bastante mais atentos e preocupados em construir uma história de vida própria, fundada em valores humanos mais consistentes.
Sim, porque muitas das pessoas que conseguiram ótima condição material não agiram de forma ética, de modo que não deveriam se orgulhar, como é o habitual, do que possuem.
Não estou subestimando o valor do dinheiro como meio de acesso a bens materiais que podem ser motivo de prazeres interessantes.
Porém, temos que nos tornar pessoas mais livres, ou seja, deixarmos de ter nossa auto-estima vinculada à nossa conta bancária.

As pessoas comentam que a paixão, aquele estado inicial do encantamento amoroso no qual o coração bate forte e tudo parece fascinante e assustador ao mesmo tempo, corresponde ao período mais interessante do relacionamento amoroso.
Depois, com o passar do tempo, tudo tende à rotina e a uma certa monotonia já que a intensidade do amor diminui.
É mesmo assim que as coisas acontecem?

Resposta: Penso de um modo diferente sobre o amor e a paixão.
Acho a paixão uma condição dolorosa e na qual passamos muito medo: medo de perder aquela pessoa que, apesar de mal conhecermos, se transformou em essencial para nosso bem estar e felicidade; medo também que a relação evolua, condição na qual os compromissos mais sérios podem não estar nos nossos planos para aquele momento da vida; enfim, medo de um grande sofrimento, já que toda constituição de um elo é o embrião de uma possível ruptura!
O amor, condição que se segue, corresponde a uma situação na qual os medos diminuíram muito tanto porque já conhecemos melhor o amado e desenvolvemos alguma segurança no relacionamento como porque já aceitamos de nos comprometer.
Assim, paixão é amor + medo.
Com o fim da paixão, vai embora o medo e o amor se mantém igual.
Com o fim da paixão, acaba o filme de suspense e começa o filme de amor, mais calmo, mais doce.
Amor é paz e aconchego ao lado de uma outra pessoa.
Não é monótono e nem chato, mas é só isso.
Acho ótimo que seja assim.
Acho que temos que aprender a buscar nossas emoções mais fortes em outras áreas ao invés de tumultuarmos nossas relações amorosas.
Vivenciamos tensões fortes e grande incerteza na vida prática, no trabalho, nos esportes etc. No amor, devemos buscar nosso porto seguro, adorável se houver companheirismo e afinidades intelectuais, além, é claro, das deliciosas sensações que as trocas de carícias eróticas determinam.

Sendo verdade que todos nós somos vaidosos, como explicar a existência de pessoas que, mesmo tendo ótima condição financeira, vestem-se de forma totalmente displicente, desleixadas mesmo?
Não seriam elas criaturas que foram capazes de superar essa preocupação em chamar a atenção e atrair olhares de admiração sobre si?

Resposta: Gosto muito de pensar que a vaidade, esse prazer erótico que sentimos de atrair olhares de admiração e desejo, corresponde a um ingrediente da nossa sexualidade que, um dia, seremos capazes de domesticar.
Acho que seríamos muito mais felizes, pois nossa competitividade – e com ela a inveja – diminuiria muito, se é que não desapareceria. Poderíamos ser criaturas solidárias, amigas e nos preocuparíamos muito menos com o que as outras pessoas pensam a nosso respeito.
Se fôssemos verdadeiramente livres da vaidade, teríamos menos preocupação em chamar a atenção por qualquer característica, inclusive, por nossa competência intelectual.
A vaidade não se manifesta apenas no aspecto físico.
Ela está presente em todos os nossos atos, inclusive, naqueles que podem querer dar a impressão de que não temos nenhum tipo de vaidade.
Talvez seja interessante formular a seguinte frase, citando o Eclesiastes, no Velho Testamento: Vaidade das vaidades; tudo é vaidade.
Ela poderia ser completada da seguinte forma: e a renúncia total à vaidade corresponde à suprema vaidade!
Ela implicaria num desejo de superação da nossa condição humana, num desejo de nos equipararmos aos santos ou às divindades.
Assim, aquele que se mostra como displicente e se apresenta de qualquer jeito também está querendo chamar a atenção, está querendo parecer que é superior a nós dando a impressão de que não liga para aquilo que tanto nos preocupa.

Qual seria a melhor forma de definirmos uma pessoa como sendo uma chata?
Quais são exatamente suas características?
Porque uma pessoa age assim?
Tem "cura"?

Resposta: O tema me parece fascinante e extremamente importante, pois trata-se de um tipo de conduta no qual a pessoa leva muito pouco em consideração os seus interlocutores. Penso que poderíamos definir o chato como aquele que fala dos temas que estão ocupando sua mente mesmo quando está diante de pessoas que não tem o menor interesse naquilo que está sendo tratado.
Os ouvintes estão quase dormindo e o chato continua a discorrer sobre o mesmo assunto, como que não se apercebendo da reação dos outros.
Ele parte do princípio, totalmente equivocado, de que aquilo que é do seu interesse será igualmente relevante para todas as outras pessoas.
É como se todos fôssemos iguais!
Pessoas chatas não são obrigatoriamente egoístas e totalmente displicentes com os outros seres humanos.
Parece que ficam de tal forma entusiasmados quando se põem a contar uma história que se esquecem de prestar atenção aos que o rodeiam.
É evidente que a resolução desse tipo de conduta inadequada – e que, por vezes, prejudica dramaticamente a vida social e afetiva da pessoa – baseia-se na conscientização de que somos criaturas individuais, cada uma diferente de todas as outras, e que, portanto, o que nos interessa e nos encanta pode muito bem entediar outras pessoas.
Temos que aprender a ficar atentos a todos os gestos e expressões faciais daqueles com quem dialogamos, justamente para que possamos atualizar nossa conversa e desviarmos os temas para aqueles setores que sejam do agrado deles.
Isso se quisermos ser pessoas agradáveis e simpáticas.

Como é que se pode ter certeza que uma moça, mesmo se sentindo apaixonadíssima por um homem mais velho e muito admirado por ela, não esteja movida, ainda que inconscientemente, por interesses?
Como conseguir separar o amor do interesse?

Resposta: A verdade é que não se pode jamais separar totalmente o amor dos interesses que nos movem.
Sempre que nos encantamos por alguém é porque percebemos no outro a presença de ingredientes que admiramos muito.
Assim, queremos nos aproximar daquela criatura porque ela é portadora de elementos que queremos ter por perto de nós.
O amor é fenômeno que passa por nossa razão, de modo que envolve obrigatoriamente propriedades com as quais costumamos pensar e valores que possuímos.
Se admiramos muito a beleza física, tendemos a nos encantar e nos apaixonar por alguém que consideramos portador dessa virtude.
Se admiramos a inteligência, o senso de humor, o espírito esportivo e a disposição física, tendemos a querer conviver com quem possua essas propriedades.
Agora, o que se costuma pensar quando se usa a palavra “interesse” é que se trate de interesse econômico ou interesse em se aproximar de alguém importante ou poderoso com o objetivo de obter benefícios.
É provável que essas características sejam as mais buscadas por moças jovens e que tendem a se encantar – por vezes verdadeiramente – por homens mais velhos; é fato também que eles costumam ser bem sucedidos.
Não conheço muitas histórias de moças encantadas por senhores de poucas posses ou desprovidos de posição social.
Por outro lado, quando um homem, de qualquer idade, se aproxima de moças belas e que despertam o desejo deles e também dos outros homens, estão movidos pelos mesmos interesses de se destacarem através de suas parceiras.
É claro também que isso não implica obrigatoriamente que se trate do único fator de encantamento.
Ou seja, que além desse jogo de interesses mais superficial e imediato existam também outros valores mais sólidos gerando admiração e amor.
Estes últimos serão os que garantirão longa vida à relação.

Flávio Gikovate

Costumamos ouvir que as pessoas mais estouradas e que reagem com violência quando são contrariadas são as de gênio forte, as de natureza mais firme e determinada.
É fato que elas são as mais fortes?

Resposta: É curioso que pensemos dessa maneira, já que a verdade é exatamente o contrário: as pessoas que estouram por qualquer contrariedade são como as crianças pequenas que ainda não aprenderam a tolerar as contrariedades e frustrações que a vida forçosamente nos irá impor.
Parecem aquelas crianças muito mimadas e superprotegidas que reagem com violência a tudo que as incomoda.
Na realidade, elas são mesmo é fracas, pois não lidam bem com as dores.
O forte é aquele que suporta os sofrimentos, especialmente aqueles que não podem ser evitados – não se trata, é claro, de ir atrás de sofrimento só para se sentir poderoso.
A consequência mais grave desse engano é que não agimos de modo firme com as crianças mais intolerantes, de modo que não as ajudamos a crescer e a se tornarem adultos mais fortes.
Assim, continuamos a gerar dois tipos de pessoas: os mais estourados – e que são os fracos – e os mais tolerantes e calmos – os que são mais fortes.

Porque é que a obesidade está aumentando tanto a ponto de se tornar o problema de saúde número 1 em certos países?
Não dispomos de melhores informações a respeito do modo certo de comer?
Isso não deveria ajudar as pessoas a manter o peso desejado?
Afinal de contas, as dietas para emagrecer funcionam ou não?

Resposta: Tudo leva a crer que elas não funcionam, já que quase todas as pessoas que fazem dietas continuam gordas – isso quando não ficam cada vez mais pesadas.
A preocupação exagerada, presente em nossa sociedade, relativa às formas do corpo tem levado um número crescente de pessoas a se preocupar muito com o que comem.
O resultado disso é que cresceu demais o número de pessoas com distúrbios alimentares, especialmente bulimia – comer muito e depois provocar o vômito – e anorexia – criar um pavor de engordar a ponto de não conseguir comer nem o mínimo necessário.
E mais, o número de obesos só tem crescido.
É como se todos estivéssemos proibidos de nos alimentar de forma espontânea e natural.
Aí existem dois problemas graves: tudo o que é proibido é mais desejado (não é assim também com o sexo?); além disso, nosso organismo detesta quando nos intrometemos em seu funcionamento natural: se pensarmos que temos que adormecer logo porque amanhã temos que acordar muito cedo, aí é que não dormimos; no que diz respeito à função sexual então... não adianta querermos mandar em nada.
Se o mesmo raciocínio vale para o modo como nos alimentamos, só podemos concluir que as dietas para emagrecer engordam!
Como é que se explicam certos casamentos nos quais é mais que evidente a enorme diferença de valor entre os cônjuges?

Como é que mulheres inteligentes, independentes e atraentes se casam como homens ignorantes, feios e pouco competentes para a vida prática?
Como homens bem postos social e culturalmente se casam com mulheres que não têm nada a ver com eles?

Resposta: A questão é interessante e muito importante.
A primeira observação a ser feita é de que é muito mais comum o casamento de homens cheios de virtudes com mulheres bastante mais simples do que eles, do que aqueles entre mulheres muito mais bem dotadas do que seus maridos.
Em muitos casos, um dos fatores relevantes da escolha é de natureza sexual: mulheres atraentes podem ofuscar a lucidez e o bom senso de certos homens!
Ainda assim, essa não costuma ser a única razão, já que a maioria dos casais convive intimamente antes do casamento, de modo a atenuar o peso do fator erótico na decisão.
A impressão que tenho é que escolhemos nossos pares de acordo com a idéia que fazemos de nós, de acordo com nossa auto-estima.
Assim, escolhas muito discrepantes indicam baixa auto-estima.
Seria mais ou menos assim: diga-me com quem estás casado que te direi o juízo que fazes de ti!
Esses casamentos tendem a ser tumultuados e não são gratificantes também para aqueles que, à primeira vista, foram beneficiados pela diferença.
Eles vivem na corda bamba, com a sensação de que estão no posto por engano e que podem ser demitidos a qualquer momento; costumam ficar mais inseguros do que eram e se tornam muito ciumentos e controladores.

Sinto-me inseguro em inúmeras situações.
Nunca tenho certeza absoluta de que estou agindo de modo adequado.
Sinto-me ameaçado em muitos momentos do cotidiano, com medo de perder o emprego, de ser rejeitado pelos amigos, de não ser bem aceito em um ambiente novo, e assim por diante. Observo as pessoas e tenho a impressão de que a maior parte delas é tão mais segura e autoconfiante do que eu.
O que posso fazer para me sentir como elas?

Resposta: A idéia que fazemos a respeito das outras pessoas, ao observá-las de fora, é que elas são muito mais firmes e determinadas do que nós.
Elas nos parecem muito mais seguras, parecem não se abalar com os perigos da vida. Muitas pessoas se empenham em parecer dessa forma, de modo que nos sobra a sensação de que só nós temos insegurança.
As pessoas acabam classificando aqueles que conhecem em seguros e inseguros, sendo que elas próprias são as rainhas da insegurança.
A grande verdade é que, nesse particular, a vida intima das pessoas é bem mais parecida do que elas manifestam externamente.
Assim sendo, só existem mesmo dois tipos humanos: os inseguros e os mentirosos!
Como nos sentirmos seguros se vivemos sem nenhum tipo de garantia acerca de nosso futuro, sem sequer sabemos exatamente ao certo de onde viemos e para onde vamos?
Nos dividimos, de fato, em duas categorias: aqueles que aceitam mais docilmente a insegurança da nossa condição – e não se empenham em esconder nada daquilo que estão sentindo – e os que, não aceitando as limitações que nos são próprias, gostam de passar por super-heróis e tratam de fingir e demonstrar um estado que não é o que sentem.

Muitos casais que, quando jovens, viviam às turras, tendem a se dar melhor à medida que começam a envelhecer – depois dos 60, 65 anos de idade.
O que isso significa?
Será que, com o passar dos anos, conseguiram a evolução emocional necessária para tolerarem melhor as diferenças de modo de ser e de pensar?
A idade traz consigo, forçosamente, um certo grau de crescimento interior?

Resposta: Bem que eu gostaria de acreditar que o passar dos anos corresponde a um santo remédio, capaz de trazer a sonhada serenidade e tolerância a frustrações, contrariedades e diferenças de opinião (As diferenças de opinião são grande fonte de irritação para as pessoas mais imaturas, especialmente quando acontecem entre marido e mulher).
Talvez uma das razões para a melhora do relacionamento conjugal entre aqueles que vão envelhecendo se deva ao aumento da dependência recíproca; ou seja, cada um vai se sentindo mais ameaçado por doenças e dores de todo o tipo, de modo a poder necessitar da ajuda prática do cônjuge; nessas condições, não convém brigar por motivos fúteis!
Penso que a principal razão para a melhora do relacionamento tem a ver com a diminuição da inveja, especialmente da inveja masculina: os homens admiram e valorizam muito as mulheres pela sua aparência física, isso em decorrência do desejo que elas lhes provocam.
Porque as desejam mais do que se sentem desejados, se sentem por baixo, inferiorizados, irritados e invejosos.
O machismo, ou seja, a tendência dos homens de depreciar e viver criticando as mulheres, deriva dessa inveja masculina, quase sempre inconsciente.
À medida que os anos passam e as mulheres perdem o viço da mocidade, se tornam menos atraentes sexualmente e ao mesmo tempo menos invejadas.
Como a inveja é a razão maior para a hostilidade gratuita, essa tende a diminuir e a qualidade do relacionamento tende a melhorar.
As mulheres, por seu lado, talvez por se sentirem menos poderosas, também tendem a se tornar mais dóceis e dedicadas.


Flávio Gikovate

Crescemos acreditando que o sexo e o amor andam juntos.
E agora, como fica se o que observamos é bem diferente?
Como explicar que a maioria dos machões que tanto desejam as mulheres são mesmo é chegados nos homens com quem bebem, confidenciam e se gabam de suas conquistas nas mesas dos bares?
Como explicar que a maioria dos homossexuais sejam tão íntimos das mulheres e que sintam desejo pelos homens - em especial por aqueles que não são homossexuais explícitos - com os quais têm um relacionamento tenso e cheio de hostilidades recíprocas?

Resposta: Tudo nos leva a pensar que, em nossa cultura, a sexualidade está mesmo é associada à agressividade e não ao amor e à amizade.
Temos que parar de nos iludir e observar os fatos: o jogo de conquista e sedução é extremamente violento, de modo que podemos concluir que tesão e ódio andam juntos.

Afinal de contas, porque as mulheres se interessam tanto em colocar próteses de silicone em seus seios se a maioria dos homens não gosta do efeito táctil que elas provocam?


Resposta: A prótese provoca um efeito visual interessante, especialmente quando a mulher está com uma roupa decotada.
Pode despertar o desejo visual masculino, prometendo algo que será um tanto frustrante na intimidade.
Parece que despertar o desejo visual à distância é percebido como mais importante do que agradar o parceiro.
Além do mais, as mulheres assim turbinadas podem se sentir por cima de suas concorrentes.

Se um homem – ou uma mulher – se encanta por um dado parceiro em virtude do seu modo de ser, porque é que depois, ao longo do convívio, insiste tanto para que ele se modifique?

Resposta: Nos encantamos por alguém por causa da admiração que suas qualidades nos provocam e também por causa da presença de alguns defeitos que nos permitem alguma defesa contra uma intensidade amorosa que não seríamos capazes de suportar.
As qualidades nos atraem enquanto que os defeitos nos afastam.
Resulta um grau de intimidade que toleramos.
O parceiro sabe que não poderá se modificar porque isso determinaria um desequilíbrio perigoso para a continuidade do relacionamento.
O casal briga bastante e tudo fica exatamente como está!

Afinal de contas, o que uma mulher pretende quando usa, por exemplo, uma bolsa de grife, uma daquelas muito cobiçadas em virtude de estarem na última moda e serem caríssimas?

Resposta: Os motivos podem ser variados, mas a única coisa indiscutível é que uma bolsa não provoca os olhares masculinos da forma que uma calça velha e justa pode fazer.
Não conheço muitos homens que se sentem atraídos por mulheres em virtude de suas bolsas. Elas são, mais que tudo, símbolos de poder, de modo que suas donas são imediatamente percebidas como pertencentes à classe dominante – e, é claro, tratadas como tais.
Não há dúvidas que a maioria das bolsas são muito belas, mas são usadas mesmo é para definir status social e também para provocar a inveja das outras mulheres.

O que leva uma pessoa a quem ajudamos muito, que morou em nossa casa por um bom tempo e a quem demos todo o tipo de apoio moral e material, a desenvolver tamanha raiva contra a gente?
Ela não deveria ser reconhecida e grata?

Resposta: Outro dia, lendo a resenha de um livro, o autor citou Cícero (orador e político romano do século I antes de Cristo), que dizia que a gratidão é a maior de todas as virtudes. À primeira vista, pode parecer um exagero, já que aprendemos a pensar que todos aqueles a quem ajudamos não farão mais que a obrigação de nos serem gratos.
Mas a verdade, a regra geral, é que aquele que recebe favores materiais ou ajuda emocional costuma desenvolver enorme hostilidade contra nós.
A ingratidão é filha da inveja.
É assim: aquele que recebe se sente por baixo, humilhado.
Como precisa receber, não tem outra escolha e aceita o que estamos oferecendo.
Quanto mais receber, mais humilhado e ressentido ficará.
Acabará arranjando algum pretexto e se afastará, nos agredindo e nos acusando de algo que não fizemos.
É preciso pensar duas vezes antes de decidirmos ajudar alguém!

Flávio Gikovate

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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

Quem sou eu

Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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