quarta-feira, 22 de dezembro de 2010


NATAL !

Momento doce e cheio de significado para as nossas vidas.
É tempo de repensar valores, de ponderar sobre a vida e tudo que a cerca.
É momento de deixar nascer essa criança pura, inocente e cheia de esperança que mora dentro de nossos corações.
É sempre tempo de contemplar aquele menino pobre, que nasceu numa manjedoura, para nos fazer entender que o ser humano vale por aquilo que é e faz, e nunca por aquilo que possui.
Noite cristã, onde a alegria invade nossos corações trazendo a paz e a harmonia.
O Natal é um dia festivo e espero que o seu olhar possa estar voltado para uma festa maior, a festa do nascimento de Cristo dentro de seu coração.
Que neste Natal você e sua família sintam mais forte ainda o significado da palavra amor, que traga raios de luz que iluminem o seu caminho e transformem o seu coração a cada dia, fazendo que você viva sempre com muita felicidade.
Também é tempo de refazer planos, reconsiderar os equívocos e retomar o caminho para uma vida cada vez mais feliz.
Teremos outras 365 novas oportunidades de dizer à vida, que de fato queremos ser plenamente felizes.
Que queremos viver cada dia, cada hora e cada minuto em sua plenitude, como se fosse o último.
Que queremos renovação e buscaremos os grandes milagres da vida a cada instante.
Todo Ano Novo é hora de renascer, de florescer, de viver de novo.
Aproveite este ano que está chegando para realizar todos os seus sonhos!
FELIZ NATAL E UM PRÓSPERO ANO NOVO PARA TODOS!
domingo, 19 de dezembro de 2010

Tenho amigas de fé.
Muitas.
Uma delas, que é como uma irmã, me escreveu um e-mail me contando a maravilha que foi o recital do pianista Nelson Freire no Theatro São Pedro, recentemente.
Ela escreveu: Nessas horas Deus aparece.
Fiquei com essa frase retumbando na minha cabeça.
Deus não está em promoção, se exibindo por aí.
Ele escolhe, dentro do mais rigoroso critério, os momentos de aparecer pra gente.
Não sendo visível aos olhos, ele dá preferência à sensibilidade como via de acesso a nós.
Eu não sou uma católica praticante e ritualística - não vou à missa.
Mas valorizo essas aparições como se fosse a chegada de uma visita ilustre, que me dá sossego à alma.
Quando Deus aparece pra você?
Pra mim, ele aparece sempre através da música, e nem precisa ser um Nelson Freire.
Pode ser uma música popular, pode ser algo que toque no rádio, mas que me chega no momento exato em que preciso estar reconciliada comigo mesma.
De forma inesperada, a música me transcende.
Deus me aparece nos livros, em parágrafos em que não acredito que possam ter sido escritos por um ser mundano: foram escritos por um ser mais que humano.
Deus me aparece - muito! - quando estou em frente ao mar.
Tivemos um papo longo, cerca de um mês atrás, quando havia somente as ondas entre mim e ele.
A gente se entende em meio ao azul, que seria a cor de Deus, se ele tivesse uma.
Deus me aparece - e não considere isso uma heresia - na hora do sexo, desde que feito com quem se ama.
É completamente diferente do sexo casual, do sexo como válvula de escape.
Diferente, preste atenção.
Não quer dizer que qualquer sexo não seja bom.
Nesse exato instante em que escrevo, estou escutando My Sweet Lord cantado não pelo George Harrison (que Deus o tenha), mas por Billy Preston (que Deus o tenha também) e posso assegurar: a letra é um animado bate-papo com Ele, ritmado pelo rock’n’roll. Aleluia.
Deus aparece quando choro.
Quando a fragilidade é tanta que parece que não vou conseguir me reerguer.
Quando uma amiga me liga de um país distante e demonstra estar mais perto do que o vizinho do andar de cima.
Deus aparece no sorriso do meu sobrinho e no abraço espontâneo das minhas filhas.
E nas preocupações da minha mãe, que mãe é sempre um atestado da presença desse cara.
E quando eu o chamo de cara e ele não se aborrece, aí tenho certeza de que ele está mesmo comigo.

Martha Medeiros
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Se um dia alguém fizer com que se quebre a visão bonita que você tem de si, com muita paciência e amor reconstrua-a.
Assim como o artesão recupera a sua peça mais valiosa que caiu no chão, sem duvidar de que aquela é a tarefa mais importante.
Você é a sua criação mais valiosa.
Não olhe para trás.
Não olhe para os lados.
Olhe somente para dentro, para bem dentro de você e faça dali o seu lugar de descanso, conforto e  recomposição.
Crie este universo agradável para si.
O mundo agradecerá o seu trabalho.
Brahma Kumaris
domingo, 12 de dezembro de 2010


Dezembro chegou e, pelo que vemos, cresce o envolvimento das pessoas, de uma maneira ou de outra, com o "espírito do Natal".
É claro que os apelos comerciais irrompem a todo instante na TV ou nas ruas e muitos se deixam levar somente pela maquinal necessidade de comprar os "presentinhos" para os entes queridos.
Entretanto, é salutar observarmos que nem todos se deixam levar pelo materialismo do Papai Noel e procuram, nesta época do ano, participar de movimentos que dizem mais de perto ao verdadeiro sentido do Natal: o de fraternidade, de solidariedade, de apoio aos que necessitam de ajuda não no aspecto meramente material, mas também do amparo espiritual para superar situações difíceis em suas vidas ou mesmo de um ato de amor, uma visita , uma conversa agradável.
Muitos se esquecem de que o verdadeiro Natal não deve se limitar a um reles limite temporal, mas, sim, pode ser praticado a cada dia do ano, e isso é possível, desde que nos disponhamos a ajudar os irmãos que a todo instante estão aí, nas ruas, nas praças, nas instituições que se dedicam a auxiliá-los.
Tais atitudes podem ser traduzidas pela participação em ações de voluntariado, pela visita a um asilo de idosos - muitas vezes, esquecidos até pelos próprios filhos e jogados ao abandono até o final de suas existências.
Há ainda , para os que dizem não ter tempo disponível para conviver mais de perto com essas pessoas, a opção de fazerem doações, em alimentos ou até mesmo em dinheiro, para entidades que lutam com extrema dificuldade no cuidado de crianças ou idosos doentes, viciados em drogas ou deficientes físicos, entre tantos casos.
Jesus aqui esteve, pregando o amor, a fraternidade e a prática da caridade entre os seres humanos.
Nestes tempos insensíveis, em que se valoriza tanto o ato de doar presentes, deveríamos repensar nossas atitudes - muitas vezes, tão mecânicas - e voltarmo-nos para as agruras em que tantos, como nós, estão enleados.
Há muita gente precisando de ajuda por aí e sempre, de alguma forma, poderemos cooperar para mitigar suas aflições.
Engrosse, você também, estas fileiras!
GILSON BARBOSA / jornalista
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010


Lendo uma entrevista do professor Hermógenes, 86 anos, considerado o fundador da ioga no Brasil, ouvi uma palavra inventada por ele que me pareceu muito procedente: ele disse que o ser humano está sofrendo de normose, a doença de ser normal.
Todo mundo quer se encaixar num padrão.
Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.
O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido.
Quem não se "normaliza" acaba adoecendo.
A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.
A pergunta a ser feita é: quem espera o que de nós?
Quem são esses ditadores de comportamento a quem estamos outorgando tanto poder sobre nossas vidas?
Eles não existem.
Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado.
Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos de comportamento amplamente divulgados.
Só que não existe lei que obrigue você a ser do mesmo jeito que todos, seja lá quem for todos.
Melhor se preocupar em ser você mesmo
A normose não é brincadeira.
Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer o que não se precisa.
Você precisa de quantos pares de sapato?
Comparecer em quantas festas por mês?
Pesar quantos quilos até o verão chegar?
Não é necessário fazer curso de nada para aprender a se desapegar de exigências fictícias.
Um pouco de auto-estima basta.
Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo.
Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante.
O normal de cada um tem que ser original.
Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros.
É fraude.
E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.
Eu não sou filiada, seguidora, fiel, ou discípula de nenhuma religião ou crença, mas simpatizo cada vez mais com quem nos ajuda a remover obstáculos mentais e emocionais, e a viver de forma mais íntegra, simples e sincera.
Por isso divulgo o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.
 
Martha Medeiros


No finalzinho da entrevista que Pedro Bial deu à Marília Gabriela, quando foi questionado sobre relacionamentos, ele deu uma lição que serve para todo mundo: trate seu amor como você trata seu melhor amigo.
Sei que isso parece falta de romantismo, mas é o conselho mais certeiro.
Não era você que estava a fim de uma relação serena e plenamente satisfatória?
Taí o caminho.
Vamos tentar elucidar como isso se dá na prática.
Comecemos pelo exemplo que o próprio Bial deu: você foi convidado para o casamento de uma prima distante que mora onde Judas perdeu as botas, você tem que ir porque ela chamou você pra padrinho.
Como é que os casais costumam combinar isso?
"Não tem como escapar, você vai comigo e pronto".
Ou seja, um põe o outro no programa de índio e nem quer saber de conversa.
É assim que você convidaria seu melhor amigo?
Não.
Você diria: "Putz, tenho uma roubada pela frente que você não imagina.
Me dá uma força, vem comigo, ao menos a gente dá umas risadas...".
Ficou bem mais simpático, não ficou?
Como esta, tem milhões de situações chatas que você pode aliviar, apenas moderando o tom das palavras.
Pro seu marido:
"Você nunca repara em mim, não deu pra notar que cortei o cabelo?
Será que sou invisível?"
Mas pra sua melhor amiga:
"Ai, pelo visto meu cabelo ficou medonho e você está me poupando, né?
Pode dizer a verdade, eu agüento".
Pra sua mulher:
"Você já se deu conta da podridão que está este sofá?
Não dá pra ver que está na hora de trocar o tecido?"
Mas pra sua melhor amiga:
"Deixa a pizza por minha conta, eu pago, assim você economiza pra lavar o sofá.
A não ser que este seja um novo estilo de decoração..."
Risos + risos+ risos.
Maneire.
Trate seu amor como todas as pessoas que você adora e que não são seus parentes.
Trate com o mesmo humor que você trata seu melhor amigo, sua melhor amiga.
Até porque, caso você não tenha percebido, é exatamente isso que eles são.
"Grandes Realizações são possíveis quando se dá importância aos pequenos começos"

Martha Medeiros
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Segundo a minha maneira de pensar, se o mundo das idéias se desvincular da realidade e passar a existir com autonomia, o indivíduo cuja razão assim proceder perderá definitivamente a rota da liberdade.
Tento conceituar a liberdade como um estado de espírito, como uma alegria íntima(como um prazer erótico, talvez a forma mais consistente e genuína de vaidade), que deriva da coerência entre pensamentos e condutas.
Belas idéias que não tenham nada a ver com a realidade da nossa condição nos afastam da liberdade; e é nesta categoria que eu classifico quase todos os sistemas filosóficos e religiosos de grande aceitação.
Se as idéias ganham autonomia e se desvinculam do real elas podem ser muito lindas, mas serão falsas.
Se perde o processo criativo fundamental que é o intercâmbio permanente entre os dois mundos; se perde a coerência e, portanto, não há liberdade.
E a tendência para este fascínio pelas idéias é muito fácil de ser entendida, desde que partamos do princípio de que os indivíduos, ao constatar suas propriedades biológicas(mortal, por exemplo) e psicológicas(cheio de emoções contraditórias, por exemplo), não gostaram do que observaram.
Na medida em que possuem a capacidade de imaginar, podem perfeitamente "inventar" uma outra condição humana, percebida como muito mais requintada e interessante do que a real — que, diga-se de passagem, é a única que existe de fato.
Não podem deixar de desenvolver uma enorme irritação contra a realidade, o que implica em revolta contra si mesmo(agravando e perpetuando os sentimentos de inferioridade); esta se manifesta, na maior parte das vezes, de forma banal e artificial, a pessoa implicando com alguma de suas características físicas(estatura, forma de rosto, peso etc.), apenas sinais desta hostilidade contra o eu real e suas propriedades mais relevantes.
As idéias podem ser belas; no seu mundo existe a perfeição; o homem pode sentir-se importante, indispensável; o homem pode e deve buscar a transcendência.
O homem real é um mamífero e tem várias reações que, "desgraçadamente", indicam seu parentesco com os outros animais; é imperfeito, insignificante e busca apenas os prazeres.
E quanto mais estivermos seduzidos pelas belas idéias, mais difícil será aceitar e digerir a realidade; em função desta dicotomia radical entre o imaginário e o que se observa surge um tipo de avaliação na qual as "virtudes" (o bem) corresponde ao que se pode atingir através do pensamento; o que se constata em termos de conduta efetiva do ser humano são suas "fraquezas" (o mal), das quais ele terá que tentar livrar-se se quiser atingir os objetivos maiores propostos pelas idéias.
A mim me parece hoje muito claro que não se pode chegar a nada de gratificante para as pessoas através desta postura equivocada, que se baseia essencialmente na não aceitação da condição humana.
As pessoas que se governam pela realidade são mal vistas pelas mais idealistas(além de serem também objeto de admiração e inveja) e se sentem meio banais e simplórias, admirando muito (não sem inveja) os que colecionam "virtudes".
Como procedem desta forma por várias razões psicológicas(vaidade, ambição etc.) e não por convicção de que só existe o mundo real, tendem a se conduzir de um modo cínico e oportunista, guiando-se pelas regras do jogo existente.
Os idealistas, por outro lado, se recusam a participar do jogo e só sonham com mudanças radicais.
Ninguém atua de modo eficiente em sua própria maneira de viver, em busca da coerência que só pode ser atingida se formos capazes de frequentar os dois mundos.
As idéias têm que ter paralelo na realidade, ainda que isto, à primeira vista, implique na necessidade de "banalizarmos" um pouco nossas concepções, nos livrando daquilo que pode ser encantador mas que não é verdadeiro.
Conforme penso, nada afasta mais as pessoas da agradável e cobiçada sensação de liberdade do que as belas idéias falsas.
A luz renasce para as pessoas que não se obrigam mais a ser o que não são apenas para estarem de acordo com certas convicções e teorias que desprezaram a verdadeira natureza humana.

Flávio Gikovate


VOU CONFESSAR: morro de medo de Dilma Rousseff.
Não tenho muitos medos na vida, além dos clássicos: de barata, rato, cobra.
Desses bichos tenho mais medo do que de um leão, um tigre ou um urso, mas de gente não costumo ter medo.
Tomara que nunca me aconteça, mas se um dia for assaltada, acho que vai dar para levar um lero com os assaltantes (espero); não me apavora andar de noite sozinha na rua, não tenho medo algum das chamadas “autoridades”, só um pouquinho da polícia, mas não muito.
Mas de Dilma não tenho medo; tenho pavor.
Antes de ser candidata, nunca se viu a ministra dar um só sorriso, em nenhuma circunstância.
Depois que começou a correr o Brasil com o presidente, apesar do seu grave problema de saúde, Dilma não para de rir, como se a vida tivesse se tornado um paraíso.
Mas essa simpatia tardia não convenceu.
Ela é dura mesmo.
Dilma personifica, para mim, aquele pai autoritário de quem os filhos morrem de medo, aquela diretora de escola que, quando se era chamada em seu gabinete, se ia quase fazendo pipi nas calças, de tanto medo. Não existe em Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura.
Ela tem filhos, deve ter gasto todo o seu estoque com eles, e não sobrou nem um pingo para o resto da humanidade.
Não estou dizendo que ela seja uma pessoa má, pois não a conheço; mas quando ela levanta a sobrancelha, aponta o dedo e fala, com aquela voz de general da ditadura no quartel, é assustador.
E acho muito corajosa a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que está enfrentando a ministra afirmando que as duas tiveram o famoso encontro.
Uma diz que sim, a outra diz que não, e não vamos esperar que os atuais funcionários do Palácio do Planalto contrariem o que seus superiores disserem que eles devem dizer.
Sempre poderá surgir do nada um motorista ou um caseiro, mas não queria estar na pele da suave Lina Vieira.
A voz, o olhar e o dedo de Dilma, e a segurança com que ela vocifera suas verdades, são quase tão apavorantes quanto a voz e o olhar de Collor, quando ele é possuído.
Quando se está dizendo a verdade, ministra, não é preciso gritar; nem gritar nem apontar o dedo para ninguém. Isso só faz quem não está com a razão, é elementar.
Lembro de quando Regina Duarte foi para a televisão dizer que tinha medo de Lula; Regina foi criticada, sofreu com o PT encarnando em cima dela -e quando o PT resolve encarnar, sai de baixo.
Não lembro exatamente de que Regina disse que tinha medo -nem se explicitou-, mas de uma maneira geral era medo de um possível governo Lula.
Demorei um pouco para entender o quanto Regina tinha razão.
Hoje estamos numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a máquina, como as tropas de um país que invade outro.
Com Dilma seria igual ou pior, mas Deus é grande.
Minha única esperança, atualmente, é a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral, para bagunçar a candidatura dos petistas.
Eles não falaram em 20 anos?
Então ainda faltam 13, ninguém merece.
Seja bem-vinda, Marina.
Tem muito petista arrependido para votar em você e impedir que a mestra em doutorado, Dilma Rousseff, passe para o segundo turno.

Danuza Leão


Eu gosto do Brasil, muito, e não só quando ele ganha a Copa.
Mas mantenho minha resposta: orgulho não tenho.
OUTRO DIA, num programa de televisão, me questionaram: "se você estivesse no exterior e perguntassem se tem orgulho de seu país, o que você diria?"
Sem nem pensar, respondi: "diria que não, não tenho".
Depois achei que, apesar de ter sido sincera, ia pegar mal, diante dos telespectadores; mas pensei.
Eu gosto do Brasil, muito, e não só quando ele ganha a Copa.
Mas mantenho minha resposta: orgulho não tenho.
Como alguém pode se orgulhar de um país onde a polícia mata tanto quanto os bandidos, em que a maior parte dos políticos não tem o menor caráter, a menor ideologia, e trocam de partido três, quatro vezes, de acordo com seus interesses?
Que recebem um mensalão para votar de acordo com o governo?
Que transformaram a Câmara dos Deputados -salvo algumas exceções- em uma delegacia de polícia?
Basta abrir o jornal, qualquer dia da semana: 80 por cento das notícias são de escândalos, e a maior parte deles, ligados aos políticos.
Os ministros são nomeados não por sua competência, mas para agradar a um partido e tê-lo como aliado, a polícia dá mais medo do que os bandidos, nosso risonho governador só faz viajar, é dinheiro na cueca, dinheiro no escritório do marido de uma governadora, dinheiro para subornar um delegado.
Mas de Celso Daniel não se fala mais.
Não há uma pessoa que faça um plano sério para reformular a polícia, expulsar a banda podre, para que a população viva sem medo.
Se em Nova York conseguiram, por que não no Brasil?
Falo sobretudo do Rio, onde se vive em estado de guerra permanente.
Na última semana dois amigos foram vítimas de assalto: um teve quatro fraturas no braço, o outro se salvou porque, como era mais gordinho, a gordura protegeu a bala que o teria matado.
Isso às seis da tarde, em ruas de movimento.
Ministros dão declarações na televisão palpitando sobre a maneira como foram presos os empresários e já sinalizando que o habeas corpus iria sair; era pule de 10.
Na minha modesta opinião, ministros, sobretudo os do Supremo, devem ter o maior cuidado não só no que falam como também com quem andam.
Ministros existem para julgar, e pronto.
Penso que a polícia pegou os graúdos na madrugada, antes que um Citation os levasse para longe.
E na minha modesta opinião, eles foram detidos não só pelos crimes atuais mas também pelo conjunto da obra.
Quem nunca ouviu falar do passado dos três mais famosos presos desta semana?
Diariamente crianças são mortas por policiais, militares que dão de presente aos traficantes três adolescentes, sabendo que eles seriam assassinados, 271 analfabetos pretendem se eleger, um bispo, apoiado pelo governo federal, quer ser prefeito sem ter nada a ver com a cidade, 262 bebês morreram nas maternidades de Belém desde o início do ano, o Senado contrata 97 novos funcionários a R$ 10 mil, sem concurso nem necessidade, a adolescência que sai à noite para se divertir arrisca a vida, e os brasileiros acham que é normal viver assim. Aliás, onde andará Marcos Valério?
Quem pode vai morar em outro país; quem não pode vive com medo, enquanto nosso governante morre de orgulho de conviver com os poderosos do mundo.
E como a maioria do povo não é politizada -e não interessa aos governos que seja-, vamos piorando, a cada eleição.
E se passar a idéia de que só pode se candidatar quem tiver ficha limpa, como se faz com qualquer candidato a entregador de pizza, isso só valerá a partir de 2010 -isso se passar.
Não, eu não tenho orgulho do meu país.
Tenho é muita vergonha do que fazem com ele.

Danuza Leão
segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Faça um grande favor a si mesmo:
Se está na sua frente uma situação que você não pode mudar não se preocupe com ela.
Se o céu está carregado de nuvens escuras anunciando uma tempestade você pode evitar que ela venha?
O medo das ‘tempestades’ da vida é pior que todos os raios.
Nós temos a ilusão de que o medo nos protege mas é ele que nos deixa mais vulneráveis..
A preocupa ção é um grande perigo morando dentro de nós.
Ela só serve para ameaçar nossa integridade física, mental e espiritual.
É a irmã gêmea da pretensão, ou seja, ela tem o poder de nos convencer de que somos os ’senhores do futuro’ e, na verdade, só podemos evitar dores maiores quando temos a humildade de aceitar que há coisas que só Deus pode impedir que aconteça.
O medo é um fabuloso escultor e nos esculpe, fazendo com que fiquemos tão inertes como as estátuas.
Vc já viu uma estátua se movendo?
Ou mudando de posição?
Assim como o medo, a preocupa ção é como um raio que pode despedaçar, derrubar e destruir uma estátua.
Vc tem vontade de cair despedaçado?
Por favor, entenda.. que se você não pode mexer no futuro é porque permanece em vigor a verdade da sabedoria popular que nos alerta:
“O FUTURO A DEUS PERTENCE!”
Renda-se e aceite que.. você não pode mexer no que não é seu!
 
Silvia Schmidt


Muitas pessoas não vêem seus desejos realizados porque não têm convicção de que são merecedoras.
Será esse o seu caso?
Acontece que o Universo só percebe o que você sente, demonstra e pensa.
Ele não esta lá para julgar os seus merecimentos, mas para cumprir o que você lhe determina.
Se você acredita não ser merecedor do que quer, mesmo com fervorosas preces seus desejos não serão cumpridos.
O Universo só tem condições de lhe dar tudo o que você acredita que merece e, mesmo não merecendo, segundo ponto de vista alheio, você será beneficiado.
Isso tudo parece muito complicado, mas é simples e preciso.
Observe como há pessoas que demonstram ter um péssimo caráter e, no entanto, nada lhes falta - e até sobra!
Se você tivesse os poderes do Universo, elas receberiam o melhor de você?
Claro que não mesmo!
Mas note como você já serviu - e serve! - a pessoas que lhe parecem egoistas, mesmo não crendo no merecimento delas.
Você lá esteve - e ainda está! - a servi-las.
O "segredo" de pessoas assim é o fato de cuidarem muito bem de si mesmas sem nenhum complexo de culpa.
Elas não se punem com renúncia ao que lhes faz bem.
O Universo as espelha e lhes envia o mesmo tratamento.
Não há aqui nenhum convite a que você tente ser igual a elas, mas a que acredite que você consegue tudo quando se vê merecedor.
Se você prestar atenção em tudo que ocorre em sua vida, você notará que, seja com pensamentos, ações ou palavras, foi você mesmo que atraiu, tanto o Bem como o mal.
Não peça absolutamente nada ao Universo.
Ele não ouve súplicas!
Apenas informe-o de que você merece tudo que deseja ter ou ser.
Creia nessa informação e tudo o que desejar lhe cairá nas mãos.
Para quem se ama tudo cai do céu.
Experimente pra ver!

Silvia Schmidt
sexta-feira, 3 de setembro de 2010


Os náufragos de um transatlântico, dentro de um barco salva-vidas perdido em alto-mar, tinham comido as últimas bolachas e contemplavam a antropofagia como único meio de sobrevivência.
-Mulheres primeiro - propôs um cavalheiro.
A proposta foi rebatida com veemência pelas mulheres.
Mas estava posta a questão: que critério usar para decidir quem seria sacrificado primeiro para que os outros não morressem de fome?
-Primeiro os mais velhos - sugeriu um jovem.
Os mais velhos imediatamente se reuniram num protesto.Falta de respeito!
-É mesmo - disse um - somos difícies de mastigar.
-Por que não os mais jovens, sempre tão dispostos aos gestos nobres?
-Somos, teoricamente, os que têm mais tempo para viver - disse um jovem.
-E vocês precisarão da nossa força nos remos e dos nossos olhos para avistar a terra - disse outro.
-Então os mais gordos e apetitosos.
-Injustiça! - gritou um gordo.
- Temos mais calorias acumuladas e, portanto, mais probabilidade de sobreviver de forma natural do que os outros.
-Os mais magros?
-Nem pensem nisso - disse um magro, em nome dos demais.
-Somos pouco nutritivos.
-Os mais contemplativos e líricos?
-E quem entreterá vocês com histórias e versos enquanto o salvamento não chega? - perguntou um poeta.
-Os mais metafísicos?
-Não esqueçam que só nós temos um canal aberto para lá - disse um metafísico, apontando para o alto - e que pode se tornar vital, se nada mais der certo.
Era um dilema.
É preciso dizer que esta discussão se dava num canto do barco salva-vidas, ocupado pelo pequeno grupo de passageiros de primeira classe do transatlântico, sob os olhares dos passageiros de segunda e terceira classes, que ocupavam todo o resto da embarcação e não diziam nada.
Até que um deles perdeu a paciência e, já que a fome era grande, inquiriu:
-Cumé?
Recebeu olhares de censura da primeira classe.
Mas como estavam todos, literalmente, no mesmo barco, também recebeu uma explicação.
-Estamos indecisos sobre que critério utilizar.
-Pois eu tenho um critério - disse o passageiro de segunda.
-Qual é?
-Primeiro os indecisos.
Esta proposta causou um rebuliço na primeira classe acuada.
Um dos seus teóricos levantou-se e pediu:
-Não vamos ideologizar a questão, pessoal!
Em seguida levantou-se um ajudante de maquinista e pediu calma.
Queria falar.
-Náufragas e náufragos - começou
- Neste barco só existe uma divisão real, e é a única que conta quando a situação chega a este ponto.
Não é entre velhos e jovens, gordos e magros, poetas e atletas, crentes e ateus...
É entre minoria e maioria.
E, apontando para a primeira classe, gritou:
-Vamos comer a minoria!
Novo rebuliço.
Protestos.
Revanchismo, não!
Mas a maioria avançou sobre a minoria.
A primeira não era primeira em tudo?
Pois seria a primeira no sacrifício.
Não podiam comer toda a primeira classe, indiscriminadamente, no entanto.
Ainda precisava haver critérios.
Foi quando se lembraram de chamar o Natalino.
O chefe da cozinha do transatlântico.
E o Natalino pôs-se a examinar as provisões, apertando uma perna aqui, uma costela ali, com a empáfia de quem sabia que era o único indispensável a bordo.
O fim desta pequena história admonitória é que, com toda agitação, o barco salva-vidas virou e todos, sem distinção de classes, foram devorados pelos tubarões.
Que como se sabe, não têm nenhum critério.

Luis F. Verissimo


Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa.
Tome outros ônibus.
Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia, ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.
Veja o mundo de outras perspectivas.
Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...
Depois, procure dormir em outras camas.
Assista a outros programas de tv, compre outros jornais... leia outros livros.
Viva outros romances.
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.
Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.
Corrija a postura.
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.
A nova vida.
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria.
Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa.
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete, outro creme dental...
Tome banho em novos horários.
Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.
Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de carro, compre novos óculos, escreva outras poesias.
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores.
Abra conta em outro banco.
Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Mude.
Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais light, mais prazeroso, mais digno, mais humano.
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.
Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino.
Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia.
Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!

Clarice Lispector
quinta-feira, 2 de setembro de 2010


Você já reparou que mil elogios podem ser anulados por uma única crítica?
É só chegar uma pessoa e dizer que deveríamos ser assim ou assado (ainda que seja dito de forma bem delicada) e aquilo bate forte no nosso peito.
Ficamos sem chão, nos sentimos ofendidos e, na hora, adotamos uma postura defensiva.
É impressionante como somos vulneráveis.
Só de imaginar que vai ser criticada, você já muda a maneira de agir, já não faz as coisas como queria, não se coloca na vida como gostaria de se colocar.
Tem gente que gasta a vida inteira adotando posturas falsas para evitar críticas.
Que bobagem!
Mesmo que você abra mão de ser espontânea para assumir os modelos, jamais agradará a todos.
Isso é IMPOSSÍVEL!
E digo mais: você sempre será criticada.
Aonde eu quero chegar?
Na verdade, as críticas não terão esse efeito arrasador a partir do momento que você não der tanta importância a elas.
Se fôssemos um pouco mais inteligentes, não escutaríamos crítica alguma.
Até poderíamos, desde que fosse com um filtro.
Assim: o fulano me disse tal coisa.
Será que isso é verdade?
Vou investigar e tiro minhas conclusões, baseado em minha própria observação.
E sempre com a mente tranquila e os pés no chão.
O problema da crítica nada mais é do que dar muito crédito aos outros.
Ou seja, você sempre se coloca em segundo plano, dá lugar aos outros (não importa se está supercansada), não machuca os outros (não importa os próprios sentimentos).
Isso entra de tal forma que temos um departamento na nossa cabeça chamado “os outros”.
E, como você está sempre em segundo plano, vai ficando lá no fundinho da fila.
Por isso a crítica pega tanto.
O segredo é um só, leitora: aprenda a se colocar em primeiríssimo lugar.
Não estou estimulando o egoísmo, mas sim a autovalorização.
É dar importância aos seus dons, sentidos, opiniões, emoções e sentimentos.
Quando você se dá valor, todos também dão.
Acredite!
O sucesso é não ouvir as críticas.
A lei é essa: só se dá valor a quem o tem.
Por isso, toda vez que se deparar com uma crítica, pare e reflita: “O que importa é o que eu sinto e não o que a pessoa sente.
O essencial é o que eu penso, não o que pensam.
A natureza me fez responsável por mim.
Me dou valor e assim serei”.

Luiz Gasparetto


Existem situações em que nós, infelizmente, nos deixamos levar pelo outro.
Assumimos a responsabilidade por terceiros e nossos centros de força passam a trabalhar para eles. Chamo esse fenômeno de vampirismo.
Você não imagina como isso é péssimo para sua evolução.
Você fica estagnada e se anula, abastecendo o outro com a sua energia.
É possível, sim, ir contra essa influência.
Como sempre digo, deixar-se influenciar depende somente de sua postura, atitude e modo de encarar a vida.
Porque não existe essa história de vítima.
Ninguém vai sugar sua energia se você não deixar.
O vampiro só existe se a pessoa for “vampirizável“.
Preste atenção.
Cada vez que você se depara com um vampiro, seu sistema sente e dá um sinal de alerta.
E ele tem a capacidade de expulsar essas interferências.
Então, assuma seu sexto sentido para dar um chega pra lá na negatividade.
Só assim você conquistará a paz e chegará aonde quer.
Mas prepare-se, pois existem várias versões de vampiros, que podem estar entre os amigos, no trabalho ou mesmo na família.
Até você pode se identificar com alguns deles.
Olha só:

Vampiro cobrador.
Ele já chega cobrando, antes de cumprimentar: “Pôxa, você nem me telefonou!”.
E, se você é cobrável, começa a se desculpar e acaba sob o domínio dele.
Cede de primeira e ele rapidinho a coloca na condição de devedora.
Pronto, é o suficiente para a aura dele engatar na sua.
Resultado: bate uma sensação de fraqueza, perda de energia.
Chega a dar tontura.
E como cortar essa influência?
Reagindo!
Não dê atenção às cobranças.
A defesa é questão de posse.
A melhor tática para lidar com vampiro é encará-lo e falar a verdade, ainda que seja deselegante.
Não se deixe constranger.

Vampiro crítico.
É todo questionador: “Mas você vai sair assim?”, “Menina, como você fez aquilo?”.
Ele critica, e você, para agradar, se justifica, permitindo que ele seja seu juiz.
É impressionante, qualquer crítica nos afeta!
Não queremos que pensem mal da gente, e isso é uma dificuldade de se impor.
Pense: “Tenho minha visão e é ela que vale.
O que o outro pensa não importa”.
Assuma e se banque já, para que o outro não roube seu entusiasmo.
E tem mais vampiro, viu? Acompanhe, que vou falar mais sobre eles.

Luiz Gasparetto


Amar-se mais, respeitar-se a si mesmo, ter cuidado consigo mesmo, pensar em si mesmo... pode parecer uma maneira egoísta de se levar a vida, pois aprendemos que devemos pensar nos outros de maneira altruísta.
Mas pensar em si mesmo não significa "pensar só em si mesmo."
No entanto, é impossível pensar em outros se não temos o mínimo de respeito e amor por nós mesmos.
Se não sabemos como conduzir bem nossa própria vida, como podemos esperar ajudar outros nas suas necessidades, nas suas carências, nas suas esperanças?
Se nos sentimos carentes, como ajudar outros a suprirem as próprias carências?
Quando viajamos de avião, nos avisos de segurança eles dizem que em caso de pressurização para colocarmos primeiro a máscara em nós mesmos para depois colocarmos nas crianças.
É uma coisa que faz muito sentido e na vida funciona da mesma maneira.
Jesus disse para amarmos ao próximo como a nós mesmos.
Uma pessoa que não se ama é incapaz de amar outra coisa ou alguém, pois o amor é algo que vem de dentro pra fora e não algo que procuramos captar do exterior.
Amar-se, sem exagero, sem uma preocupação excessiva consigo mesmo é um bem que fazemos não só a nós mesmos, mas a todos aqueles que fazem parte do nosso círculo de amigos, colegas, conhecidos.
Estar ao lado de alguém que está sempre reclamando da vida, dos outros, dos próprios problemas acaba nos tirando a vontade de estar perto dessa pessoa, pois necessitamos de coisas mais alegres que constantes lamentações.
Então, pelo nosso bem, pelo bem de todos, devemos pensar um pouco mais em nós mesmos.
Só podemos contaminar outras pessoas se estivermos nós mesmos contagiados com o vírus do positivismo e do bem-estar.
Só podemos iluminar se a luz estiver dentro de nós, se formos portadores de coisas boas.
Assim, vivamos para os outros, mas vivamos também por nós.
Com moderação, com amor e dedicação.
Tudo justo, na medida exata.

Letícia Thompson

quarta-feira, 1 de setembro de 2010


Afinal, o que todos queremos da vida, além do básico?
Bem, para começar, é preciso definir o que é o básico.
O básico é igual para todo mundo, ricos ou pobres: uma casa, saúde, uma aparência agradável, algum dinheiro, um pouco de amor, que faz bem enquanto dura e mal quando acaba, e por aí vai.
Mas mais que tudo, queremos o que é o bem mais precioso: um pouco de atenção.
Para conseguir atrair a atenção do mundo -ou de apenas uma pessoa- somos capazes de quase tudo; os homens, quando fazem o que mais gostam -surfar ou jogar uma pelada-, se tiverem uma namorada olhando do que são capazes, acham a vida muito melhor.
Ninguém suporta ser completamente anônimo, por isso as pessoas passam a vida buscando o dinheiro, a beleza, o poder ou a fama; para quê?
Para existir, apenas.
As crianças fazem tudo que lhes passa pela cabeça; em todos os momentos querem uma presença ao lado, olhando, e se for preciso, choram e gritam para chamar a atenção.
Quando aprendem que certas coisas não podem mais fazer, vão por outros caminhos, sempre procurando ser olhadas, percebidas, notadas.
Qualquer coisa na vida, qualquer, é melhor do que a indiferença.
Se não for possível sermos amadas e idolatradas pela humanidade, como gostaríamos, é preferível ser odiada a não despertar sentimento algum.
Uns engordam, outros pintam o cabelo de verde, alguns tentam uma carreira de sucesso.
Não se trata de mera vaidade: é uma questão de ter a consciência de que estamos vivos, e se ninguém nos olha é porque não estamos.
E se não estamos, de que adianta ter um coração batendo?
Por que você gosta tanto de ir ao médico?
No curto tempo de uma consulta a atenção é toda dirigida a você; existe alguma coisa melhor do que ter alguém perguntando como vai seu apetite, se tem dormido bem, que diga que você precisa deixar de fumar?
Aliás, são raros os que fazem isso; na maioria dos casos, pedem uma lista de exames e despacham você com um olhar gelado.
E o analista, então?
Esses são maravilhosos: durante 50 minutos você tem uma pessoa inteligente que ouve os maiores absurdos, compreende tudo, justifica tudo, e você até sente que não está tão só no mundo.
Pais e mães têm sempre tempo para ouvir um filho, mas filho nunca tem tempo para ouvir pai ou mãe, nem que seja para comentar um filme; mas não sofra com isso, faz parte.
Atenção verdadeira é fundamental.
Quando sua empregada disser que está resfriada, tire dois minutos -só dois- do seu dia, que tem 1.540, para saber o que ela está sentindo; pegue no banheiro o vidro de vitamina C que trouxe de Nova York e dê a ela, que deve tomar três vezes ao dia.
Lembre-se de que é ela quem serve seu café da manhã, leva um chazinho quando você chega cansada, lava e passa sua roupa, e faz tudo para te agradar.
E quando chegar em casa à tarde, esqueça, por uns segundos, da eleição, e pergunte se ela está melhor.
Não adianta ter todo o poder e todo o dinheiro do mundo se ninguém pergunta se você melhorou da gripe.
 
Danuza Leão
segunda-feira, 30 de agosto de 2010


Pensar de forma mais rigorosa é condição necessária para quem deseja ser mais feliz.

1. Pensamos por meio de palavras e frases.
Em nosso processo de reflexão elas desempenham um papel semelhante ao dos números na matemática. Qualquer erro no uso das palavras determina um engano que, na seqüência dos pensamentos, tenderá a se amplificar e nos conduzirá a conclusões cada vez mais equivocadas.
Não se trata de insistir para que sejamos mais atentos ao significado das palavras que utilizamos apenas por purismo ou por um anseio perfeccionista.
Trata-se de não utilizarmos mal nossa mente, já que ela funciona a partir das palavras, frases e suas conclusões que delas extraímos.
Qualquer erro poderá ter conseqüências desastrosas para nosso futuro.
O mais grave é que teremos cada vez mais dificuldade para detectar onde ele está, já que ele costuma se perder na cadeia das nossas reflexões.
2. A forma mais comum de engano no nosso sistema de pensamento deriva de usarmos uma mesma palavra com mais de um sentido.
No caso em questão, a palavra é AMOR.
Na linguagem coloquial, amor é usado como sinônimo de solidariedade, como amor por tudo e por todos aqueles que estão sobre a Terra.
“Eu te amo” é uma expressão usada por um sedutor que conheceu sua "vítima" há poucos minutos e deseja levá-la para a cama.
Pessoas alegres e pouco criteriosas se dizem encantadas e amam com facilidade cada nova pessoa que conhecem.
Uma pessoa egoísta empenhada em se mostrar feliz consigo mesma não titubeia em afirmar: “eu me amo”.
Estamos diante de diferentes usos da mesma palavra: uso equivocado, vazio, idealizado ou maroto. Usamos a palavra amor como o coringa em certos jogos: ela serve para todos os momentos e para todas as situações.
3. Amor é palavra usada e abusada.
É dita por quem tem alguma idéia acerca do seu significado e também por aqueles que a repetem apenas por imitação.
Usa-se mais a palavra amor do que vive-se o sentimento.
E quantas são as pessoas que se sentem felizes no amor?
Pouquíssimas.
E quem é capaz de definir o que seja o amor?
Quase ninguém.
E como podemos pretender nos dar bem nesse campo se não sabemos nem mesmo como conceituar o sentimento?
Peço licença para propor uma definição de amor. Sugiro que acompanhem com atenção a seqüência do pensamento para que possamos iniciar a desenrolar esse intrincado novelo de lã.
A questão é fundamental, pois envolve emoções que nos são fundamentais e em torno das quais temos sofrido muito.
Envolve também um exercício de reflexão, uma introdução à arte de pensar com rigor e precisão, condição importantíssima a ser respeitada quando pretendemos nos aprofundar em qualquer setor da nossa subjetividade -- ao menos por aqueles que pretendam desenvolver uma vida íntima rica, gratificante e criativa.
4. Defino o amor como o sentimento que vivenciamos em relação àquela pessoa cuja presença nos provoca a agradável sensação de aconchego.
O aconchego é fundamental para nós, já que, desde o nascimento, nos sentimos desamparados, ameaçados, inseguros e incompletos.
Nosso primeiro objeto do amor é nossa mãe.
O objeto do amor vai se modificando ao longo da vida, mas em cada fase corresponde a um objeto definido.
Assim, o amor é um fenômeno interpessoal, já que amamos alguém cuja presença nos aconchega.
De acordo com essa definição, não pode existir amor por si mesmo, posto que não me sinto completo e aconchegado quando estou sozinho.
Se me sentisse assim pleno em mim mesmo, o mais provável é que não existiria o amor por outra pessoa, uma vez que o convívio íntimo implica em concessões e dificuldades que só são enfrentadas em decorrência dos benefícios que experimentamos a partir dessa intimidade.
5. Não tenho a menor dúvida de que sexo e amor correspondem a impulsos completamente diferentes, apesar de que sempre foram tratados com parte de um mesmo instinto, especialmente por parte da psicologia psicanalítica tão influente no século XX.
Temos que ter a coragem de discordar até mesmo dos grandes mestres.
Não podemos continuar a repetir suas falas como papagaios.
Temos que poder pensar por conta própria.
Do meu ponto de vista o sexo corresponde a um fenômeno instintivo que se caracteriza pela sensação de excitação que experimentamos ao tocarmos nossas zonas erógenas.
Essa é sua manifestação primeira e que se dá pelo fim do primeiro ano de vida.
É evidente que o processo se sofistica principalmente a partir da puberdade, quando surgem as diferenças físicas entre os sexos e onde entra em cena a excitação que deriva dos estímulos visuais e também aqueles que derivam de fantasias que nossa mente é capaz de construir.
De todo o modo, as diferenças entre amor e sexo são gritantes: amor é a sensação de prazer que deriva do fim da dor relacionada com o desamparo; sexo é um prazer positivo, já que independe da existência prévia de uma dor ou desconforto.
O amor é interpessoal, uma vez que o aconchego depende da presença de uma outra pessoa; o sexo é pessoal, posto que a estimulação das zonas erógenas pode ser feita pela própria pessoa.
O amor é sentido por um objeto definido, ao passo que a excitação sexual independe de objeto definido e pode ser despertada por múltiplas pessoas em um tempo muito curto.
Amor e sexo são impulsos completamente diferentes, que podem ser vivenciados separadamente.
É claro também que combinam muito bem e nada é mais agradável do que trocar carícias eróticas com aquela pessoa que também nos provoca a sensação de aconchego!
6. A partir dessas definições precisas -- e que podem não ser as melhores, substituíveis a qualquer momento por outras igualmente rigorosas -- fica claro como é difícil sustentar como interessantes as expressões “amor próprio”, “amor ao próximo” e principalmente “fazer amor”.
Fica difícil também entender como é que se perpetuou o uso de “auto-estima”, já que, de alguma forma significa o mesmo que amor por si mesmo.
Vamos tentar desfazer essa confusão passo por passo. Fazer amor é expressão usada como sinônimo de trocas eróticas, o que não tem nada a ver com o fenômeno amoroso.
Acredito que a expressão foi cunhada com o intuito de “purificar” os “pecados” do sexo, uma vez que a palavra “amor” daria dignidade e beleza ao que era visto como sujo e indigno.
Amor é um sentimento e não se “faz” um sentimento.
É comum que as trocas eróticas se dêem entre aqueles que se amam.
Porém, não sei se a prática sexual não é mais comum entre os que não se amam -- e que muitas vezes nem mesmo se conhecem.
Transar é expressão bastante mais adequada para descrever as trocas eróticas que envolvem um relacionamento sexual.
7. Amor ao próximo pressupõe um sentimento difuso de amor por todas as pessoas, o que não está de acordo com a idéia de que o sentimento só se manifesta em relação a quem nos provoca aconchego.
Pode existir uma certa sensação de aconchego quando nos sentimos integrados em um grupo maior, como por exemplo quando nos sentimos parte de um povo, de uma pátria.
Penso que a melhor palavra para definir esse outro tipo de aconchego derivado de nos sentirmos integrados em um todo maior é solidariedade.
Solidariedade é um sentimento humano sofisticado, através do qual nos integramos em uma dada comunidade.
Nos sentimos parte dela, co-responsáveis por seu destino e dispostos mesmo a morrer em sua defesa. Nossa identidade se afrouxa, de modo que nos tornamos antes uma ínfima parte daquele todo e depois nós mesmos.
Nosso destino se identifica com o destino daquele grupo.
O sentimento pode nos fazer integrado a toda a humanidade, o nos permite entender as palavras do poeta quando ele fala “desses pobres de nós seres humanos”.
8. Outras vezes usamos, inadequadamente, a expressão amor ao próximo para descrever situações nas quais não estamos integrados mas estamos preocupados com as pessoas que nos cercam.
Compaixão descreve um sentimento derivado de nos sentirmos sofridos em virtude de nos identificarmos com o sofrimento daqueles que estão à nossa volta.
Determina um desejo de ajudar aqueles que estão necessitados.
É um sentimento vivido por alguém que se encontra em uma boa condição mas que se incomoda com o fato dela não ser compartilhada por outros membros do grupo.
Na solidariedade, somos parte do grupo e nos sentimos integrados nele.
Na compaixão, estamos fora do grupo e sofremos com as dores dele. Em nenhum dos casos cabe a expressão “amor ao próximo”, quase sempre usada quando nos preocupamos com o destino daqueles que nos cercam e principalmente quando nos preocupamos em ajudar os que estão próximos.
Daí outra confusão, através da qual se costuma dizer que “amar é dar”.
Amar é amar e dar é dar! Trata-se de dois verbos com significado completamente diferente.
9. Amor próprio e auto-estima derivam da idéia de que existiria um efetivo amor por si mesmo, o que contraria frontalmente a definição de amor que venho defendendo há 25 anos.
Acontece que existe alguma coisa que sentimos em relação a nós mesmos.
Só que não se trata de um ingrediente amoroso e sim sexual.
Não existe amor por si mesmo mas existe um importante elemento auto-erótico.
Existe um tipo de excitação sexual que deriva de nos sentirmos importantes, valorizados, olhados com admiração.
Corresponde ao que chamo de vaidade.
Vaidade é conceito mais útil do que narcisismo, já que esse último implica na continuidade da confusão entre sexo e amor.
Narcisismo não seria amor por si mesmo mas sim erotismo focado em si mesmo; para esse fim, a palavra vaidade presta melhores serviços.
Por força da interferência da razão, a vaidade também está a serviço da preservação da nossa integridade. Ela nos protege contra ofensas sutis à nossa pessoa, aquelas que ferem nossa vaidade.
Ela nos protege porque, quando ofendidos , sentimos o oposto da sensação positiva da vaidade, que é a humilhação.
Humilhação é a dolorosa sensação que vivenciamos quando somos depreciados, olhados com desprezo ou desdém.
Dizemos que temos amor próprio quando nos insurgimos contra situações de humilhação.
O termo ideal para substituir amor próprio talvez seja orgulho - ou seria honra?
Nos sentimos ofendidos e gravemente feridos quando somos tratados de modo desconsiderado, o que nos provoca a sensação de humilhação, o que ofende nosso orgulho.
O fenômeno não é amoroso e a ofensa nos incomoda mesmo quando vem de alguém que mal conhecemos.
É claro que nos magoa mais quando somos agredidos por aqueles que nos são caros -- e mais ainda pelo amado.
10. Auto-estima, apesar de estima significar afeição, diz respeito ao juízo que fazemos de nós mesmos. Nossa auto-estima é boa quando somos e agimos de uma forma que nós próprios aprovamos; a auto-estima é baixa quando nós mesmos não estamos concordando com nossos procedimentos.
É claro que a opinião dos outros pode interferir em nossa auto-estima.
Porém, um elogio ou qualquer ação externa que nos enalteça não nos provocará nenhum efeito se não estivermos satisfeitos com nossas posturas.
É fato também que uma crítica vinda de fora, dirigida a quem já está tendo um juízo negativo de si mesmo, será muito mais facilmente absorvida.
Não consigo pensar numa boa expressão que substitua “auto-estima” com vantagem.
Reafirmo, porém, que não se trata de gostar de si mesmo e que uma boa auto-estima depende de estarmos vivendo de acordo com nossas próprias convicções.
11. O que pensar quando se ouve uma multidão de indivíduos repetir, sem qualquer esforço reflexivo, que "ara ser capaz de amar uma pessoa tem que, antes, amar a si mesma"?
A frase lembra aquela que se lê na Bíblia, que pede que amemos o próximo como a nós mesmos.
Não sou um bom entendedor do texto bíblico mas creio que o termo amor foi usado num sentido muito mais amplo do que descrevi nesse texto.
Penso que o texto bíblico pede às pessoas que tratem seus semelhantes com a consideração, respeito e zelo que esperam ser tratados.
A reflexão é antes de tudo moral, na qual uma pessoa não deveria se atribuir mais direitos do que aqueles atribuídos às outras.
Não creio que esteja se referindo ao relacionamento íntimo entre duas pessoas.
Por outro lado, se refletirmos sob a ótica da psicanálise, o narcisista -- aquele que, segundo essa teoria, ama a si mesmo -- não é capaz de amar outras pessoas.
O amor se concentra em si mesmo por medo de se deslocar em direção ao outro.
Medo sim, pois sabemos que o amor envolve risco de sofrimento derivado de uma eventual perda; sabemos que o narcisista é criatura imatura e que, por tolerar mal dores e frustrações, não se arrisca. Assim, não tendo capacidade para amar, apenas espera receber amor dos outros, além de amar a si mesmo.
Essa também não é minha convicção, já que pessoas assim imaturas e medrosas não têm boa auto-estima. Fingem estar bem consigo mesmas mas é só aparência.
No fundo, sabem que são um blefe e porisso mesmo se tornam invejosas daqueles que são mais corajosos.
Assim, não creio que se amem, de modo que, mesmo se respeitarmos as teses psicanalíticas, não deveriam ser chamadas de narcisistas.
Se existisse amor por si mesmo, como já escrevi, provavelmente não existiria o amor como o vivenciamos.
Quem é corajoso, ousa amar e tenta aliviar o desamparo através do aconchego que a presença do outro determina.
Quem tiver boa auto-estima -- e isso é muito diferente de amar a si mesmo -- será, isso sim, capaz de escolher melhor o parceiro, uma vez que se considerará com direito a uma companhia à altura do julgamento que faz de si mesmo.

Flávio Gikovate

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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

Quem sou eu

Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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