terça-feira, 28 de abril de 2015
 
Se você, como eu, não é nenhuma Gisele Bündchen, não há motivo para se desesperar em frente ao espelho.
Quem dera ser uma deusa, mas não sendo, há chance de sermos incluídas no time das interessantes.
Junte nove lindas e uma mulher interessante e será ela quem vai se destacar entre as representantes do marasmo estético.
Perfeição, você sabe, entedia.
Mulher interessante é aquela que não nasceu com tudo no lugar, a não ser a cabeça e, às vezes, nem isso, pois as malucas também têm um charme que vou te contar.
A mulher interessante não é propriamente bonita, mas tem personalidade, tem postura, tem um enigma no fundo dos olhos, uma malícia que inquieta a todos quando sorri e um nariz diferente.
São também conhecidas como feias-bonitas.
Eu poderia citar um batalhão de feias-bonitas que, aqui no Brasil, são públicas e notórias, mas vá que elas não considerem isso um elogio.
Então vou dar um exemplo clássico que vive a quilômetros de distância: Sarah Jessica Parker.
É uma feia lindona.
Uma feia classuda.
Uma feia surpreendente.
Adoro este tipo de visual.
Mulheres com rostos difíceis de classificar, que não se enquadram em nenhum padrão.
A Meryl Streep agora está meio rechonchuda, mas quando surgiu como coadjuvante em Manhattan, filme de Woody Allen, chamou a atenção não só pelo talento, mas pelo seu ar blasé, seu porte altivo e uma sobrancelha que arqueava interrogativamente, como se perguntasse: e aí, você já decidiu se lhe agrado ou não?
Paralisante.
Esse gênero de mulher não figura nos anúncios da Lancôme e não possui um rosto desenhado com fita métrica: olhos, boca e nariz a uma distância equilibrada um dos outros.
Nada disso, a feia-bonita é aquela que não causa uma excelente impressão à primeira vista.
Ao contrário, causa estranhamento.
As pessoas questionam-se.
O que é que essa mulher tem?
Ela tem algo.
Pronome indefinido: algo.
Ficar bonitinhas, muitas conseguem, mas ter algo é para poucas.
Não dá para encomendar num consultório de cirurgia plástica.
Não adianta musculação, dieta, hidratantes.
Feias-bonitas têm a boca larga demais.
Ou um leve estrabismo.
Ou um nariz adunco.
Ou seja, este algo que elas têm é algo errado.
Mas que funciona escandalosamente bem.
E há aquelas que não têm nada de errado, mas também nada de relevante.
Um zero a zero completo, e ainda assim se destacam.
Um exemplo?
Aquela menina que atua no Homem-Aranha, Kirsten Dunst.
Jamais será uma Michelle Pfeiffer, mas a menina tem algo.
Quem dera que esse algo fosse vendido em frascos nos freeshops da vida.
Se o fato de ser uma feia-bonita é, digamos, uma ótima compensação, ser um feio-bonito é o prêmio máximo.
Eu, ao menos, prefiro-os disparadamente aos bonitos-bonitos.
Não é que eu tolere um narigão num homem: ele tem que ter um!
Nada de baby face.
É obrigatório uma cicatriz, ou um queixo pronunciado, um olhar caído.
Você está se lembrando de um monte de cafajestes, eu sei.
Ou de um monte de italianos.
É esse tipo mesmo, você pegou o espírito da coisa.
Feias-bonitas e feios-bonitos tornam a vida mais generosa, democrática, divertida e interessante.
Não podemos ter tudo, mas algo se pode ter.
 
Martha Medeiros
 
Outro dia participei de uma mesa-redonda que propunha uma discussão sobre amizade feminina.
Existe mesmo?
Há quem acredite que as mulheres são eternas concorrentes e, portanto, muito pouco leais.
Existe amizade feminina, sim.
Amizade real, sólida e vitalícia.
O que acontece é que as mulheres se envolvem muito na vida umas das outras, e isso, como em qualquer relação, gera alguns mal-entendidos, ciúmes e até brigas feias, o que faz parecer que amizade entre mulheres é frágil.
Os homens são menos invasivos, não se envolvem tanto com a intimidade dos amigos.
Por isso, atritam-se menos e passam a idéia de serem mais estáveis.
A amizade é o melhor – e provavelmente – o único antídoto contra a solidão.
E não precisa ser uma amizade grandiloquente, do tipo grude 24 horas e sem segredos.
Uma amizade pode ser forte e leve ao mesmo tempo.
E melhor ainda se forem amizades variadas.
Uma boa amiga para ser sua sócia, outra para dar dicas de viagens, uma amiga especial para conversar sobre sentimentos escusos, outra amiga fantástica para falar sobre livros e filmes, uma amiga indispensável para lhe dar um ombro quando você está caidaça.
Nenhum problema em departamentalizar.
Ao menos nas amizades, viva a poligamia.
Amigos homens são igualmente imprescindíveis.
Quando ouço que não existe amizade entre homem e mulher por causa da possibilidade de um envolvimento amoroso, pergunto: e daí?
Qual o problema de haver uma sensualidade no ar?
Todas as relações incluem alguma espécie de sedução – todas.
Amigo homem é bom porque eles não falam toda hora sobre filhos, empregadas, liquidações, esses papos xaropes.
Amigo homem não faz drama, ri das nossas manias, traz novos pontos de vista sobre as coisas que nos angustiam, não pede nossas roupas emprestadas e, o que é melhor, comenta sobre suas ex-namoradas e com isso acaba nos dando dicas muito úteis para enfrentar esta tal guerra dos sexos.
Amiga de infância, amiga irmã, amigo homem, amigo gay, amigos virtuais, amigos inteligentes, amigos engraçados, amigos que não cobram, que não são rancorosos, amigos gentis, amigos que se mantêm amigos na distância e no silêncio, todos eles ajudam a formar nossa identidade e a nos sentir protegidos nesta sociedade cada vez mais bruta e individualista.
E não posso esquecer do melhor amigo de todos, e não é seu cachorro, seu gato ou seu hamster: estou falando daquele ser humano com quem a gente casou, aquela pessoa que convive conosco dia e noite, numa promiscuidade escandalosa, e cujo vínculo se mantém com muita paciência, humor, respeito e solidariedade, tal qual acontece entre os verdadeiros amigos do peito.
 
Martha Medeiros
 
Se você responder à pergunta acima dizendo que está à beira de um ataque de nervos, não será uma resposta original, mas pode muito bem ser verdade, já que poucos conseguem ficar tranqüilos diante desta rotina surreal em que nos meteram.
Trancar portas, gradear janelas, acionar alarmes, desconfiar de todos — que vida excitante.
Eu, ao contrário de me enervar, estou à beira de ficar zen.
Basta apenas parar de ler os jornais, de ver TV, desconectar o computador, vender meu carro, doar meus bens e me mudar para o Tibete.
Você também não sente vontade, às vezes?
Eu de segunda a domingo. À beira de algo.
A maioria das pessoas — as desassossegadas por natureza — está a ponto de dar uma guinada, está prestes a tomar uma atitude, está ali para enfrentar uma ruptura.
Poucos estão 100% conformados.
Os que têm o costume de se questionar ao menos meia-hora por dia já podem se considerar no limiar de fazer uma manobra radical: são habitantes do planeta ‘Quase’.
Alguns, por exemplo, estão quase desistindo de manter sua empresa funcionando.
Estão cansados de pagar tantos impostos, de sofrer ações trabalhistas injustas, enfraquecidos pela concorrência que só cresce.
Estão quase falindo, mas lutando.
Quase desistindo, mas ainda sem coragem de abrir mão de tudo.
Outros estão quase saltando fora de um casamento, quase convencidos de que é melhor sofrer fora do que dentro dele, por pouco não trocando de lado, apenas aguardando o tal “momento certo”, que é a coisa mais difícil de identificar.
Em contrapartida, tem gente assinando a papelada para abrir um negócio próprio e outros tantos com a data de casamento marcada.
Não importa a ruptura que se dará (mudar de condição de vida é sempre uma ruptura): tudo o que nos aguarda ali adiante é um enorme e imponente ponto de interrogação.
É como se o mundo fosse dividido em duas partes, com um rio passando no meio.
Estamos sempre de olho na outra margem deste rio, no que existe do lado de lá.
E é desta sensação de incompletude — não podemos estar nos dois lados ao mesmo tempo — que surge tudo o que existe. (…)
Estamos sempre na iminência de.
Tentados a.
Seduzidos por.
Você está à beira de quê?
Sabe, sim.
Só não quer contar.
 
Martha Medeiros
 
Nada melhor como a independência feminina, não é mesmo?
Algumas de nossas mães ainda estranham o comportamento de hoje, mas é fato que as mulheres não esperaram que um milagre resolvesse seus problemas, e foram até lá brigar por eles.
Hoje temos o direito a tratar do nosso corpo como quisermos. 
Claro que sempre vai ter alguém olhando torto, e o machismo é muito mais infiltrado na sociedade do que alguns falsos otimistas gostariam de pensar, mas demos nossos passos em direção à igualdade.
Entre estes passos pode não estar ainda o direito de escolher como vai ser nosso parto, ou se ao menos queremos ou não esse filho gerado, mas uma coisa é certa – ninguém mais tem o direito, em sociedades ocidentais como a brasileira, a recriminar uma mulher pelo que ela decide fazer com a sua vida sexual.
Em lugares aparentemente distantes, mulheres ainda são apedrejadas por terem mais de um parceiro ao longo da vida, o que faz parecer com que os avanços aqui sejam gigantescos.
Temos o direito a sair por aí e encantar quem bem entendermos, do mesmo jeito que os homens fizeram ao longo dos séculos, sem deixar que ninguém metesse o bedelho.
Direitos iguais é um bom lema, mas às vezes ele pode ser distorcido.
A linha é fina e tênue entre ter o direito de fazer o que quiser com o seu corpo, e fazê-lo dele ferramenta para usar e abusar quem aparece pelo caminho.
Do mesmo jeito que a liberdade sexual foi um grande objetivo atingido, ele produziu ainda um tipo de mulher bastante peculiar, a cafajeste.
A que abusa da liberdade que tem para arrasar quem passasse pelo caminho.
Esqueceram que liberdade sexual não é canalhice.
A generalização de que todo homem não presta produziu as mulheres que não prestam.
Elas acham que não tem nada demais usar as mesmas armas contra eles que sempre as fizeram de vítimas. Mas não entenderam o aspecto mais básico da situação toda: isso não é uma guerra.
Uma coisa é sair por aí se envolvendo com quem bem entender.
Outra é deixar subentendido que a relação é exclusiva só para poder aproveitar um pouco mais aquele cara gostoso da academia, em vez de ser clara com ele e dizer que ele não é, de longe, o único.
Outro dia estava lendo o depoimento de uma garota que, meses antes, reclamava de como os homens conseguem ser tão superficiais e fúteis.
Ela estava literalmente descrevendo em centímetros os membros de dois caras que estava saindo, e dissertando sobre qual iria satisfazê-la mais, para poder escolher caso um deles descobrisse que não era único.
Sério mesmo, garotas?
Chegamos a isso?
Quer ser fútil e cafajeste?
Por favor, sinta-se à vontade.
Assim como tem muita gente mentirosa, sem caráter, recalcada, mal educada, grossa, e babaca atrapalhando esse mundo, e não há muito o que a gente possa fazer para mudar.
Mas assuma-se como tal.
Não é porque você foi maltratada por caras imbecis antes que tem o direito de fazer o mesmo com outros que não têm nada a ver com a história.
E, por favor, tente não espalhar estereótipos por aí.
Nada mais frustrante do que ouvir o velho “nenhum homem presta” de uma mulher que também não se preocupou em valer muita coisa.
 
Vana Medeiros
 

Quando se divide amor, se divide tudo.
Não dá para entregar amor em prestações.
Amor não é dividido, amor não se fragmenta.
Amor é uma parte inteira.
Uma parte de você que mora dentro de outra pessoa.
Na verdade quem ama é que vai morar dentro da pessoa que é amada.
Você não olha o endereço, o número, à distância e muito menos o tamanho do espaço; você só sabe que precisa daquele lugar.
Precisa de descanso, cansou do descaso.
É um egoísmo involuntário, uma vontade compartilhada, vontade de compartilhar com alguém o que se tem de melhor, vontade de receber de alguém o que vier, pois amor não é garantia e muito menos escolha.
Amor é compreensão.
Compreender exatamente no significado mais forte da palavra.
Colocar alguém dentro de você, entender que esse alguém não é perfeito, mas que ao mesmo tempo foi feito para você.
Serve perfeitamente em você. Sabe ser seu número, sabe ser seu gosto.
Gosta de ser seu gosto.
Aquele que entende o outro é sempre mais feliz.
Quem entende sabe amar.
O que importa não é a cena, mas o personagem principal.
A falha, o erro e a vergonha expõem quem somos e revela que precisamos ser muito mais.
Revela a carne e osso.
Mostra que precisamos de alguém para dividir e esclarecer as mesmas falhas, entender no outro o que não conseguimos perceber em nós.
Sair do lugar cômodo, sair dos cômodos da alma e olhar quem nos cuida com verdade.
Personagens que gravam em nossas mentes fazendo a diferença em nossas vidas.
Eu quero ver e rever os beijos únicos, os abraços mais quentes e os maiores surtos de ciúmes.
Não precisamos de garantias, não precisa ser sempre final feliz.
Nada gravado, nada combinado.
Não precisa ser feliz sempre.
Desde que seja com alguém de verdade sempre se pode encarar qualquer desfecho.
Que seja você.
 
Walter Oliveira


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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

Quem sou eu

Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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