quinta-feira, 16 de outubro de 2008


Há décadas as mulheres lutam para ter os mesmos direitos que os homens.
Já conseguiram muito: podem entrar num restaurante sozinhas, viajar idem e até dividir as contas quando saem com o namorado.
Mas em algumas coisas, vamos reconhecer, jamais seremos iguais a eles.
Não neste século, talvez no próximo.
Talvez.
Pense, por exemplo, num homem de 45/55 anos, inteligente, charmoso, sarado, levemente grisalho, bem-sucedido no trabalho, boa-praça e simpático.
Quem não gostaria de namorar um homem assim?
Esse tipo de homem costuma ser o sonho de consumo das mulheres dos 30 aos 60.
Agora, vamos inverter: pense numa mulher entre os 45 e os 60, inteligente, sedutora, com os cabelos começando a embranquecer, um sucesso na vida profissional, elegante, culta, viajada.
Quantos homens telefonam para ela por dia tentando se aproximar?
Quantos sonham em ter um romance com ela?
Vamos admitir: poucos.
Nenhum, talvez.
É justo?
Não.
É assim?
É. Por que será?
Eu, cá com os meus botões, penso que a culpa é um pouco nossa.
Esses homens tão cobiçados - estou falando dos solteiros, claro - não costumam passar a vida procurando desesperadamente por uma mulher.
Já nós -a maioria das mulheres, eu diria - pensamos muito nisso.
Quase que só nisso.
Alguém já ouviu um homem dizer "não tem mulher na praça"?
Mas "não tem homem na praça" estou exausta de tanto ouvir, das gatinhas de 20 às maduras de 60.
Se já podemos fazer praticamente tudo que eles fazem, por que precisamos tanto deles?
Boa pergunta.
Mas as coisas estão mudando; você já reparou que eles estão querendo ficar iguais a nós?
Existem coisas que um machão não podia fazer e agora ficou decidido (por eles, claro) que pode.
Com o surgimento do metrossexual, eles não escondem que se depilam, fazem plástica, lipo, limpeza de pele, hidratam e pintam os cabelos, usam vários cremes no rosto, e já existem muitas marcas de produtos de embelezamento dirigidas exclusivamente ao público masculino.
Além disso, trocam as fraldas dos filhos, usam brincos, pulseiras e anéis,e só falta mesmo vestirem saias e usarem sapato alto (Ronaldinho Gaúcho usa até aro no cabelo).
E não é por acaso que no Carnaval eles saem vestidos de mulher, usam batom, blush e não dispensam nem os sutiãs.
E mais: agora resolveram entrar no sacrossanto recinto feminino, que é a cozinha.
Compram utensílios importados, vão à feira e inventam receitas; para nós, mulheres, sobrou o pior: lavar as panelas.
Um dia a gente chega lá.
Mas a natureza nos deu o maior de todos os privilégios: o de podermos ser mães.
Eles não falam disso, claro, e se Freud descobriu, cientificamente, que a mulher tem inveja do pênis, nunca mencionou a inveja deles, que não podem conceber um filho.
Compreende-se: Freud, sendo homem, puxava a brasa para a sua sardinha.
A vida é muito boa, mas no dia em que deixarmos de lado essa procura insana por um amor, um homem, um marido, acho que seremos muito mais felizes.
E, se pintar um homem, melhor ainda.
DANUZA LEÃO É CRONISTA, AUTORA DE VÁRIOS LIVROS

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Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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