domingo, 2 de novembro de 2008
Um dia seremos velhos e eu andarei de bengala atrás de ti, de braço dado a ti para tu me amparares.
Um dia seremos velhos, passaremos horas sentados no banco do jardim, esperando juntos a morte.
Um dia seremos velhos e teremos de comprar uns óculos para conseguires ler o jornal.
Um dia seremos velhos e estaremos horas olhando para os nossos netos, vendo-os crescer, vendo-os casar, vendo-os dando-nos bisnetos.
Um dia seremos velhos e tu choraras no primeiro sinal da minha fraqueza.
E eu desesperarei quando te faltarem as forças.
Um dia seremos velhos e terás de me dar a comida à boca porque eu não vou ter força suficiente para levantar sequer a colher.
E verei o teu sorriso já sem esperança.
Um dia seremos velhos e eu falarei muito, contarei histórias da nossa vida, recordando com saudade tudo que fazíamos nos tempos que éramos novos.
Um dia seremos velhos e tu irás ao meu funeral.
Chorarás por me teres perdido, mas sorrirás quando te lembrares do tempo que passamos juntos, do longo tempo que passamos juntos.
Um dia serás velha e irão ao teu funeral.
Irão chorar por seres uma mãe, uma avó, uma pessoa única, mas eu não irei chorar no teu funeral.
Um dia serás velha e morrerás e eu vou sorrir por voltar a ter-te junto a mim!
( Desconheço a autoria )
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