terça-feira, 11 de janeiro de 2011


Passei parte da vida lendo revistas de moda tentando seguir seus mandamentos, e o que aprendi até hoje – além de saber que às vezes as saias estão mais ou menos curtas – é que o fundamental é encontrar seu próprio estilo; só que, por mais que tenha me esforçado, até hoje isso não me aconteceu.
Afinal, qual é o meu estilo?
Quando vejo um filme na TV, com a atriz de franjona, pego uma tesourinha e corro para a frente do espelho para cortar a minha.
Na semana seguinte, vejo outro e já providencio um megahair para alongar a mesma franja.
Enlouqueço quando vejo as vamps dos anos 1950, adoro um longo vermelho de Valentino, acho Audrey Hepburn a mulher mais elegante que já existiu, mas também não resisto a um jeans com botas de cobra, bem Brigitte Bardot (ou chacrete, se preferirem).
Passo temporadas morta de fome, só tomando água, para ficar magra; quando canso, decreto que mulher de verdade deve ser um pouco mais cheinha, caio de boca no chocolate e depois, desesperada, passo a comer só aos domingos.
A vida é muito complicada.
Na verdade, para se ter um estilo é preciso saber quem se é, e aí a coisa vai ficando mais difícil.
Acho que para saber mesmo quem eu sou, só perguntando a um analista, mas, como já passei por vários e ainda não me encontrei, talvez não seja por aí.
Será que nasci para me vestir na alta-costura ou prefiro um jeans com camiseta?
Sapatos do designer francês Louboutin ou tênis Adidas?
Afinal, qual é meu estilo?
Confesso que não sei.
É que nós, mulheres, nunca somos uma só.
Um dia queremos sair “vestidas para matar”, já no outro dia de pretinho básico e colar de pérolas, chiquérrimas, na semana seguinte incorporamos uma alta executiva, e, dependendo do namorado do momento, trocamos a decoração da casa, o time de futebol, viramos chef de cozinha.
E isso lá é ter estilo?
Claro que não.
Pensei em contratar uma personal stylist, mas se eu, que me conheço há tanto tempo, não sei quem sou, como é que ela vai saber?
Talvez um anúncio desse resultado: “Procura-se um estilo”.
Isso me faz lembrar de um amigo, casado com uma atriz que toda manhã lhe perguntava: “Quem você quer que eu seja hoje?”
Eu já tive vários estilos: fui elegante, um pouquinho hippie, esportiva, já usei salto 12, aos 17 anos passava pancake e batom vermelho desde a manhã, já fui ruiva, morena, fui loura, segui a moda, contestei a moda, e, se para ter estilo é preciso ser fiel a ele a vida toda, a única pessoa que realmente tem estilo no mundo é Elke Maravilha.
Ela é ainda mais: é estilosa.
Estilo tem a ver com personalidade, e acho que meu problema é ter várias: às vezes sou feminista, às vezes machista, às vezes a favor do casamento, às vezes contra, e assim tem sido minha vida.
Há quem diga que quem tem muitas personalidades não tem nenhuma, assim como quem tem vários estilos não tem nenhum, mas já me conformei e estou feliz assim.
Penso que passar a vida com um estilo só deve ser monótono; não tenho estilo, mas me divirto muito.

Danuza Leão

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Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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