quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Quando um casal se separa, nenhum dos dois fica muito bem, claro; mas um sempre fica pior do que o outro.
O que tomou as rédeas da separação sabe, mesmo sofrendo, que do jeito que estava não era mais possível; sabe também que depois de algum tempo a vida vai ficar melhor.
A única coisa que atrapalha é saber que o outro está sofrendo.
Acontece com certa frequência que a separação tenha ocorrido porque apareceu outra pessoa, e nesse caso é preciso tomar todos os cuidados para não ferir quem foi deixado – não mais do que o necessário.
Mesmo sendo o sofrimento inevitável, não custa nada poupar quem, durante um tempo, fez parte da nossa vida.
Digamos que o personagem dessa história banal seja você, que se casou, um dia se apaixonou por outro, se separou e está pronta para ser feliz de novo.
Ótimo.
Mas, para manter certa elegância, é providencial guardar uma quarentena em relação a tudo o que diz respeito à nova vida sentimental que começa.
Passando da teoria à prática, vá na noite da primeira sexta-feira da nova solteirice para a casa do novo amado.
Vocês dois, tão felizes, peguem papel e lápis para fazer duas listas.
Da primeira farão parte os lugares aonde poderão ir nos próximos tempos; da segunda, aqueles onde não podem – não devem – aparecer sob hipótese alguma.
Detalhe: quarentena de amor dura 90 dias.
O novo casal deve fazer um pacto: já que houve troca de parceiro, devem continuar na linha da troca.
Ok, eles adoram um restaurante japonês, mas existem o da moda e os outros.
Ah, os outros não são tão bons?
Se o atum não é tão bem cortado, qual o problema?
Para quem está tão feliz, qual a importância de, por uns tempos, comer um pouquinho menos bem?
Por outro lado, nada mais simples do que pedir um sushi, o melhor da cidade, em casa.
Aliás, um sushi, uma feijoada, um acarajé, tudo hoje pode ser pedido por telefone, e melhor do que qualquer caviar é se espichar no sofá comendo pipoca feita no micro-ondas quando o amor é novo.
E se todos os filhos – os meus, os seus, os nossos – estiverem na mesma escola, manda a sensatez que os filhos do que quis a separação troquem de colégio.
Apenas uma tentativa para preservar as relações familiares.
Se quiserem dar aquela corrida básica, não há a menor necessidade de ir correr em Ipanema ou na Lagoa domingo de manhã, e encontrar todos os amigos – ou ex-amigos (muitos terão de ser trocados também).
Para quem quer mesmo se exercitar existem a Barra, a Floresta da Tijuca, as praias de Niterói, e se os novos namorados acham que é pouco, o Ibirapuera está ali mesmo, a 50 minutos de voo, em São Paulo.
Se a vida fosse como deveria ser, essa mulher que encontrou um homem que, tudo indica, vai fazê-la feliz deveria pensar às vezes no que deixou para trás.
No que está só, talvez se sentindo humilhado e sem nenhuma esperança – ainda – de voltar a se apaixonar.
Não, não é preciso pensar nele com muita frequência.
Basta, por uns tempos, evitar a exibição de sua nova felicidade – o que, aliás, não custa. Apenas uma questão de delicadeza.
Danuza Leão

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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

Quem sou eu

Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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