sexta-feira, 6 de janeiro de 2012


Casar ou não casar?
Boa pergunta.
As duas possibilidades são atraentes, fascinantes, sedutoras.
Cada uma delas apresenta enormes e infinitas vantagens e desvantagens, e, na hora de decidir, só mesmo o amor (em alguns casos, o dinheiro, com uma boa comunhão de bens) é que ajuda a resolver.
Alguma coisa na vida é melhor do que quando ele chega do trabalho e te dá um abraço bem apertado dizendo que estava morrendo de saudade?
Não precisar se programar para o fim de semana, para as viagens, pegando telefones de pessoas que nunca viu para não ficar sozinha num quarto de hotel?
E o prazer quando ele pede "Amor, traz um copo de água pra mim", na hora do telejornal, ou "Benzinho, viu meu livro?"; pode ser melhor?
Saber que, quando pegar gripe, ele vai telefonar várias vezes do trabalho para perguntar se melhorou; dizer que te adora quando você estiver carente.
E poder pedir para ele coçar suas costas, pegar a tesourinha, ter um colinho para ver o filme... ah, que coisa boa.
Tudo bem, mas se a vida fosse assim tão fácil, não tinha graça.
E para ele?
Naquele dia em que o trânsito está daquele jeito, que não conseguiu acertar uma no trabalho, que o dinheiro esperado não entrou na conta; e você, sem saber de nada, abre aquele sorriso - aquele que o encantava tanto - e mostra o penteado novo, como ele reage?
Justa ou injustamente, ele vai achar que é tudo culpa sua.
E por acaso faz sentido alguém estar de bom humor com o país em crise?
Se trabalhasse e enfrentasse uma boa fila de banco, ia entender melhor a vida e parava de sorrir como uma idiota alienada.
Acreditou?
Pois agora agüente.
Como ele gostaria, nesse dia, de chegar em casa e poder tudo: deitar na cama sem tirar os sapatos e não ouvir ninguém dizendo "Cuidado com o lençol"; sair do banho para atender o telefone e ficar horas falando, enrolado na toalha, a torneira do chuveiro aberta; esquecer o forno aceso e queimar tudo, dane-se o jantar, dormir com fome às vezes é ótimo, contanto que não tenha ninguém para infernizar seu juízo.
A liberdade é o maior dos bens, quem não sabe?
Mas, na hora de dormir, como é bom uma presença, aquela impressão de não ser só, a certeza de ter com quem contar.
Alguma coisa substitui essa sensação?
Claro que não.
E ainda tem o futuro, ou alguém acha que ficará jovem para sempre?
Com quem vai ver televisão, quem vai cuidar de seus achaques, conversar na insônia da madrugada?
Todo mundo tem razão e cada um vai ter que achar sua resposta; resposta, aliás, que não existe.
Todos nós adoraríamos ser casados na hora em que quiséssemos e absolutamente solteiros na hora em que bem entendêssemos, e quem não concordar está mentindo.
Existem também os novos casamentos, casar e morar separado, não casar e morar junto; a humanidade ainda não desistiu de encontrar a solução para o problema homem/mulher (e equivalentes).
Não vai encontrar nunca porque para isso não existe solução e essa conversa nunca terá fim.
Mas está todo mundo procurando e, enquanto procura, que delícia.

Danuza Leão

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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

Quem sou eu

Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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