domingo, 11 de março de 2012

Essa palavra às vezes nos assusta porque envolve abrir mão do que é certo e seguro... do que é conhecido e que já temos um certo controle... em prol do novo... do desconhecido... e por isso, muitas vezes, escolhemos o conforto do velho, preferindo deixar as coisas como estão, a arriscar por terrenos onde não sabemos o que vamos encontrar...
Quando algo parece que vai nos tirar da nossa zona de conforto, logo buscamos nos proteger nos abrigos conhecidos que já nos acostumamos a usar... nas velhas fórmulas que nos fazem escorregar daqui e dali para não enfrentar o risco que é nos lançar ao desconhecido.
Buscamos nos defender e nos proteger de tudo que supostamente possa nos fazer qualquer mal... nos cercamos de garantias por todos os lados e com isso passamos a vida buscando os mesmos caminhos prontos e conhecidos que, se não nos tiram do ciclo vicioso de repetições, pelo menos nos dão uma falsa ilusão de segurança.
Sempre diante dos perigos que ameaçam nossas rígidas estruturas corremos para nos proteger, nos abrigos conhecidos e seguros... dos nosso conceitos e quebrar esses conceitos pode ser a chave que você tanto busca... aquela que vai abrir a porta da liberdade.
Nesses abrigos que criamos... evitamos entrar em contato com nossos medos, nossas culpas... nossas dores... sem perceber que para isso limitamos cada vez mais nossas vidas.
Tentamos esconder o que não tem como ser escondido...
E quando é assim, a própria vida se encarrega de nos tirar dessa zona de proteção que criamos para revelar o que tentamos esconder... e volta e meia nos coloca em situações sob as quais não temos nenhum controle... nessas horas de uma forma ou de outra nos vemos frente ao desconhecido...
Essas situações quando chegam nos dão a sensação de fomos lançados ao mar bravio, sem um barco ou sequer uma bóia para nos segurar, e tudo que tentamos controlar, vai por água abaixo...
Isso acontece geralmente porque estamos a todo custo tentando impedir as mudanças que clamam por acontecer.
Se não permitimos essas transformações tão necessárias, se continuamos a negar e esconder a nossa dor... nossos medos... culpas... vamos passar a vida gastando uma grande quantidade de tempo e dinheiro e energia pintando, com tintas caras e sofisticadas... uma parede com infiltração, ela fica bonita até o tempo em que outra mancha revela o problema e destrói a pintura... e assim vai ser até o dia que decidimos ir mais fundo e resolver o problema pela raiz.
Quando percebemos que manter as coisas sempre sob controle tem um custo muito alto que envolve a nossa liberdade... só nos resta arriscar e ir além... entendemos que, quem não se arrisca pode ficar sempre preso ao previsível e cada vez mais limitado mundo que nos oferece nossos conceitos... se não nos lançarmos em outros territórios vamos ficar só com o que já temos...
E se isso não está te fazendo feliz...
Me lembro uma vez que estava na casa das montanhas... um lugar lindo que aluguei por um tempo. 

Estava sozinha... e começou um vento tão forte que revolvia tudo ao redor... nuvens escuras indicavam uma tempestade assustadora, e... meu primeiro impulso, foi entrar para dentro da casa e fechar todas as portas e janelas, buscando segurança... como fazia das outras vezes, mas... meu espírito de aventura falou mais alto e inesperadamente fiz o movimento contrário... sai pela pequena estrada rodeada de árvores muito altas...
O barulho das folhas tornava ainda pior o presságio da tempestade e o vento forte me envolvia com uma força que dava a sensação de uma barreira invisível... como se ao avançar, enquanto subia a pequena estrada, eu penetrasse na força do vento...
Quando cheguei lá no alto vi um gavião branco pairando no ar...
Nessa noite quando fui dormir, acessei o medo... e esse medo fazia com que os barulhos do vento no telhado ficasse assustador... mas, permaneci e não segui o impulso que tive de pegar o carro e ir embora... quando venci o medo e aquietei minha mente, tive uma das experiências mais fortes a mais bonitas de contato com a Força do Sagrado.
Tirei muitas lições daquela experiência, e hoje posso entender mais um pouco daquela mensagem...
Precisei primeiro me arriscar a sair do conforto do que dava segurança...
Sair naquele tempo com aquela ameaça de tempestade era o contrário do que indicavam meus conceitos de bom senso mas ali foi o que precisei quebrar para acessar a Luz e aprender um pouco mais...
Muitas vezes deixamos de fazer coisas para nos proteger do que não precisa ser protegido... porque o único perigo está nos conceitos que temos baseados em memórias equivocadas do passado e não é uma ameaça real.
Abra o coração... as portas e janelas para a vida!

Rubia A. Dantés

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