segunda-feira, 2 de julho de 2012
13:15:00
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Reflexos do meu ser
Parece fora de dúvida que ter um único parceiro sexual por toda a vida não é uma escolha tranqüila para a maioria das pessoas.
Há quem diga que o homem é por natureza polígamo e por educação monógamo, o que significa que vivemos a maior parte do tempo em guerra com nós mesmos, querendo e não querendo, cedendo e reprimindo.
Se pararmos um pouco para pensar nesse dilema, acabaremos questionando: afinal, quem está feliz neste mundo?
Quem satisfez plenamente seus desejos?
Faz parte da condição humana desejarmos muita coisa que não conseguimos obter.
Por outro lado, acabamos nos cansando das mesmas coisas que possuímos, mesmo que, de início, elas nos preencham, nos satisfaçam.
Também nos cansamos das pessoas, apesar do encanto que elas nos causam durante certo tempo.
Mas, será que a traição é inevitável?
Para começo de conversa, nesse acidentado terreno não temos apenas o branco e o preto, o sim e o não.
Existe uma espécie de escala que vai da monogamia restrita à poligamia irrestrita.
No ponto zero estão aqueles que têm um único parceiro.
Depois vêm os relativamente monógamos, que traem ocasionalmente.
Seguem-se os que Têm dois parceiros simultaneamente, formando o tão comentado triângulo amoroso.
Às vezes essas pessoas praticam uma espécie de bigamia seriada: sempre têm a matriz e a filial, mas variam os parceiros.
Por último vêm os polígamos, ou seja, os que têm diversos parceiros ao mesmo tempo.
Mas também nesse caso podemos estabelecer diferenças: há a poligamia restrita (pessoas que preferem ter três amantes, porque é um arranjo mais flexível do que dois e menos complicado do que quatro ou cinco); e a poligamia irrestrita, praticada por aqueles que formam quadriláteros, pentágonos, hexágonos, enfim, polígonos de n lados.
Em nossa sociedade, poderíamos dizer que ocorrem tantos atos de infidelidade quanto acidentes de trânsito, e cada um precisa ser investigado para se descobrir como e por que aconteceu.
Se as pessoas cruzam sinais fechados, provavelmente estarão arriscando-se e pondo em risco o outro.
Não existe seguro que cubra danos contra terceiros quando se trata do coração humano.
FIDELIDADE É UMA DECISÃO
A fidelidade, para muitos, não acontece naturalmente.
Por isso, em nossos dias, um número cada vez maior de pessoas adota uma atitude intermediária:
"Sou fiel ao meu parceiro e ao relacionamento enquanto ele durar".
É o que se chama de monogamia seriada.
No mundo atual, ser ou não ser fiel, praticar ou não a monogamia, tornou-se uma difícil decisão.
Muitos acham que fazer esta opção implica travar uma batalha constante contra os próprios impulsos.
Há pessoas que acreditam na monogamia como um ideal, um princípio com o qual estão comprometidas por causa do exemplo dos pais, por valores religiosos ou pelo medo de perder algo importante (casamento, filhos, status).
Companheiros fiéis têm idéias próprias sobre como deve ser o casamento e colocam a fidelidade como base da união.
Cada um é leal com o outro e se orgulha disso - o que não os impede de olhar para os lados, de sonhar acordados.
A maioria dos homens, monógamos ou não, alimenta a fantasia de praticar sexo com outras mulheres.
As mulheres também fantasiam, é claro, mas a tendência feminina é mais para o romantismo.
Em geral, os homens que se exercitam com fantasias eróticas têm também profunda necessidade de segurança, conforto e apoio.
Estes dois desejos contraditórios - o anseio por uma vida sexual totalmente livre, sem limites, e o conforto, a segurança proporcionada pela família - estão em permanente conflito na mente masculina.
Se pudessem escolher entre um e outro, os homens certamente prefeririam ter dois ao mesmo tempo...
Entretanto, a vida nos força a fazer escolhas.
Independentemente do caminho que seguimos, não conseguimos evitar, muitas vezes, nos perguntar por que não tomamos a direção oposta.
Uma das grandes encruzilhadas da vida é o casamento.
Depois de tomada a decisão, cedo ou tarde nos veremos assaltados por outras dúvidas.
Valeu a pena?
Por que continuar?
Como conviver com o dilema?
O OSCILAR A BALANÇA
Certos casamentos simplesmente não funcionam.
Eles não são propriamente "horríveis".
Casais nessa situação conseguem viver juntos, mais ou menos, sem perigo muito grande de se matar.
O divórcio é, muitas vezes, um luxo ao qual as pessoas não podem se dar.
Na minha experiência, eu vejo casais que se dão bem, que estão crescendo juntos.
Vejo também alguns que desistem facilmente do casamento, consideram-no descartável, substituível.
Outros abandonam relacionamentos que, para quem está fora, parecem quase ideais.
Finalmente, há os que se sacrificam durante toda a vida para salvar seus casamentos.
Eu acredito que as pessoas têm de se decidir por si mesmas o que vão e o que não vão aceitar na vida.
De outro lado, há casais, que se sentem sufocados e podem transformar o casamento num "desastre confortável", ou querer escapar dele.
Quem se sente "casado demais" e decide ter uma relação extraconjugal primeiro precisa tornar infeliz seu casamento, mantê-lo num estado de guerra fria ou declarada para daí fazer certos acordos consigo mesmo e com o outro.
Por fim, há os que têm um problema e não querem resolvê-lo.
Então, decidem continuar casados - pelo menos por mais algum tempo - enquanto um ou os dois têm um caso.
Esse caso não é um segredo absoluto.
De fato, ele é parte de um acordo implícito ou explícito.
A infidelidade no casamento, hoje em dia, não é uma prática restrita quase só aos maridos, como muita gente pensa.
Ela atinge também as mulheres, mas os dados da pesquisa comprovam que os homens traem mais.
Ao se perguntar o que fazer com homens infiéis a escritora norte-americana Carol Botwin analisa detalhadamente os inumeráveis estudos sobre o tema da infidelidade masculina e mostra que certos "fatores de risco" tornam os homens mais vulneráveis à traição.
De fato, por motivos culturais, eles vivem mais fora de casa e se defrontam com oportunidades, uma "vitrine de tentações" que favorece tanto aventuras passageiras quanto envolvimentos mais sérios.
Maria Helena Matarazzo
Marcadores:Maria H. Matarazzo
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- Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.
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