quarta-feira, 22 de agosto de 2012
 
Houve um tempo em que as passagens de avião custavam sempre o mesmo preço em qualquer companhia, o que fazia com que os passageiros escolhessem a que mais lhes conviesse -com ou sem escalas, com ou sem conexão, etc.; escolhiam, sobretudo, aquela em que mais confiassem.
Hoje, quem quer voar para Recife, por exemplo, se reservar uma passagem com seis meses de antecedência, paga um preço; se decidir 15 dias antes da viagem, paga mais, mas se na véspera o avião não estiver cheio, o preço pode ser bem menor.
E quem se arriscar e for para o aeroporto no último momento, se tiver sorte e tiver sobrado algum lugar, paga ainda menos.
Só que cada companhia tem suas regras, por isso nada mais difícil, hoje em dia, do que planejar uma viagem.
Na ânsia de ganhar da concorrência, houve momentos em que uma determinada companhia vendia uma passagem para Belo Horizonte por R$ 80, pouco mais do que uma passagem de ônibus.
Só que a manutenção de um avião é muito cara; não dá para cobrar esse preço.
Outro assunto: na coletiva de terça-feira última estavam o presidente da Infraero, o da Anac, o brigadeiro Kersul Filho e um outro brigadeiro, que não lembro o nome.
Questionado se não teria sido imprudência autorizar a construção de um apart-hotel a 600 metros da cabeceira da pista (para desviar desse prédio, os aviões perdem 130 metros de pista), esse brigadeiro respondeu que a construção inicialmente foi proibida, mas depois foi autorizada, quando o dono do empreendimento trocou a finalidade do edifício, que de apart passaria a abrigar escritórios.
O prédio foi levantado, igualzinho, mas o dono deu um "jeitinho" e fez um hotel; na última quinta-feira a construção foi interditada pela Prefeitura de São Paulo.
E com toda a faraônica obra no aeroporto de Congonhas, e do jardim que só ele, segundo a Globo News, custou R$ 50 milhões, a torre de controle não foi modernizada e continua exatamente como quando foi construída.
Outra coisa que não entendo é por que aviões como o A-320, se acontece de um reverso parar, ainda podem voar durante dez dias.
Eu entenderia se falassem em horas de vôo, mas não de dias.
Porque dez dias podem significar 240 horas ou apenas duas horas, depende do tempo que ele levar voando, portanto isso não faz sentido.
Mais uma coisa que não entendo: qual a necessidade de dois deputados irem aos EUA acompanhando a caixa-preta do avião?
Qual a necessidade da presença dos parlamentares, que voltaram dando informações erradas e corrigindo depois o que haviam dito?
Outra coisa: não há quem não saiba que é muito mais perigoso viajar de carro do que de avião; as estatísticas mostram que morre muito mais gente nas estradas do que voando, por isso é preciso ser muito ignorante para ter medo de voar.
E eu queria saber também de que riam certos membros do governo, na posse de Nelson Jobim, com as gracinhas sem graça do presidente Lula.
Que, aliás, deve se ajoelhar todos os dias e agradecer a Deus que Jobim tenha aceito o cargo de ministro da Defesa.
É lamentável ver tudo isso acontecendo, quando se conhece a vocação do Brasil para o turismo.
O cenário já está pronto, os turistas chegam e se deslumbram com o que vêem; é só pensar no Nordeste, hoje praticamente ocupado por estrangeiros, que inauguram hotéis e resorts, um atrás do outro, que vivem cheios o ano inteiro.
Que país, este.
 
Danuza Leão

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