sexta-feira, 31 de agosto de 2012

 Ser apenas feliz, para certas mulheres, é pouco.
Dizem que não têm vocação para a vida normal e vão embora
Costuma ser assim: as pessoas se conhecem, se encantam umas pelas outras, procuram conhecer os amigos, a família, os gostos pessoais, e assim descobrir se foram feitos um para o outro, para se unirem e serem felizes, até que a morte os separe.
Aí namoram e casam.
Bem, para começar, é raro que duas pessoas se unam e sejam felizes até que a morte as separe, e quando chegam a se descobrir, todo aquele enorme encantamento que sentiram no primeiro encontro começa a complicar.
Ela não gosta da mulher do melhor amigo dele -e já começa a implicar-, ele não vai com a cara da irmã dela -e já começa a implicar-, um gosta de churrascaria, o outro, de um japonês, e por aí vai.
Começa então a tentativa de adaptação, cada um abrindo mão de certas coisas para que a relação dê certo.
As adaptações que eram feitas nos primeiros dias de namoro com enorme prazer, um ano depois podem virar motivo de mau humor, e a verdade verdadeira é que ninguém gosta de fazer concessões, cada um só quer fazer o que quer e o que gosta.
É da natureza humana, e natural, pois se duas pessoas gostam exatamente das mesmas coisas, das mesmas pessoas, sentem fome e sono sempre na mesma hora, e por aí vai, vira uma monotonia sem fim.
Então que tal por uma vez fazer tudo diferente e tentar que tudo dê certo, pelo menos por um tempo?
Seria assim: uma mulher e um homem se conhecem, se olham, e sentem um total arrebatamento um pelo outro.
Nesse momento eles sairiam de onde estivessem -da praia, do bar, da festa- e passariam a viver só desse amor, só para esse amor.
Nesse mesmo dia iriam morar juntos, sem saber dos defeitos um do outro, se esconderiam do mundo, dos amigos, das famílias, e abririam mão de seus desejos mais intensos para agradar ao outro.
Não é assim, quando se ama?
E como é assim, não brigariam por nada, não discutiriam por nada, não implicariam com coisa alguma, e a vida seria uma total felicidade -por um tempo, é claro.
Mas chegaria o momento em que eles começariam a se conhecer melhor, e a vida real invadiria um mundo que até aquele momento era só deles; com isso viriam as complicações, as de sempre.
Teriam que conhecer os amigos e as famílias, chegaria o dia inevitável em que um deles -ela- diria que tem horror a futebol, e ele daria o troco dizendo que odeia os filmes de Woody Allen que foi obrigado a ver, para lhe fazer a vontade.
E chegaria o dia cruel em que falariam pela primeira vez sobre política, e que não iriam votar no mesmo candidato.
A partir daí, viraram um casal feliz, desses que se vê por aí.
Só que ser apenas feliz, para certas mulheres, é pouco.
Algumas dizem ao marido que não têm vocação para a chamada vida normal, que vão embora.
E ficam espantadas -quase decepcionadas- quando eles dizem estar de acordo.
Porque quem viveu momentos tão delirantes não pode se conformar com menos.
Querem da vida muito, tudo, tanto, que não aceitam vivê-la como ela é.
E vão, cada um para o seu lado, na procura eterna de outros encontros apaixonantes, mesmo que curtos, sabendo que para encontrá-los -talvez- vão passar longas temporadas inteiramente sós.

Danuza Leão

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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

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Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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