quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
 
"Queremos tudo.
E queremos tudo perfeito.
Mas isso não basta.
Além de tudo perfeito, queremos para ontem. 
E sabe o que conseguimos?
Frustração, ansiedade e sofrimento.
Veja bem!
Realmente não acho que devemos nos conformar com uma vidinha mais ou menos, com a mediocridade ou com realizações, desejos e sensações sempre mornas.
Não é isso!
Mas às vezes ainda me surpreendo com essa mania -desgastante e ineficiente, diga-se de passagem- que a maioria das pessoas tem de acreditar que os extremos são mais interessantes.
Ou temos de estar absurdamente felizes e completos e radiantes.
Ou nos afundamos numa tristeza profunda, sem conseguir enxergar luz ao final do túnel. 
O problema é essa ilusão de que só o sol e o calor são bonitos e gostosos.
Como se só os sorrisos e as vitórias fossem bons.
Não tem essa de bom ou ruim.
O que tem é a vida.
E a vida inclui sorrisos e vitórias, mas também dias frios, chuvosos, nublados... tristezas, enganos, dúvidas.
A vida inclui, inclusive (perdoem-me a tautologia), a morte.
Como toda boa história, tem começo, meio e fim.
Morte não é o oposto de vida.
É vida também.
Mas como não aceitamos, como brigamos e resistimos e nos revoltamos com o que julgamos não bonito ou não bom, sofremos.
Perdemos a chance única de encontrar a poesia e a arte contidas no entremeio.
Nem preto, nem branco.
Todas as cores.Todos os tons.
Todas as intensidades.Todos os sentimentos.
Sabe qual é o cúmulo da maluquice humana?
É se sentir culpado por estar triste.
É achar que chorar é coisa de gente fraca.
É fingir que está tudo bem quando se está desabando por dentro.
É usar máscaras e mais máscaras para negar a si mesmo.
Para não se permitir.
Também não estou aqui para fazer um tributo à depressão.
A questão é essa falta de autorização para ser inteiro.
É essa estranha posição que ocupamos de quem PRE-CI-SA ser feliz a qualquer custo, nem que seja de mentira.
Nem que seja só para se encaixar.
E sem se dar conta de que esse "ser feliz", assim tão contundente, tão perfeito, tão pra ontem, não existe, não se cabe, não se nutre.
Meu exercício, hoje, é para ser.
Ser o frio, o calor, o nublado, o desfolhado, o sol, o vento e a chuva.
Claro, escuro e crepúsculo.
Dor e alegria.
Quero me autorizar à inteireza.
Ora resplandecente, ora murcha.
Ora gargalhada, ora lágrima.
Ora silêncio, ora voz. Ora um "plim" - que ótima ideia!
Ora "ahhhh" - que "m" que eu fiz!
Ser tudo, mas longe de perfeita.
E somente por agora.
E assim, atenta ao que mais posso ser, sem julgar nem desmerecer, quero aprender que o perfeito é um modelo.
Não existe.
Não é ninguém.
Sem rosto e sem alma.
Sem coração e sem nome.
Sem sobrenome.
Sem a mágica e imperdível chance de viver.
E de morrer.
Para que a história da humanidade possa continuar a ser escrita.
Cada dia mais belamente."
 
Rosana Braga

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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

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Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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