quarta-feira, 18 de agosto de 2010
 

Corto ou não corto uma franja?
Quantas calorias terá aquela mousse de maracujá que está piscando pra mim?
Telefono para aquele cafajeste?
Ó, dúvida cruel!
Todo santo dia nos perguntamos: Será? Será?
Cruel, que nada.
Duvidar é preciso.
A hesitação é que move o mundo.
Se soubéssemos de tudo, a monotonia acabaria com nossas emoções, com nossas divagações, com nossos ensaios de aventura.
A dúvida é aliada, prorroga a partida, garante uma sobrevida ao que está prestes a findar.
E o que há no fim?
A certeza.
Passamos a vida procurando respostas, quando a graça de tudo está nas perguntas.
São as inquietações que geram obras de arte e nos impulsionam para desafios.
Será possível construir um edifício de 250 andares?
Existe vida em Urano?
Um dia poderemos voar de São Paulo a Paris em cinco horas?
A dúvida é a principal matéria-prima da ciência, da pesquisa espacial, da engenharia genética e da reprodução da espécie.
"Filhos, melhor não tê-los, mas se não temos, como sabê-los?"
A dúvida de Vinícius de Moraes é a mesma de todos nós, e o mundo segue cada vez mais povoado.
Até aí nada de novo.
Mas será a dúvida bem-vinda entre casais apaixonados?
Não, respondem em coro os pombinhos.
Todos querem ter certeza de que são amados, de que não serão traídos nem jogados pra escanteio.
Uma vez respondida nossa ansiedade, passamos a buscar novas dúvidas.
Será que continuo atraente?
Será que alguém ainda moveria montanhas por mim?
Quanto tempo me resta?
Não resta dúvida: a certeza é a pior inimiga.
É o caminho mais curto para a decadência.
Destrói carreiras brilhantes ("sou um gênio, não preciso aprender mais nada").
Ofusca a curiosidade ("já vi tudo o que queria ver nesse mundo").
Engana o coração ("essa mulher nunca vai me deixar").
A certeza é uma víbora.
É por isso que eu digo: um pouquinho de mistério não faz mal a ninguém.
É recomendável não fechar portas, nem questões, nem ter medo de contradizer-se.
A vida anda em alta velocidade, e dúvidas e certezas se mesclam no caminho, impossibilitando saber onde termina uma e começa a outra.
O melhor é viver como se estivéssemos todos ao redor de uma mesa de pôquer.
A dúvida pode ser um blefe, mas costuma vencer o jogo.
 
Martha Medeiros

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“As palavras são a voz do coração. Onde quer que você vá,vá com todo o coração. Por muito longe que o espírito alcance,nunca irá tão longe como o coração.”(Confúcio)

Quem sou eu

Sou uma pessoa de bem com a vida e dificilmente você me verá de mau humor.Tento levar a risca o ditado "não faça aos outros aquilo que você não gostaria que fizessem com você". Procuro me rodear de pessoas alegres e que me olham nos olhos quando eu falo. Acredito que energia positiva atrai energia positiva.

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