segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Estou consciente das dificuldades e da magnitude do desafio de escrever sobre a questão feminina.
Temos que ir adiante e buscar explicações e afirmações que ultrapassem os limites do pensamento tradicional.
Não adianta dizer e pensar que as mulheres querem mesmo é romance e que os homens querem só dinheiro, poder e sexo.
Não há vilões e vítimas nesta história e a maioria das pessoas age de acordo com o que aprendeu e não obrigatoriamente de acordo com suas convicções ou objetivos.
A verdade é que existem 2 grandes grupos de mulheres: as que se apresentam socialmente de forma recatada; e aquelas que se colocam de forma ostensivamente exibicionista, tratando de atiçar o desejo masculino.
Não saberia dizer qual a porcentagem de cada um destes grupos, mas é provável que entre as mais belas predominem as do segundo grupo e que muitas das mais recatadas ajam assim por estarem convencidas de que não serão capazes de provocar o desejo masculino (temendo, portanto, serem objeto de ironia, de se colocarem em uma condição um tanto ridícula).
Entre as que se colocam de forma recatada existem, além das que se consideram desprovidas de predicados para agirem de forma exibicionista, as que aprenderam a se colocar desta forma por quererem ser vistas como moças sérias e que só estão mesmo interessadas em compromissos sérios.
Elas mantêm certa ingenuidade em relação ao poder sensual feminino.
São, de fato, ingênuas.
São poucas e muitos homens pensam que as mulheres em geral desconhecem o poder que elas têm de despertar o desejo masculino (tantos homens já falaram coisas do tipo: Ah, se as mulheres soubessem o poder que têm!
Outras, também recatadas, sabem muito bem que são dotadas deste poder, mas consideram imoral ou perigoso exercê-lo.
Imoral, porque não acham legítimo provocar o desejo e depois não terem o menor interesse em satisfazê-lo.
Perigoso, porque poderão ser objeto do assédio ativo de alguns homens contra os quais se reconhecem indefesas.
A maior parte das mulheres recatadas é moralmente bem constituída e parece não estar disposta a se beneficiar de uma vantagem que tem, mas que não fez nada para merecer.
As mais exibidas também são de dois grupos: as que usam e abusam do poder sensual que têm; e as que sabem do poder, gostam da gratificação à vaidade que o exibicionismo determina, mas, apesar disso, não estão interessadas em fazer um uso malévolo dele.
As primeiras deste grupo correspondem às mulheres egoístas, aquelas que abriram mão do prazer erótico (sim, porque são mulheres geralmente incompetentes para o prazer orgástico) e transformaram sua sensualidade em arma de dominação, de humilhar os homens e de extrair vantagens nas relações com eles.
Pode ser que usem o discurso romântico, podem dizer que estão atrás de um grande amor, podem dizer o que quiserem.
A verdade é que são mulheres poderosas e que estão querendo negociar este poder por dinheiro.
Isso de forma direta ou indireta.
Estão mesmo é atrás de homens poderosos e ricos, a quem pretendem subjugar e extrair vantagens de todo o tipo.
Os homens que aceitam conviver com estas mulheres o fazem por vaidade, pelo fato de se sentirem muito bem socialmente ao lado de beldades cobiçadas por tantos outros.
As que gostam de se exibir, mas procuram mesmo um relacionamento de qualidade, que têm caráter e estão em busca de relacionamentos estáveis, vivem uma condição complicada e dramática.
Os homens são atraídos por elas, mas muitas vezes têm medo de se aproximar.
Os que se aproximam costumam ser os mais cafajestes, mais caras-de-pau.
Estes são os que só estão atrás de intimidades eróticas.
Elas querem romance, transmitem uma imagem de que querem sexo, atraem todos os homens e só os mais ousados conseguem chegar nelas.
Não costumam encontrar os relacionamentos amorosos que pretendem e acusam os homens de serem todos iguais, de só quererem sexo etc...
Nada disso é verdade.
Existem tantos homens que querem relacionamentos intensos e de qualidade sentimental quanto mulheres.
Eles são cerca de 50%, o mesmo número que elas.
As generalizações são ruins.
Os homens não entendem as mulheres, não sabem como decodificá-las.
Elas não são claras ao se colocarem socialmente, porque não sabem muito bem como lidar com sua sensualidade, que mesmo não sendo o objetivo final da maioria delas, é o que mais exibem.
Não tenho a menor pretensão de ter esgotado o tema da multiplicidade feminina.
Não acho que as mulheres são todas iguais e nem que os homens sejam todos do mesmo tipo.
Agora, penso que há mais tipos femininos e que muitas mulheres são confusas acerca do que querem para si.
Os homens são sim mais simples e mais fáceis: querem se dar bem na vida, tanto porque isso é bom para sua auto-estima e para sua vaidade, como porque este é o caminho para se sentirem com condições de terem acesso à mulher dos seus sonhos.
À mulher, para os românticos; às mulheres para os mais eróticos.
As mulheres são mais confusas também em relação a isso: querem carreira ou marido?
Ou os dois?
Querem carreira, marido e filhos?
Dão conta disso?
Querem marido e filhos e abrem mão da carreira?
Acho que existem todos os tipos.
Acho apenas que seria mais fácil se elas fossem mais explícitas quanto às suas pretensões.
Flávio Gikovate

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