segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Tenho pensado cada vez mais acerca da condição feminina.
Trata-se de um dos poucos temas da psicologia das pessoas normais sobre o qual nunca escrevi um texto longo – e estou me preparando para fazê-lo.
Tenho lido muito a respeito e tenho visto como é pobre a visão que, homens e mulheres, têm de si mesmos – principalmente as mulheres.
A dificuldade de homens entenderem as mulheres e vice-versa é mais fácil de aceitar porque temos enorme dificuldade de lidar com diferenças.
As diferenças sempre provocam tendência a comparações.
O curioso nas comparações entre homens e mulheres é que quase todos os homens se sentem por baixo, inferiores a elas.
As mulheres variam mais quanto a este aspecto e pelo menos uma boa metade acha a condição feminina mais favorável.
É claro que aquele que, ao se comparar, se sentir por baixo, desenvolverá a hostilidade agressiva própria da inveja.
O papel da inveja na associação entre o sexo e a agressividade é muito relevante e isso é bem claro para mim já há uns 20 anos.
A nossa época é difícil de ser entendida e as generalizações são perigosíssimas.
Existem pessoas pertencentes a pelo menos 3 gerações distintas que se sucederam ao longo dos últimos 30 anos.
Existem, por exemplo, os homens que, tendo mais de 35-40 anos de idade, continuam a manifestar todos os comportamentos tradicionais de machismo agressivo ou de reverência intimidada diante das mulheres, especialmente as que lhes despertam o desejo sexual.
Existem os homens que hoje estão entre 20 e 35 anos que estão totalmente perplexos e perdidos e não sabem muito bem como se posicionar.
Tendem a ver as mulheres de forma mais igualitária, respeitando-as profissionalmente; porém, ainda invejam o poder sensual delas e isso determina duas tendências: uma delas é a de continuar a agir, ainda que de forma disfarçada, da maneira mais tradicional que escrevi a respeito dos mais velhos; a outra maneira é tentar imitar o modo de ser delas, tentando despertar o desejo delas por meio do aprimoramento de suas aptidões físicas; são os que freqüentam as academias, usam cremes, gastam bastante em roupas e outros adornos.
O terceiro grupo é o dos jovens de menos de 20 anos.
Estes estão numa boa.
Vêem as mulheres reais apenas como parceiras românticas e se interessam sexualmente por elas apenas quando estão namorando.
Quando estão sozinhos, se valem das facilidades derivadas do farto material pornográfico à disposição.
Não freqüentam as prostitutas e não têm muito interesse no sexo casual.
Preferem o sexo virtual ou o sexo no contexto amoroso.
Não são paqueradores e não se sentem por baixo pelo fato de não provocarem o desejo das mulheres, porque estão sempre muito satisfeitos sexualmente graças aos seus programas virtuais.
Costumam ser moços serenos e até mesmo um pouco preguiçosos, pois não sentem que precisam fazer muita força ou ter muito sucesso para terem acesso às moças que, não sendo assediadas, passaram a assediá-los – ou a tentar trocar carícias com outras moças.
E as mulheres?
Não tenho a impressão de que é possível agrupá-las em 3 tipos – e seus subgrupos – como fiz com os homens.
Parecem portadoras de uma multiplicidade que nem elas entendem.
Os homens as invejam porque consideram que elas teriam uma enorme facilidade para o sexo casual, já que estão sempre sendo paqueradas por alguém (o que não acontece com eles, que têm que ir atrás).
A grande maioria delas não se interessa por isso, apesar de adorarem se exibir e atrair olhares.
Parece que o prazer exibicionista é suficiente para elas, o que não faz o menor sentido para os homens.
Outras têm medo de sua exuberância sexual e tratam de se deformar: engordam demais justamente na mocidade, descuidam de outros elementos de sua aparência.
Outras se queixam da falta de orgasmo e a grande maioria nem percebe que o orgasmo não lhes provoca a saciedade parecida com a que acontece com a ejaculação masculina.
Buscam mesmo é o sexo associado ao amor e fazem, cada vez mais, o discurso pela igualdade que pede o sexo sem compromisso.
Isso justamente quando os homens jovens estão se desinteressando disso.
Mulheres homossexuais, diferentemente dos homens, preferem relações estáveis e duradouras.
Mulheres heterossexuais sozinhas buscam parceiros na noite e sempre se decepcionam quando não há continuidade.
Apesar disso, continuam dizendo que é legal este jogo de sedução e paquera.
Muitas são sinceras e se declaram desinteressadas disso e claramente buscando um parceiro fixo.
Outras mulheres se divertem de verdade com o sexo casual e as suas amigas as invejam e não sabem por que não são como elas.
Umas gostam de tomar a iniciativa na paquera enquanto que outras acham isso terrível.
Bem, basta de confusão por ora.
Gostaria de deixar claro que isso é apenas o início da conversa, porque as mulheres parecem ser portadoras de uma multiplicidade que surpreende a elas mesmas.
A pergunta de Freud - "Afinal, o que querem as mulheres?" - parece que não será respondida facilmente; e talvez seja mais difícil para elas dar a resposta do que para um observador masculino.

Flávio Gikovate

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